Unanimidade!

Como diria Fiori Gigliotti (o menino de Barra Bonita). …”Abrem-se as cortinas….”Ou afirmaria o Silvio Luiz (paulistano)…”Foi, Foi, Foi, ele…..” ou Osmar Santos (da Cidade de Osvaldo Cruz)…”No carocinho do abacate”….ou Fausto Silva, o Faustão (filho da Cidade de Porto Ferreira)….”Quem sabe faz ao vivo!”
Todos deixaram marcas que os identificam, seus RGs, na nossa memória afetiva. Mesmo que de olhos fechados, é fácil acertar nesse quiz!
A fama, o salário, o reconhecimento nas páginas das revistas, a identificação visual nas mídias, o destaque nos livros de histórias, as medalhas, as taças, as competições, não parecem ser o grande desafio.
Nos dias atuais é necessário uma utopia, é preciso “Ser Unanimidade”. E esse realmente é um enorme e gigantesco desafio.

Unanimidade!
Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho, Chico Anysio, nasceu no Ceará, na Cidade de Maranguape, era torcedor do fluminense, colecionador de camisas de grandes jogadores de futebol, em São Paulo um Corinthiano, foi radio ator, escritor, autor, roteirista, dublador, humorista, pintor, ator, cantor, compositor e criador de mais de 200 personagens, imenso legado e vasto volume de arte e referências. Entre seus personagens “O Coalhada”, era estrábico, sem qualquer traquejo pela bola, e reclamava sempre do campo, da bola ser muito redonda, da imprensa que não o fotografava no seu melhor ângulo, enfim o craque de bola e perna de pau, que compensava sua falta de habilidades com a malandragem e o espírito boleiro.

Unanimidade!
Luciano do Vale, nasceu em Campinas, locutor esportivo, empresário, radialista, exímio narrador de emoções que trouxe na sua voz embargada as vitórias do Brasil no futebol, no vôlei, no basquete, no boxe e no automobilismo. E não se limitava em narrar, torcia com paixão e percebia os detalhes nos lances e produziu tal impacto, que o esporte muito deve à sua maneira profissional e criativa, de levar o esporte ao povo, onde o povo estivesse!

Veja Também  A CRIANÇA QUE HABITA NA ALMA E SEUS ÍDOLOS

Unanimidade!
Dulcidio Wanderley Boschilia, nasceu na Cidade de São Paulo, no bairro do Ipiranga e na sua geração, o futebol vivia de conquistas e glórias recentes, as Copas do Mundo, os jogadores que atravessavam o Oceano, para levar o esporte bretão. Dulcidio foi um dos principais árbitros do país, e a sua honestidade e forma clara e objetiva de se expressar, reformaram regras capitais, a de trazer árbitros de outros países, “os hermanos”, para as grandes finais de Campeonatos, para as decisões no territorio brasileiro. E toda essa sua espontaneamente e firmeza de caráter se tornou marca, e identidade que ainda persiste!
Edson Arantes do Nascimento, menino de 3 corações, indiscutível a sua genialidade, os seus dribles e sua contribuição para o futebol mundial, mas muito longe de ser uma unanimidade.
Mesmo Edson, sempre falava de Pelé, na terceira pessoa, de forma quase reverencial, e retirando todas as humanidades que ele Edson defendia e nem sempre com sucesso.
Na sua época, a “midia” era o boca a boca! A conversa de bar! A televisão engatinhava e os torcedores encantados se acotovelavam na Vila, no Morumbi ou no Pacaembu, e nos grandes jogos da Copa do Mundo, e nos campos pelo mundo todo onde o Santos chegava, a Seleção Brasileira se apresentava e onde ele, Pelé escreveu seu nome!
Como “Quem conta um conto…”
Provocando incrédulos e desafiando os torcedores que se degladiavam entre… Quem foi melhor?
Em muitos saudosistas, essa é uma questão que prevalece. Alimenta uma boa tarde de domingo e uma aposta com engradados de cerveja.
Ayrton Senna, nasceu em São Paulo, capital, e milhões de brasileiros, como nós apaixonados por velocidade, pelo ronco dos motores e pelas sensacionais manhãs de domingo, um nome que supera o ídolo, transformando tudo em lenda. Mas mesmo Ayrton convivia com a oposição ao seu talento, ao embate direto às suas opiniões, e questionamentos por segurança, e reformas em autódromos pelo mundo.
Ser aprovado por unanimidade é uma utopia, e conseguir passa muito mais por um milagre…
Diante de tantos talentos, que se apresentaram até agora, deixo um conselho…
“Faça como o velho marinheiro que durante o nevoeiro leva o barco devagar…..”

Veja Também  Cillo: O último voo do Falcão, "rei das quadras"

 

Loading

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Compartilhe esta notícia

Mais postagens