Mesmo com toda tecnologia da informação e evolução na esfera digital, as políticas públicas de segurança e justiça criminal continuam arcaicas e por isso, sem a efetividade desejada pela sociedade. Quem não concordar com minha afirmação, é só fazer uma análise simplória dos índices criminais dos últimos 20 anos em relação a furto/roubo de veículos, assaltos nas ruas, sequestro e extorsão, crimes sexuais contra crianças e adolescentes. violência contra as mulheres e delitos digitais
Os governos federal, estadual e municipal investiram um caminhão de dinheiro e mesmo assim a bandidagem avançou, principalmente com a formatação de facções criminosas, obtendo, com isso, lucros na casa de centenas de bilhões. Infelizmente, o poder público, na esfera criminal, é engessado, lento, burocrático e não tem como princípio norteador a efetividade de resultados. Enquanto a iniciativa privada se atualiza a cada semana para sobreviver no mercado, as polícias e a justiça criminal, por força de nossas leis, ultrapassadas quanto ao tema específico, agarram-se a conceitos do passado remoto.
Outro ator inerte nesse cenário, é o congresso nacional, onde encontramos palco de discussões e brigas infindáveis, mas com resultados pífios em relação a mudanças que se fazem necessárias na área legislativa pertinente a segurança pública. Mas gostaria de deixar uma ideia de procedimento muito usado nos EUA há mais de 30 anos e que ajuda a polícia americana a identificar e prender marginais aos montes. A legislação penal na terra do Tio Sam permite que policiais armem verdadeiras arapucas para prender marginais perigosos. Vamos supor que em uma determinada região as estatísticas criminais apontem aumento no roubo de autos. Aí, a polícia da localidade introduz nas ruas carros descaracterizados que funcionam como iscas. Esses carros contém equipamentos de monitoramento de localização e imagens do local. Assim, quando o ladrão tentar levar tal veículo, será preso com imensa facilidade. A mesma estratégia é usada para prender estupradores, por exemplo. Policiais femininas à paisana circulam por bairros onde existe abusador ativo. Outros policiais ficam escondidos para dar apoio no momento em que o estuprador se fizer presente.
Tenho absoluta certeza que o leitor achou interessante essa ideia genial americana. Mas o lamentável, é que essa estratégia e outras tão interessantes quanto, sequer são discutidas pelos políticos e policiais de nosso país; por aqui, parece, que dá mais likes e engajamento os infindáveis bate bocas ideológicos, onde ambos os lados ganham, pois alimentam emocionalmente seus seguidores.