A Copa do Mundo de Futebol terminou no último domingo, dia 15 de julho, com a jovem seleção da França sagrando-se bicampeã mundial. Alguns dizem que a Copa da Rússia foi a melhor edição da competição em todos os tempos. E em muitos aspectos, podemos concordar com essa afirmação. As informações que tivemos pela imprensa mundial é que tudo foi muito bem organizado, o povo russo foi muito hospitaleiro e a integração entre os povos de diversas nacionalidades fizeram uma linda festa de união pelo esporte, mostrando que a paz e o respeito entre diferentes culturas são possíveis.
Infelizmente, não pudemos comemorar o hexacampeonato da nossa seleção. Mas toda luta nos traz uma lição. E através dessas lições é que aprendemos a melhorar e a superar os desafios. O grande escritor José Saramago escreveu: “O que as vitórias têm de mau é que não são definitivas. O que as derrotas têm de bom é que também não são definitivas”. E superação é uma das características mais fortes do povo brasileiro.
Mas hoje quero destacar 03 golaços que, na minha opinião, marcaram essa Copa do Mundo na Rússia.
O primeiro golaço foi o uso da tecnologia em favor de uma competição mais justa. Pela primeira vez na história, o Árbitro de Vídeo – VAR – foi utilizado como apoio para a equipe de arbitragem para esclarecer lances duvidosos que, a olho nu e na rapidez das jogadas, poderiam influenciar erroneamente os resultados. O Árbitro de Vídeo ajudou inclusive a definir um pênalti que gerou o segundo gol da França contra a equipe da Croácia na final do Mundial. Ao todo, foram 17 decisões tomadas com o auxílio do VAR na competição. Claro que, por ser um recurso ainda novo, ajustes são precisos para melhorar a eficácia dessa ferramenta, mas sua importância para se buscar um resultado mais justo é inegável. O importante é apontar que o uso do VAR foi realmente para apoio, sendo que a avaliação final continuou dependendo da análise e da tomada de decisão do árbitro da partida. É a tecnologia auxiliando, não substituindo o homem.
O segundo golaço que quero destacar foi marcado pelo povo brasileiro. Mesmo com tantos problemas, com as terríveis crises financeira, econômica e política, mostrou que o orgulho de ser brasileiro e torcer pela pátria supera e está acima de todas as desavenças e dificuldades. Mas o golaço mesmo a que me refiro foi ver o repúdio dos brasileiros, homens e mulheres, às atitudes machistas e de grave assédio de alguns poucos torcedores contra mulheres russas divulgadas em vídeos pelas redes sociais. Isso serviu para deixar bem claro que esse tipo de atitude não é mais tolerado em nossa sociedade! Os costumes, a cultura, as relações entre os indivíduos evoluem e aqueles que ainda não entenderam isso serão responsabilizados e cobrados pelos seus atos. Não aceitamos mais esse tipo de atitude.
E o terceiro golaço foi protagonizado por uma mulher. Sim, minha amiga, na Copa da FIFA com 32 equipes formadas pelos maiores e melhores jogadores de futebol do mundo, depois de 64 jogos televisionados para mais de 3 bilhões de pessoas ao redor do planeta, o destaque maior da cerimônia de encerramento da Copa foi a presença da Presidente da Croácia Kolinda Grabar-Kitarović. A emoção e o orgulho com que ela cumprimentou os jogadores da seleção croata, vice-campeã do torneio, o respeito com que parabenizou todos os jogadores da França, a grande campeã, impressionou a todos. Desprovida de formalidades, com a camiseta do uniforme do time do seu país, embaixo de uma forte chuva – recusando a proteção de guarda-chuvas que cobriram as demais autoridades, entre elas o Presidente da Rússia, Vladmir Putin, e Emmanuel Macron, Presidente da França – Kolinda foi a grande campeã da simpatia deste Mundial.
Mas a Presidente Croata já havia chamado a atenção de nós, brasileiros, por outra razão. Diferentemente da maioria dos líderes políticos, em especial os do Poder Executivo no Brasil, nos surpreendemos com a atitude de Kolinda que tirou dias de folga para acompanhar os jogos da sua seleção, descontou esses dias de seu salário, pagou por suas passagens em voo comercial para a Rússia, assistiu as partidas da arquibancada junto aos torcedores e foi até o vestiário para cumprimentar os atletas. Uma postura simples, ser uma líder estando junto aos seus.
Mas eu pergunto: qual a razão dessa atitude de uma mandatária ser tão extraordinária para nós? Isso não deveria ser o normal? A desconstrução da figura do político brasileiro ao longo das últimas décadas, com tantos casos de corrupção, de péssimo uso do dinheiro público, com tantos maus exemplos noticiados serviu para a descrença e a desmoralização da classe política perante à sociedade. Como comparação, na Copa do Mundo de 2014 realizada aqui no Brasil, a então Presidente Dilma foi vaiada e hostilizada na cerimônia de abertura. Em 2016, nas Olimpíadas do Rio, o então Presidente interino Michel Temer sequer foi anunciado na cerimônia de abertura.
E esse cenário só será alterado através da ação de políticos sérios, de novas lideranças comprometidas com o bem maior: o cuidado com o ser humano, a luta pelo bem-estar do cidadão brasileiro. É assim que devemos pensar e agir: com seriedade e compromisso regrados pela ética e acreditando que é possível, sim, construir um país mais justo para todos.
Não deixe de mostrar seu interesse por este belo tema nos comentários. Um grande abraço e até a próxima.
Respostas de 4
Parabéns Ana, amo seus artigos ??????
Parabéns a gestora de política pública Ana Karin, o exemplo de mudança que a Câmara dos deputados federais está precisando, para que nosso Brasil possa ser saneado com pessoas do bem e que realizam projetos para nossa sociedades.
Nossa candidata a Deputada federal Ana Karin é 10…Sucesso sempre!!!
Como sempre texto muito bem escrito e ótima reflexão e abordagem desses dias de Copa! PArabens Ana Karin exemplo de mulher !
Parabéns, Ana! Vc disse tudo e mais um pouco nessa coluna. Que o exemplo dessa presidente inspire mais e mais homens e mulheres compromissadas com verdadeiros valores e compromissos em prol do próximo. Abs, td de bom!