Corrosão é um processo de degradação de um material pela ação do meio. O processo corrosivo é lento mas contínuo. Aos poucos, o material metálico vai se deteriorando, mas é pouco perceptível. Num determinado dia o desgaste é tão grande que passa a ser visível, mas, aí, já é tarde demais, pois aquela peça não poderá mais ser reaproveitada.
Infelizmente, a sociedade brasileira está corroída pelo vírus endêmico do crime: O medo está presente o tempo todo. Os problemas crescem mais rápido que as soluções. A violência predomina em nosso dia-a-dia e nos faz temer o futuro. A discórdia na sociedade polarizada é latente, constante, dificultando a convivência e o encontro de saídas para essa crise interminável de insegurança pública. As drogas rondam nossos lares à espera de uma oportunidade para aniquilar sonhos e destruir corações. Não é mais possível uma solução a curto prazo. Na verdade, o quadro é muito pior. Não é mais possível uma solução a médio prazo. A corrosão é grande e não para de crescer; o problema, de tão complexo, jamais será resolvido com solução simplória.
Pessoas mal-intencionadas, ignorantes, sem noção ou as que estão atrás de voto fácil para ganhar a próxima eleição, apresentam soluções simplistas para problemas enraizados e presentes na sociedade há décadas. É como se fosse possível acabar com a cracolândia, no centro de São Paulo, com o balançar de uma varinha mágica. Só temos um caminho, uma possibilidade, ou seja, ser criado um plano nacional de reestruturação de todo aparato policial, penitenciário, justiça criminal e legislação pertinente.
O modelo existente é da época das charretes e foi carcomido sem dó pelo tempo. Precisamos virar a chave, assim como fez a criminalidade brasileira quando entendeu que a atuação em grupo seria o único caminho viável para obtenção de lucro em larga escala e ao mesmo tempo ter poder de enfrentar as forças policiais e também a justiça criminal, minimizando riscos na sua criminosa atividade.
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