Um dos princípios da segurança em condomínios e casas é que a pessoa que está do lado de fora deve ter o mínimo de informação do lado de dentro.
Marginais que desejam realizar assalto com certo nível de organização, precisam inicialmente realizar o que chamo de análise de risco, ou seja, levantar possíveis vulnerabilidades ou falhas na segurança no local a ser invadido. Portanto, quando dificultamos esse tipo de levantamento, minimizamos como consequência, o risco de invasão criminosa.
É por esse motivo que prédios residenciais passaram a erguer muros altos, principalmente nas laterais e fundos, deixando gradil, geralmente apenas na parte da frente. Por outro lado, tenho verificado em meu trabalho como pesquisador criminal, que nos últimos dois anos, diversos prédios de classe média-alta e alta, têm instalado chapas de aço no gradil frontal e também nos portões de acesso de pedestre e veículos, visando impedir visualização da área interna. Isso tem ocorrido com mais frequência em bairros onde os arrastões são mais frequentes. A mesma correlação podemos fazer com a película de controle solar instalada em veículos e que diminui sobremaneira a visão do interior dos automóveis.
Entrevistei em cadeias públicas diversos marginais que assaltam carros em farol sendo que a maioria deles comentou que a película acaba sendo um obstáculo, pois prejudica a visualização de quantas pessoas estão no interior, por exemplo. Ouvi a seguinte frase de inúmeros ladrões que roubam motoristas no trânsito pesado. “Aquilo que não vejo, eu não desejo”. É por isso que a orientação sempre é esconder objetos de valor no cotidiano, assim como o aparelho celular. Exibir um smartphone de alto valor pode ser um verdadeiro chamariz ou imã para o criminoso. Esconder o equipamento na vestimenta pode fazer o transeunte ou motorista, passar despercebido aos olhos dos bandidos.
