A mãe mandou seu filho, Paulinho, de nove anos, comprar dois quilos de uvas no mercado. O comerciante pesou as uvas, entregou ao menino e anotou o valor na caderneta para cobrança no final do mês. Após certa demora, o menino voltou satisfeito e entregou as uvas para a mãe. Ao pegar o pacote, dona Lídia achou que estava muito leve. Pesou e imediatamente telefonou para o mercadinho:
– “Seu Manoel, meu filho chegou com as uvas. Mas eu pedi dois quilos. Parece que o pacote não tem isso, não”.
O comerciante retrucou:
– “A senhora pesou as uvas?”
E a mulher respondeu brava:
“Sim, pesei na venda aqui do lado. Deu menos de dois quilos”.
O calejado dono da venda fez o seguinte comentário:
– “Pode ser que minha balança não esteja certa. Posso verificar, antes, porém, lhe dou uma sugestão. Não leve a mal, mas seria bom pesar o menino também antes e depois de comprar em meu estabelecimento”.
A genitora captou a mensagem; entendeu que o mais provável de ter ocorrido é que o garoto comeu a fruta no percurso e omitiu o fato.
Amigo leitor, veja se concorda com essa afirmação que certa vez ouvi de uma diretora experiente de um colégio na cidade de Suzano/SP:
– “Quando nossos filhos têm alguma questão com colegas ou professores, sempre achamos que só os outros estão errados!”.
A verdade é uma só:
“Muitas vezes, para não serem reprimidos, filhos mentem para os pais”.
Muitos aceitam a inverdade, mesmo sabendo que o errado é o filho. Isso acontece quando os pais não sabem mais como corrigir a criança ou adolescente. Por isso, é melhor fazer “cara de paisagem” e fingir que está tudo bem com o garoto. Quando esse jovem tentar usar da mesma estratégia na fase adulta, no local de trabalho, por exemplo, ao invés de passarem a mão em sua cabeça, o mandarão para o olho da rua; e por justa causa.
Jorge Lordello
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Imagens: Blog Grão de gente