Viramos fábrica de criar bandidos

Viramos fábrica de criar bandidos
Viramos fábrica de criar bandidos

O Batalhão da Polícia Militar do bairro de Jacarepaguá/RJ, recebeu denúncia anônima noticiando que no matagal atrás do Shopping Uptown estavam vários traficantes fortemente armados.
Uma equipe com cerca de 15 PMs foi rapidamente para o local.

O ambiente era de tensão; os milicianos sabiam que fatalmente haveria troca de tiros. O cerco foi montado mas os policiais não encontraram bandidos perigosos e sim 5 crianças brincando de “polícia e ladrão”. Os garotos, com idade de 10 e 13 anos, ficaram assustados ao receberem a chegada rápida do pelotão. Eles brincavam com réplicas de fuzis e pistolas de fabricação caseira. Havia ainda dinheiro de mentira, maconha e papelotes imitando cocaína, onde foi usado achocolatado e leite em pó.

No caderno de contabilidade dos “traficantes mirins”.., constavam os valores de cada droga e o faturamento do dia.

Mas por que esses jovens não representavam a polícia, como antigamente se fazia, e escolheram interpretar o papel de bandido ligado a facção criminosa?

Quando estudei programação neurolinguística, em um dos capítulos é explicado o fenômeno da modelação com crianças da segunda infância, faixa etária dos 7 aos 13 anos. Nessa fase de desenvolvimento humano, o filho modela o comportamento dos pais, ou seja, acaba introjetando, inconscientemente, as atitudes presenciadas dentro do lar.

Por outro lado, esses garotos moradores de comunidades carentes passam a maior parte do dia, desde tenra idade, nas vielas e becos, longe dos pais, muitos deles presos ou mortos pela polícia, por gangues rivais ou desafeto no mundo do crime. Diariamente, presenciam o movimento do tráfico e a venda de drogas como se fosse uma mercado ria legalizada, pois é feita em plena luz do dia, sem nenhum tipo de obstáculo. Jovens aliciados pelo crime portam armas de fogo, usam correntes de ouro, roupas de marca e trafegam com motos e carros reluzentes. Com isso, adquirem respeito(através do medo) da sociedade local.

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Portanto, o modelo de vida desses 5 garotos mencionados, é o mundo do crime, pois é essa a referência que tem em seu processo de desenvolvimento.

Em idêntico ambiente social, as representantes do sexo feminino, na mesma localidade e na mesma faixa etária, frequentam bailes funks usando roupas insinuantes, fazem uso de bebidas alcoólicas e drogas e praticam relações sexuais promíscuas com naturalidade.

Esses jovens não estão no caminho errado; estão no único caminho que lhes foi apresentado.

 

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