Quem já não teve ou conhece quem teve problemas ao passar em buracos (às vezes crateras), desníveis, quebra-molas mal sinalizados e/ou fora das especificações ao trafegar por ruas e estradas brasileiras? O prejuízo pode ser de um ou mais pneus, rodas amassadas ou quebradas, danos graves nas suspensões ou na estrutura do veículo e até acidentes, como ao desviar destes obstáculos.
O Código de Trânsito Brasileiro deixa explícito que a arrecadação de multas deve ser compulsoriamente aplicada em campanhas de segurança e, de forma indireta, na conservação e sinalização de toda a infraestrutura viária inclusive pistas não pavimentadas. Também é o caso do IPVA, imposto estadual sobre a propriedade de veículo automotores. Na prática o dinheiro arrecadado vai para o Tesouro e se transforma numa caixa preta.
Entretanto, é possível pedir indenização junto à autoridade com jurisdição sobre a via (municipal, estadual ou federal) ou mesmo das concessionárias que cobram pedágios. Neste último caso é raro acontecer problemas porque a conservação da via costuma ficar mais barata do que a intervenção tardia com custos maiores.
Facilita contratar um advogado e se munir de provas como fotos (do buraco e dos danos ao carro), de possíveis testemunhas e formalizar queixa para obter o boletim de ocorrência. Depois, orçar o conserto em mais de uma oficina e anexar os recibos ao processo. Se o acidente, ao tentar desviar do obstáculo, envolver outro veículo tudo deverá estar documentado. Pode-se incluir o segundo prejudicado na ação de perdas e danos.
O problema dos buracos, em escala bem menor, ocorre em outros países, porém o desfecho costuma ser diferente. Na Grã-Bretanha a revista What Car teve acesso ao valor das indenizações. Entre 2018 e 2021 foram pagas 12.991.216 libras esterlinas (R$ 84 milhões) em compensações aos britânicos.
Houve mais de 145.000 processos. A revista entrevistou 470 motoristas com danos aos veículos nos últimos 18 meses. Dois terços deles estavam cientes que poderiam reivindicar indenização pelo prejuízo, porém só 10,2% haviam tomado providências.
O valor médio das compensações financeiras foi de 347 libras esterlinas (R$ 2.255), enquanto o custo médio de reparo na pista era de apenas 47 libras esterlinas (R$ 305). Demonstra que sempre fica mais barato consertar do que indenizar.
Segundo o RAC (Automóvel Clube Real) o número de veículos danificados mais que dobrou em 10 anos.
Bom espaço interno e caçamba versátil na Montana
Em novo capítulo da estratégia da Chevrolet, que dura um ano de revelação em etapas da inteiramente nova picape intermediária Montana de cabine dupla houve apresentação estática em estúdio. Observada sem nenhum disfarce, na versão de topo Premier, o impacto visual é muito positivo. Até parece maior do que as linhas externas sugerem (4.720 mm de comprimento). Nas fotos, a frente se assemelha à da Toro, mas ao vivo apresenta diferenciação como proporções da grade tripartida.
Vista de perfil agrada o desenho da caçamba com laterais um pouco mais altas para ganhar volume útil (874 litros declarados). Uma caixa disponibilizada como acessório organiza diferentes itens e aumenta a versatilidade da caçamba, que conta com oito argolas para amarração. Distância entre eixos e capacidade de carga ainda não reveladas, mas certamente inferiores às da Toro, picape maior que carrega até uma tonelada, contra estimados 650 kg da Montana.
Rodas de liga leve de 17 pol. têm desenho bonito e pintura escura na versão de topo Premier. Pneus são Michelin Primacy 4, na medida 215/55R17, especialmente desenvolvidos para o modelo. Suspensão traseira é por eixo de torção e molas helicoidais com batentes de Cellasto de duplo estágio. Falta rodar com a picape para conferir sua dirigibilidade.
No interior, o motorista identifica logo o aspecto geral do Tracker. Central multimídia de 8 pol. integra-se ao quadro de instrumentos, mas este não é digital nem colorido. Há conexão sem fio para Android Auto e Apple CarPlay, wi-fi dedicado e rastreamento OnStar. Carregamento do celular por indução disponível só na versão Premier. Nesta os bancos são revestidos em material que imita couro (LTZ, parte central em tecido).
Acomodação no banco traseiro destaca-se pelo bom espaço para pernas e cabeça, assoalho quase plano e inclinação do encosto mais próxima de automóvel do que de picape. O fabricante afirma que o espaço para joelhos é 10 mm maior do que o da Toro. A conferir.
Motor tricilindro 1,2 L turbo flex é o mesmo do Tracker: 133 cv (E)/132 cv (G) e 21,4 kgf.m (E)/19,4 kgf.m (G). Câmbio automático epicíclico de seis marchas, porém versões de entrada (mais orientadas para trabalho e ainda a serem lançadas) oferecerão câmbio manual de seis marchas.
Entregas da Montana começam em fevereiro próximo por R$ 140.490 (Premier) e R$ 134.490 (LTZ).
ALTA RODA
SUV ELÉTRICO BYD Tan de sete lugares surpreende tanto pelo porte — 4.870 mm de comprimento — quanto pelo conforto — distância entre eixos de 2.820 mm — e também por seu nível de equipamentos. Há alguns exageros, como a enorme tela do multimídia de 15,6 pol. ajustável em posição (horizontal e vertical) e uma falta importante: nada de Android Auto ou Apple CarPlay. Em uso no dia a dia, os dois motores (um para cada eixo) entregam 517 cv e 69,3 kgf.m, o que até faz esquecer os 2.475 kg de massa total. Suspensão e direção não alcançam nota 10, mas também não decepcionam. Porta-malas tem volumes declarado de nada menos que 940 litros com a terceira fileira de bancos rebatida. O Tan vendeu 170 unidades até novembro, pouco menos que o Abarth 500e (195 unidades).
AINDA no campo de veículos avantajados nada se compara à picape Ram 3500 cabine-dupla: 6.066 mm de comprimento, entre-eixos de 3.785 mm, 2.039 mm de altura, 3.600 kg em ordem de marcha e caçamba de 1.280 litros. O motor é Cummins Diesel de 377 cv e torque brutal de 117,3 kgf.m para uma carga útil de 1.752 kg e capacidade de rebocar 9.021 kg. Um lote de 100 unidades batizada de Yellowstone Edition, em referência à série de TV paga da Paramount+, chegou dos EUA, tendo como base a versão Limited Longhorn. No entanto, para dirigi-la é necessária carteira de habilitação categoria C, exigida para motorista de caminhões. Preço: R$ 554.990.
**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.
Imagem 01: JRS Digital
Imagem 02: Seguro Auto Org
Imagem 03: Chevrolet
Imagem 04: Roberto Assunção