A pele como moldura

Como vocês sabem, sou artista realista. Pois fiquem sabendo que quando fazia curso de aperfeiçoamento, a maior parte dos meus colegas de turma era tatuador, que para melhorar sua performance se dedicava a aprimorar o desenho realista, o entendimento de luz e sombra, e as nuances necessárias entre o claro e o escuro. Tudo para dar maior sensação de realismo nas tatuagens que fazia.

Quem pensa que a arte acadêmica é coisa do passado está redondamente enganado, já que se encontra cada vez mais presente na street art e nas tatuagens, duas das correntes mais contemporâneas da expressão artística.

O que se vê atualmente, em termos de arte corporal, é uma verdadeira galeria, onde as obras, cada vez mais elaboradas, são primorosas peças de exposição de arte realista, pois ninguém quer retratar seus parentes, ídolos, animais de estimação, etc que não sejam fiéis aos originais, o que confere ao tatuador uma responsabilidade cada vez maior, razão pela qual estes artistas se vêem obrigados a estudar e se aprofundar cada vez mais na arte dos grandes mestres – acadêmica.

As feiras e concursos que promovem esta febre da tatuagem como expressão social, e porque não dizer meio de comunicação do indivíduo para com a sociedade, tem sido palco de grandes e cada vez mais exigentes competições, principalmente no que se refere a tatuagem figurativa, onde a fidelidade do traçado, olhar e expressões faciais são traduzidas na ponta da agulha, obtendo imagens tridimensionais inacreditáveis.

Há outros estilos de tatuagens, não menos importantes, que poderei falar em outras ocasiões.

Meus colegas de curso me confessaram que o maior desafio tem sido o remake de tatuagens antigas ou mal feitas, onde a criatividade e a responsabilidade de recuperar as peles já tatuadas, assume um compromisso ainda maior.

Têm surgido artistas cada vez mais empenhados nessa função, não só de criar como transformar a emoção, o sentimento, a saudade e o amor em figuras impressas no próprio corpo, fazendo do indivíduo e sua tatuagem uma homenagem que ficará guardada para sempre.

Agenda Cultural

MUBE – MUSEU BRASILEIRO DE ESCULTURA – Duas mostras, sendo a interna “Paisagens Invisíveis” com 11 artistas e a externa com a instalação de Antonio Ewbank, Chico Togni e Edu.

LOCAL: Av. Europa, 218. Fecha 2ª.

QUANDO: Até 29/01/2017 Grátis

FESTIVAL DO PASTEL – Tem pastel para todos os gostos: carne, frango, palmito, pizza, calabresa, doce, salgado, etc. Festival é homenagem aos 463 anos da cidade de São Paulo. Alternativas vegetarianas e veganas também.

LOCAL: Memorial da América Latina – Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 664

QUANDO: Dias 21,22, 25 de janeiro de 2017 Entrada grátis

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