Elétricos perdem incentivos nos EUA e engasgam na Europa

Créditos: Carros 2025

No segundo maior mercado mundial de veículos, renda por habitante mais elevada do mundo (salvo países ricos com poucos habitantes como Luxemburgo, Irlanda, Suíça, Noruega e Singapura) e segunda maior frota circulante (290 milhões de veículos leves e pesados), veículos elétricos ficaram sem incentivo federal, logo após a posse de Donald Trump na presidência dos EUA. Nenhuma surpresa neste aspecto, pois era promessa de campanha. Outros estímulos também estão sendo cortados, inclusive uma ainda indefinida proibição total da venda de carros novos apenas com motores a combustão (não híbridos).

Cenário um pouco menos drástico, no entanto preocupante, aprofunda-se na Europa, em especial na Alemanha (maior mercado do bloco): compradores decidiram pensar mais e se empolgar menos. Nada parecido com princípio de rejeição, todavia uma significativa freada de arrumação. O futuro indica que elétricos deverão dividir espaço com híbridos, em especial os plugáveis em tomada. Motores a combustão sem nenhum tipo de hibridização, estes sim, se tornarão uma espécie em extinção nos países ricos.

Já se sabe que a queda de preços vem ajudando os elétricos a encontrar mais interessados e a rede de recarga se amplia a um ritmo ainda insuficiente. Um ponto a observar é quanto custará a energia elétrica no futuro. A revista inglesa The Economist apontou que o custo em eletricidade para produzir apenas um bitcoin (moeda digital) é de US$ 30.000 (R$ 180.000). Por mais que haja alternativas limpas e seguras, é pouco provável que, no futuro, carros elétricos deixem de sentir impacto no, atual, custo de recarga quase simbólico.

Em países de renda média, como o Brasil, o ritmo de migração será muito mais lento. Aqui o termo “eletrificado” tem sido usado mal-usado como sinônimo de elétrico. Isso pouco contribui para atrair novos interessados e a frustração é um inimigo voraz. Também se atribui importância maior que a devida a campanhas negativas (haters ou “odiadores”). São só um reflexo de atitudes de lovers ou “adoradores” acostumados a exagerar ao apontar só vantagens.

Frustrante para ambientalistas. Porém muita sede ao pote, no ditado popular, só podia dar nisso. Uma visão equilibrada mostra que cautela e planejamento sempre fizeram bem e, agora, ainda mais

 

100 anos da GM no Brasil é um marco indelével

Créditos: Autoentusiastas

Menos de 1% das empresas instaladas no Brasil são centenárias. Em 26 de março de 1925 a empresa foi fundada em São Paulo (SP) como Companhia Geral de Motores, tradução literal de General Motors, que surgiu nos EUA em 1908. Especificamente, a marca Chevrolet, nascida em 1911, acabou se integrando à GM de forma dominante em 1918.

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No País a marca Chevrolet tornou-se ainda mais forte, a partir de 1968, com a produção do Opala (primeiro lançamento que presenciei como jornalista “foca”, iniciante em 1967). Seu primeiro automóvel brasileiro era um Opel Rekord, de origem alemã, com motores americanos de quatro cilindros (2,5 litros) e seis cilindros (3,8 litros), logo nacionalizados. O nome era uma fusão de Opel e Impala (sedã americano importado de forma não oficial). Depois seguiram-se sete outros modelos de sucesso: Chevette (1973), Monza (1982), Corsa (1994), S10 e Blazer (1995), Montana (2003) e Onix (2012).

Um marco dos mais importantes foi a construção do maior campo de provas do Hemisfério Sul, em área da antiga fazenda Cruz Alta, em Indaiatuba (SP), inaugurado em 1974. No evento do centenário em São Paulo (SP) a empresa confirmou dez novidades, entre lançamentos e atualizações, em 2025 dentro de seu plano de investir R$ 7 bilhões no País no período 2024-2028. Entre as estreias espera-se o primeiro híbrido básico flex da marca, o Onix.

De forma rápida, surgiu no palco da festa dos 100 anos o elétrico chinês Baojun Yep Plus, que aqui se chamará Spark. Trata-se de um SUV compacto (3.990 mm de comprimento; 2.560 mm de entre-eixos) da marca associada à GM, no maior país produtor mundial de veículos (31,3 milhões de unidades leves e pesadas, em 2024). O modelo terá motor de 102 cv, 18,4 kgf·m e bateria de 41,9 kW·h. Alcance médio estimado de 280 km (padrão Inmetro). Preço vai mirar nos modelos importados da BYD, principalmente.

 

Polêmica sobre isenção do IPVA se amplia entre Estados

Créditos: CNN Brasil

O assunto teve desdobramentos depois de São Paulo criar um programa estadual de incentivos para isenção de IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) nos veículos híbridos flex. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, são 13 os Estados a oferecer algum tipo de benefício aos automóveis, alguns apenas se comprados dentro de seus territórios. Sete isentaram só os modelos elétricos (BA, CE, MA, PE, RN, RS e PB). Três Estados estenderam o benefício para elétricos e híbridos (AL, RJ e MS). Outros dois (SP e MG), mais o DF, têm regras específicas.

Difícil apontar os que estão totalmente certos ou errados. Entre os sete “ligados” nos elétricos, trata-se de opção duvidosa pois estes representam apenas 3% das vendas nacionais (em alguns daqueles Estados bem menos que isso). A intenção pode até ter apelo ambiental, contudo alguns países já desistiram ou cortaram radicalmente os incentivos por desequilibrarem orçamentos públicos.

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Limitar o benefício aos produtos fabricados dentro dos limites do Estado é um ponto controverso, de fato. Em São Paulo, as regras exigem uma tensão elétrica da bateria de no mínimo 150 V, motores flex (etanol e gasolina) e somente para híbridos plenos. Hidrogênio também é contemplado, caso típico de mosca azul. De fato, só a Toyota, por enquanto, é beneficiada, todavia outros fabricantes também vão produzir no Estado naquelas condições.

Não haverá mais discriminação de produção em São Paulo, só agora esclarecido. Em Minas Gerais, a minuta do primeiro decreto enquadrou apenas modelos fabricados dentro do Estado, Fiat neste caso, mas há questionamentos jurídicos. Segregar incentivos para apenas uma marca é complicado, dentro de contexto de equilíbrio da concorrência. Já na capital paulista híbridos básicos (segunda bateria de 12 V) enquadram-se, além de isentos de rodízio.

Enfim, polêmicas não terminaram e embaralham geração de empregos, protecionismo, demagogia e desencontros.

 

Elétrico Yuan Pro apresenta limitações inesperadas

Créditos: InsideEVs Brasil – UOL

Sem dúvida o SUV compacto elétrico da BYD atrai logo pela harmonia e modernidade do desenho. Linhas limpas, elegantes com um pormenor que considero importante: o capô tem extremidade arredondada e, no caso de SUVs, pedestres ficam um pouco menos vulneráveis em caso de atropelamento. Desenho das lanternas traseiras também se destaca.

Na avaliação do dia a dia, sobressai a atmosfera a bordo com bons materiais de acabamento, além de bancos que equilibram conforto e sustentação lateral, além de regulagens elétricas. No console há espaço de acesso lateral, mas portas USB estão mal colocadas para ligar cabo de celular, pois conexão sem fio drena muita capacidade da bateria, o que dificulta em viagens. Tela giratória de 12,6 pol. é vistosa e de boa resolução, embora só permita navegação em posição horizontal.

Não há botões para regulagem de ar-condicionado e seu comando por voz tira algo de atenção nas estradas. Falta saída de ar-condicionado para o banco traseiro, onde há razoável espaço para pernas pelo entre-eixos de 2.620 mm. Ponto fraco: porta-malas de 265 litros, mesmo com estepe de uso temporário. Freio de estacionamento eletromecânico automático nas paradas (auto hold) é outro destaque. Ausências sentidas: frenagem automática de emergência e controle de cruzeiro adaptativo.

Para um carro elétrico o alcance é limitado, além do esperado (menos de 220 km, no teste em autoestradas). E ainda exige o modo Sport, em várias situações. Suspensões macias demais fogem de padrões aceitos no Brasil, apesar do bom comportamento em curvas.

Preço: R$ 182.800

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