Fernando Calmon: Picape Maverick surpreende pela agilidade de automóvel

O mercado de picapes no Brasil cresceu ao longo do tempo e se diversificou. Passou também por evoluções. De cabine simples para estendida e dupla; de duas, três e quatro portas; compacta, intermediária, média e pesada. Em 2021, pela primeira vez, o veículo mais vendido foi uma picape, a compacta Strada, em suas várias versões. Em ano atípico de escassez de chips semicondutores, o modelo teve oferta firme e o reconhecimento de sua versatilidade.

A Fiat lançou a primeira picape derivada de automóvel (o 147), em 1978 e a primeira intermediária (Toro), em 2016. Esta manteve-se sem concorrentes, mas agora estreia a Maverick que a Ford importa do México. A proposta dos dois modelos assemelha-se: ambas têm construção monobloco. Enquanto a Toro oferece nove versões, a Maverick apenas a de topo, Lariat, com motor a gasolina turbo de quatro cilindros, 253 cv/38,7 kgf.m, câmbio automático de oito marchas e tração 4×4 permanente. Preço: R$ 239.990.

O modelo da Ford tem mesma base do Bronco Sport, porém a distância entre-eixos é bem maior: 3,08 m. Isso já garante espaço interno, de fato, generoso. Na frente, do banco ao teto 1,02 m e atrás, 1 m. Também há bom espaço longitudinal para pernas atrás: 0,94 m. Quatro pessoas viajam com conforto, enquanto a posição central do banco traseiro é mais adequada para crianças em razão do túnel da árvore de transmissão e do console que inclui duas portas USB (A e C).

Uma característica interessante da Maverick é o rebatimento para trás (90 graus) do assento do banco traseiro. São 73 litros de espaço adicional, de fácil higienização e permite transportar itens molhados.

A posição de guiar é a melhor deste segmento com ajustes elétricos do banco do motorista e regulagem de altura e distância do volante. O apoio de braço central inclui bom nicho para pequenos objetos. Tela multimídia de 8 pol. com Android Auto e Apple CarPlay, duas portas USB (A e C), integração ao aplicativo Fordpass Connect e abertura elétrica do vidro traseiro corrediço da cabine. Do lado de fora é possível abrir as portas por meio de um teclado de combinação numérica, exclusividade da Maverick.

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No lugar da alavanca do câmbio automático há um botão giratório, fácil de operar. No console estão seis botões: freio de estacionamento eletromecânico, auto-hold, controle de tração, controle automático de descida, seletor dos modos de direção e liga-desliga. São cinco modos de condução: normal, lama/terra, areia, rebocar/transportar e escorregadio. Pacote de segurança inclui sete airbags, frenagem autônoma com detecção de pedestre e ciclista até 50 km/h, farol alto automático e câmera de ré. Faltou sensor de estacionamento dianteiro.

Caçamba tem bons 943 litros, tampa de acionamento leve, três ângulos de abertura, trava elétrica e capaz de suportar 250 kg. A capacidade total de carga é de 617 kg e de reboque, 499 kg.

Numa primeira avaliação, chamam a atenção o fácil acesso à cabine, a precisão com que a direção responde e o desempenho. A fabricante indica aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 7,2 s. Passa a sensação bem agradável de, mais do que uma picape, parecer um sedã grande com caçamba pelo modo como se comporta em curvas, acelera e freia.

Renegade reestilizado ganha bastante em desempenho

Sete anos depois de ser lançado e liderar o segmento de SUVs compactos, o Renegade 2022 apresenta mudanças estilísticas e novo conjunto mecânico agora apenas com o motor turbo flex (versão Diesel foi extinta). Embora a Jeep não o tenha apresentado como segunda geração, as alterações atingiram o objetivo de atualização.

A frente recebeu para-choque e faróis de neblina redesenhados, grade um pouco maior, enquanto os faróis principais agora são de LED em todas as versões e com elementos internos diferenciados. As rodas de liga leve de 17 até 19 pol. são novas e as carcaças dos retrovisores também mudaram. Atrás, para-choque e lanternas evoluíram. Por qualquer ângulo dá para identificar o que mudou.

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Internamente o volante agora é igual ao do Compass. Carregamento por indução para celulares tem resfriamento por uma saída do ar-condicionado. Frenagem autônoma de emergência pode evitar ou mitigar colisões, mas não identifica pedestre e ciclista. Também há monitoramento de ponto cego e aviso de tráfego traseiro em manobras de ré. Comutador automático de farol alto e assistência para estacionar são de série nas versões de topo. Há seis airbags de série (sete, nas versões 4×4).

O Renegade é a nova referência em termos de desempenho, na sua categoria e até superiores, graças ao motor de 1,3 L, 185 cv (E)/180 cv (G) e 27,5 kgf.m de torque. A fabricante informa aceleração vigorosa de 0 a 100 km/h em 8,7 s com etanol. Consumo, referência Inmetro: etanol 7,7 km/l (cidade) e 9,1 (estrada); gasolina, 11 km/l e 12,8 km/l, respectivamente.

Os preços vão de R$ 123.990 a R$ 138.990 (4×2, câmbio automático de 6 marchas). Tração 4×4 e automático de 9 marchas, R$ 163.290.

Fernando Calmon

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Imagem: Foto Divulgação Internet

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