Com o decreto assinado pelo Presidente Bolsonaro, que flexibiliza a posse de arma de fogo, reacendeu o debate sobre a proteção familiar na residência. Tanto é, que diversas pessoas entraram em contato comigo dizendo ter certo sentimento de insegurança dentro do lar e se eu aconselhava a compra de arma de fogo.
A primeira pergunta que fiz nesses casos, foi a seguinte:
Você reside em uma casa com bom nível de segurança ou não?
Mesmo antes de responderem, como as pessoas, normalmente, não sabem definir a escala de segurança ou insegurança do local de moradia, mesmo porque não são peritas no assunto, fui direto ao ponto:
Você já fez algum investimento em equipamentos físicos e/ou eletrônicos para proteção perimetral e das portas e janelas da sua residência?
90% delas responderam negativamente e o restante relatou gastos insuficientes para ter segurança adequada.
A pergunta que não quer calar:
Será que vale a pena adquirir arma de fogo para tentar proteger casa totalmente desprotegida?
Como especialista em segurança pública e privada que estuda o assunto por quase 30 anos consecutivos, posso garantir ao leitor que, definitivamente, a resposta é não, pelos fatos e motivos que passo a expor:
-Quando o assunto é segurança residencial, três estratégias são importantíssimas:
- a) Equipamentos físicos– Proteção com muros ou gradil; portão automático para garagem; passa volume acoplado na alvenaria para recebimento de mercadorias delivery; porta reforçada com fechaduras de alta segurança; travas especiais que dificultam o arrombamento de portas e janelas e etc.
- b) Equipamentos eletrônicos– Alarme perimetral(eletrônico e/ou energizado) para impedir, dificultar e/ou retardar a intrusão através de disparo de alarme; sensores internos capazes de detectar a presença de intruso próximo de portas de entrada da residência e janelas ligados à sirene potente; instalação de câmeras de segurança com monitoramento de imagens nos celulares de todos os familiares.
- c) Normas e procedimentos de segurança que devem ser respeitados por todos os moradores e eventuais colaboradores, ou seja, ter regras claras e simples que devem ser seguidas por todos que circulam na casa, como por exemplo, não conversar na frente da casa com o portão aberto.
-Infelizmente, na maioria das casas no Brasil não se pratica os 3 itens mencionados acima. Diferentemente, grande parte dos condomínios verticais e horizontais faz investimentos relevantes na instalação de equipamentos físicos e eletrônicos e no estabelecimento de normas de segurança a serem cumpridas por todos; no caso de descumprimento a consequência é a aplicação de multa. Apesar de o morador de casa não pagar a taxa condominial, que por sinal não é barata, não investe na proteção residencial, assim, passa a viver num ambiente inseguro, onde qualquer ladrão pé de chinelo pode ingressar com facilidade.
-Outro detalhe que deve ser levado em consideração, é que a implementação de equipamentos de segurança físicos e eletrônicos aumenta o nível de proteção residencial não só quando a família está na residência, mas também quando as pessoas se ausentam; o sistema eletrônico vigia o tempo inteiro.
-A tecnologia em segurança detecta qualquer tentativa de intrusão residencial. Quanto efetivada através de muros, pode gerar choque elétrico potente e também disparar sirene que tem como função alertar moradores e vizinhos e afugentar o invasor.
PRIMEIRA CONCLUSÃO
NÃO É SEGURO TER ARMA DE FOGO EM RESIDÊNCIA TOTALMENTE INSEGURA.
SEGUNDA CONCLUSÃO
ANTES DE ADQUIRIR ARMA DE FOGO PARA MANTER NA RESIDÊNCIA, FAÇA INVESTIMENTOS EM EQUIPAMENTOS FÍSICOS E ELETRÔNICOS.
EM SEGUIDA ESTABELEÇA REGRAS RÍGIDAS DE SEGURANÇA QUE DEVERÃO SER SEGUIDAS POR TODOS AQUELES QUE MORAM E TRABALHAM NA CASA. DEPOIS DISSO, SE ACHAR AINDA NECESSÁRIO, COMPRE ARMA DE FOGO LEGALIZADA.
TERCEIRA CONCLUSÃO
ARMA DE FOGO É UM EXCELENTE EQUIPAMENTO PARA ATAQUE, MAS NÃO TEM A MESMA EFICÁCIA NA DEFESA PESSOAL OU FAMILIAR.
Uma resposta
Boas dicas,para ter arma a pessoa tem que estar preparada física e psicologicamente para matar alguém se necessário.