O Brasil não sabe resolver problemas ligados à criminalidade

Por que a insegurança aumentou sobremaneira nos últimos 25 anos em nosso país?

Será que faltaram investimentos financeiros dos governos? Definitivamente, a resposta é não, pois os gastos com segurança pública municipal, estadual e federal vêm crescendo ano a ano, mas mesmo assim a curva da violência só cresce.

E a Justiça Criminal, teve poucos investimentos nesse período? Muito pelo contrário, o aporte financeiro para o poder judiciário estadual e federal aumentou consideravelmente, mas a lentidão continua. O grande jurista Rui Barbosa disse certa vez que “justiça tardia nada mais é que injustiça institucionalizada”.

Sou pesquisador criminal; estudo segurança pública há quase 40 anos de forma ininterrupta. Nesse período, o povo brasileiro tem convivido com uma série interminável de problemas na área de segurança que não são solucionados. Muito pelo contrário, temos a sensação, melhor dizendo, a certeza que vão perdurar por muitos anos e de forma mais aguda e violenta. Definitivamente, essa conta não fecha!

A pergunta chave é a seguinte: aonde estamos errando?

Mesmo com toda a tecnologia criada para monitoramento de autos nas vias públicas e a evolução do rastreamento via satélite, o volume de veículos subtraídos somente aumenta, tanto é verdade, que em 2023 tivemos 373.225 ocorrências no Brasil, um aumento de 8% em relação ao ano anterior. Desde quando o leitor ouve falar em gasolina adulterada? E lojas de desmache que vendem peças roubadas? Na sua percepção, aumentou ou diminuiu essa prática? Quanto a venda e uso de drogas, é do conhecimento de todos que perdemos totalmente o controle desse problema. Existe alguma perspectiva que diminua, pelo menos um pouco, os crimes relacionados a celulares? Nem a pessoa mais inocente ou extremamente positiva, acredita que os crimes digitais e a subtração de smartphones vão perder fôlego. E a pichação…E o furto de fios que interrompe o fornecimento de energia elétrica, sinal de telefonia e internet em milhares de lares… E os menores de idade se prostituindo nas estradas… E os jogos ilícitos de azar nos bairros…

Portanto, a conclusão é que as instituições públicas brasileiras têm dificuldades em resolver os problemas acima ventilados e tantos outros que o leitor está cansado de saber, porque insistem em tratar apenas dos efeitos e não da causa.

A cultura do reativismo e o apego às velhas fórmulas, arcaicas e carcomidas e que não produzem resultados efetivos, impregnam os setores e gestores públicos, que deixam de lado o que tem de sobra na iniciativa privada, que é mente aberta para a inovação, dinamismo empresarial, a busca frenétiva pelo resultado e a valorização dos colaboradores através da meritocracia e não do apadrinhamento político.

Nos tornamos bons em enxugar gelo, em empurrar o problema com a barriga e em reclamar ou fornecer desculpas quando pressionados pela imprensa.

Enquanto isso, os bandidos se organizam e trabalham como verdadeiras empresas do crime, lucrando bilhões de reais por ano.

E as vítimas, como ficam nesse contexto de inércia e incompetência do poder público? Como sempre tem sido, ou seja, solitariamente, arcam com os prejuízos materiais e emocionais.

E assim caminha nosso pobre Brasil, repentindo os erros de sempre e “deitado eternamente em berço explêndido”, como se tudo estivesse em absoluto controle.

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

Imagem: Freepik

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