Embora com alguns significativos avanços sobre relacionamentos, ainda se faz presente em muitos casais a tendência de posição do lado frágil.
A mulher seria o sexo frágil, mas pense quando você tem um homem doente em casa, o cara parece um neném, pode até ser uma gripe. Quem fica frágil neste caso, a mulher de coloca na posição segura de protetora e cuida do marmanjo.
Não acredito que homem e mulher possam disputar quem realmente dispõe de mais fragilidade. O que importa nesta avaliação é que as pessoas precisam entender que ambos os sexos são diferentes.
Quando se caminha nesta linha de compreensão, não há sexo vitimado pelo outro, nem uma disputa pela audiência, apenas uma saudável manifestação da elevação da auto-estima, da confiança mutua, de uma cooperação ampliada e um sentimento mais promissor.
O que era ressentimento e desconfiança vai se transformando em coisas mais nutritivas, que possam realmente alimentar e dar mais vida ao relacionamento.
Um relacionamento não tem de ser necessariamente uma batalha ou um duelo de sexos na busca da razão. Não existe razão em casos de amor, o próprio amor vem meio sem razão. Por mais explicação que se busque, todas nos levam a uma inexplicável maneira de encarar os fatos.
Resistir ao fato das diferenças entre os sexos ou tentar mudá-las é uma árdua e cansativa luta contra algo que não se pode vencer, apenas compreender e aprender a conviver.
As disputas sem esta compreensão podem ocorrer pelas coisas mais simples e torná-las a cada muito reais problemas complexos. Por outro lado, ao lembrar da realidade da diferença, as pessoas podem fazer ajustes em seu comportamento e produzirem respostas mais adoráveis do que desprezíveis.
Estar com boas intenções para com alguém não é mais o suficiente, talvez no tempo de nossos pais e avós, mas hoje a boa intenção para com alguém é apenas uma das coisas que precisamos ter para dar inicio a manter um relacionamento. O amor não mais se mantém somente pelo sentimento que causa inicialmente.
Ele é um elemento vivo, e como todo elemento vivo sofre transformações a todo o momento e quando não encontra o oxigênio que lhe faz respirar, assim como todo elemento vivo, faz uma triste despedida. Ele é tão cheio de vida que parece eterno e tão estranho de se entender que tentamos agarrá-lo e não vivenciá-lo de uma maneira que possamos aprender com ele. O respeito pelas diferenças é a primeira oportunidade que o amor precisa para dar inicio ao seu ciclo.
Homens reclamam das mulheres, as mulheres reclamam dos homens, um tempo precioso desperdiçado. O caminho seria procurar entender as razões da mulher pensar redondo e o homem pensar quadrado. Quem conhece a causa consegue aperfeiçoar o efeito.
As diferenças muitas vezes nos incomodam pelo fato de nos despertarem de hábitos que nos adormecem para uma realidade que precisa de esforço e empenho para ser vivida ou nos colocam de frente com partes de nós mesmos que desprezamos e julgamos imutáveis.
Insistir num confronto no lugar de um encontro de diferenças é golpear o amor em doses pequenas e duradouras de um suposto remédio que irá um dia se transformar em veneno.
O verdadeiro lado frágil do amor, não está no homem ou na mulher, está na maneira pela qual eles decidem conduzir suas vidas unidas. O lado frágil do amor é aquela parte do relacionamento que por alguma razão ao invés de cultuar nós agredimos, ao invés de afagar nós ofendemos.
O amor é forte para enfrentar qualquer coisa que tente dissolve-lo, mas é frágil em relação as duas partes envolvidas quando elas o ignoram fazendo ofensas entre si, ou mesmo desprezando aquilo que fizeram de melhor.
A lado frágil está em nossas atitudes quando ao invés de nos unir e aproximar da pessoa nos afasta silenciosamente. O lado frágil não reclama, apenas sente a dor, uma dor que o faz pequeno a cada momento e aumenta o vazio dentro do coração. Mais frágil que um dos sexos é o sentimento que cultuam entre si, forte o bastante para causar fortes emoções, mas fraco quando não respeitado e tratado com indiferença.
Existem coisas muito difíceis de serem praticadas num relacionamento, mas são extremamente necessárias.
Imagem: Freepik