Jorge Lordello: Inovação disruptiva e violência no Brasil

A mídia em geral fala da ação dos criminosos, dos prejuízos gerados às vítimas, mas esquece de comentar o custo da indústria da bandidagem para nosso país.

O avanço da criminalidade nos últimos 25 anos, a proliferação das facções, que já estão espalhadas pelos 4 cantos da terra brasilis e a massificação das drogas em nossa sociedade, trouxeram, além do medo e preocupação, um custo enorme a ser pago pelo contribuinte.

DADO VERGONHOSO: das 50 cidades mais violentas no mundo, 17 estão no Brasil

O  Brasil é o país com o maior número de cidades entre as 50 áreas urbanas mais violentas do mundo.

O Brasil está entre os 10% de países com maiores taxas de homicídios do mundo, apesar de ter população equivalente a 3% da mundial. O país concentra cerca de 14% dos homicídios do mundo. As taxas de homicídios brasileiras são semelhantes às de Ruanda, República Dominicana, África do Sul e República Democrática do Congo.

Estima-se que para cada homicídio de jovens de 13 a 25 anos, o valor presente da perda da capacidade produtiva é de cerca de 550 mil reais. A perda cumulativa de capacidade produtiva decorrente de homicídios entre 1996 e 2015 superou os 450 bilhões de reais.

 83 facções criminosas catalogadas e presentes na maioria dos presídios brasileiros, atuando dentro e fora das cadeias.

 726.000 presos

 600.000 mandados de prisão para serem cumpridos.

 É preciso dobrar o número de vagas nos presídios brasileiros para zerar o déficit carcerário.

 8% dos brasileiros disseram em pesquisa que foram vítimas de assalto nos últimos 12 meses.

É preciso fazer um verdadeiro Raio X dessa problemática:

SEGURANÇA PRIVADA

Dados recentes, apontam que atualmente temos 2694 empresas de vigilância patrimonial no Brasil e que empregam cerca de 554 mil vigilantes. Só em São Paulo, são 594 empresas ativas com 174 mil funcionários.

Faturamento das empresas de vigilância em 2018 ficou em torno 34 bilhoes de reais. Já a atividade de transportes de valores faturou 5,5 bilhoes de reais no mesmo período

 

SEGURANÇA PÚBLICA

Os  dados  do Anuário  Brasileiro de  Segurança Pública referentes a  2018 mostram que a União, Estados e Municípios gastaram com defesa civil, informação e inteligência R$ 84,752 bilhões.

 

CONSTATAÇÃO QUE POUCOS ENXERGAM

O Brasil fecha os olhos para o contrabando, falsificação e pirataria e com isso deixa de arrecadar 130 bilhões por ano e de gerar milhões de empregos lícitos.

 -Números conservadores mostram que a violência consome por ano 5,9% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro; o equivalente a toda riqueza gerada pelos estados da Região Norte no ano passado. Em 2017, esse valor teria chegado a R$ 389,4 bilhões ou o equivalente a 13,5 vezes o orçamento previsto para o Bolsa-Família ou 6% do PIB.

 – Os custos econômicos da criminalidade cresceram de forma substancial entre 1996 e 2018, de cerca de 113 bilhões para 350 bilhões de reais.

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O QUE É DISRUPÇÃO?

É uma quebra ou descontinuação de um processo já estabelecido.

 

O QUE É INOVAÇÃO DiSRUPTIVA?

Significa a transformação de uma tecnologia, produto ou serviço em algo novo, mais simples, conveniente e acessível.

 

QUEM PROMOVEU INOVAÇÃO DESRUPTIVA NOS ÚLTIMOS 25 ANOS? 

Sem sombra de dúvida, foram os marginais, que antes trabalhavam de forma desorganizada e quase individual, não conseguindo, assim, grandes vantagens financeiras, além de que eram facilmente detidos e enjaulados. De repente, perceberam que a força estava no conjunto, na união, na organização dentro e fora dos presídios.

 

QUANTAS FACÇÕES CRIMINOSAS EXISTEM NO BRASIL ATUALMENTE?       

O Ministério da Segurança estima que existam em torno de 70 organizações espalhadas em todo território brasileiro. Esse número foi divulgado em setembro de 2018 pelo ex-ministro Raul Jungmann.

Com base em cruzamento de dados dos serviços de inteligência da Polícia Federal e secretarias de segurança pública estaduais, são apontados pelo menos 83 organizações de presos no Brasil, a maioria com atuação estadual e local.

 

 1)  PCC – Primeiro Comando da Capital

 

 2)  CV – Comando Vermelho

 

 3)  FDN – Família do Norte

 

 4) TCC – Terceiro Comando da Capital (SP, RJ)

 

 5) CRBC – Comando Revolucionário Brasileiro da Criminalidade (SP)

 

 6) CDL – Comando Democrático da Liberdade (SP)

 

 7) Seita Satânica (SP)

 

 8) PCMS – Primeiro Comando do Mato Grosso do Sul (MS, ligada ao PCC),

 

 9) Manos (MS, RS)

 

 10) TC – Terceiro Comando (RJ, BA)

 

 11) ADA – Amigos dos Amigos (RJ, CE, ES)

 

 12) IDI – Inimigos dos inimigos (RJ)

 

 13) Amigos de Israel (RJ)

 

 14) Bonde dos 40 (AM, PI)

 

 15) Primeiro Comando do Norte (AM, RR, CE

 

 16) 300 Espartanos (AM,

 

 17) Primeiro Comando da Mariola (RR)

 

 18) Equipe Rex (PA)

 

 19) Bonde dos 30 (PA)

 

 20) Comando Classe A (PA)

 

 21) GDA – Gangue da Ponte (AP)

 

 22) Primeiro Comando do Maranhão (MA)

 

 23) Bondinho da Ilha (MA)

 

 24) Primeiro Grupo do Estreito (MA)

 

 25) B40 – Bando dos 40 (MA)

 

 26) ADM – Anjos da Morte (MA)

 

 27) COM – Comando Organizado do Maranhão (MA)

 

 28) Bonde dos 300 (MA)

 

 29) PCM – Primeiro Comando de Campo Maior (PI)

 

 30) PCE – Primeiro Comando de Esperantina (PI)

 

 31) Facção Criminosa de Teresina (PI)

 

Veja Também  Lordello: Celular é o objeto mais roubado pelos bandidos

 32) Guardiões do Estado (CE)

 

 33) PCN – Primeiro Comando de Natal (RN)

 

 34) SDC – Sindicato do Crime (RN, PB)

 

 35) Al-Qaeda (PB)

 

 36) Estados Unidos (PB)

 

 37) Comando Norte/Nordeste (PE)

 

 38) Firma (AL)

 

 39) PCM – Primeiro Comando Metropolitano (SE)

 

 40) Comando da Paz (SE, BA)

 

 41) Bonde do Maluco (BA)

 

 42) DPM (BA)

 

 43) MPA (BA)

 

 44) Bonde do Ajeita (BA)

 

 45) Katiara (BA)

 

 46) Comando da Perna (BA)

 

 47) Caveira (BA)

 

 48) Comando Mineiro de Organizações Criminosas (MG)

 

 49) PJL –  Paz, Justiça e Liberdade (MG)

 

 50) Primeiro Comando Mineiro (MG)

 

 51) Primeiro Comando das Minas Gerais (MG)

 

 52) Milícias (RJ)

 

 53) Povo de Israel (RJ)

 

 54) Primeiro Comando de Vitória (ES)

 

 55) CJVC – Comando Jovem Vermelho da Criminalidade (SP)

 

 57) Gaviões da Fiel (SP)

 

 58) Cerol Fino (SP)

 

 59) Comissão Democrática da Liberdade (SP)

 

 60) PGC – Primeiro Grupo Catarinense (SC)

 

 61) PCRV – Primeiro Crime Revolucionário Catarinense (SC)

 

 62) CL – Comando Leal (SC)

 

 63) Serpente Negra (SC)

 

 64) PL- País Livre (SC)

 

 65) PGO – Primeiro Grupo de Oposição (SC)

 

 66) FRC (Força Revolucionária Catarinense)

 

 67) Bala na Cara (RS)

 

 68) Os Tauras (RS)

 

 69) V7 (RS)

 

 70) Os Abertos (RS)

 

 71) Unidos Pela Paz (RS)

 

 72) CPC – Comando Pelo Certo (RS)

 

 73) Amigos Leais (RS)

 

 74) Primeiro Comando do Paraná (PR)

 

 75) Primeiro Comando da Liberdade (MS)

 

 76) Grupo G (MS)

 

 77) PLD – Paz, Liberdade e Direito

 

 78) Bad Boys (MT)

 

 79) Baixada Cuiabana (MT)

 

 80) Comando Verde (MT)

 

 81) Amigos Leais (RO)

 

 82) Crime Popular (RO)

 

 83) Bonde dos 13 (AC)

 

QUAL CONCLUSÃO EXTRAIR DIANTE DESSE QUADRO CAÓTICO?

Os números da violência urbana dizem por si só… a única certeza é que estamos no caminho errado.

O modelo de segurança pública (polícia/justiça/sistema penitenciário) ficou ultrapassado, pesado, inchado, lento, burocratizado e não acompanhou os novos ares da era digital e disruptiva, onde a palavra chave é mudança contínua e a quebra de paradigmas deve ser constante.

Os organismos estatais permaneceram fiéis às suas tradições, distantes um dos outros e em alguns casos competindo entre si, como se cada órgão pudesse resolver o problema por si só. Com pensamento retrógrado, esqueceram de olhar para o futuro, cada vez mais ligeiro, onde o termo “zona de conforto” foi extraído do dicionário.

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