Como fazer negócios entre mulheres …confesso que fiquei surpresa com o tema da palestra que iria proferir num evento para mulheres, afinal, nunca tinha parado para pensar no assunto, deve ser porque às vezes vivemos no automático e nem reparamos que existem diferenças nos comportamentos.
Todo mundo sabe o que é networking, uma rede de contatos criada para construir relações de interesses profissionais, facilitar oportunidades de negócios, dar visibilidade profissional, propiciar parcerias institucionais e recolocação no mercado de trabalho.
Networking vale ouro, abre portas e conecta pessoas.
Num grau mais humanizado, encontramos o netweaving, uma rede de pessoas empenhadas em criar laços de amizade e comerciais, sem interesses e com afeto.
Este termo apareceu pela primeira vez num livro chamado “The heart and art of netweaving”, cujo autor, Robert Litell, um consultor americano propôs uma nova maneira de tratar as pessoas no mercado laboral, baseado em aproximações sem compromisso, com escuta ativa, empatia e solidariedade.
É um ganha-ganha, sem perdedores ou exploradores.
A primeira vez que ouvi falar sobre netweaving pensei nas mulheres e na forma como nos relacionamos para fazer negócios.
Alguém já percebeu que começamos conversando? Queremos conhecer um pouco da sua vida, da sua história.
Numa reunião online com um grupo de investidoras da América Latina, uma delas assim que entrou pediu desculpas pois não estava se sentindo bem, havia acabado de perder uma amiga… pronto, reunião paralisada, começamos a perguntar se podíamos ajudar de alguma maneira, tentamos consolar, choramos junto com ela e só então retomamos a reunião.
Nem preciso dizer que os resultados financeiros foram excelentes, muito além das expectativas, agora não éramos mais ilustres desconhecidas, havíamos criado vínculos reais e consistentes.
Já ouviu a frase: Mexeu com uma, mexeu com todas? Pois é, as mulheres se unem em diversas situações e são capazes de girar a roda da economia e de transformar realidades.
Quando uma mulher abre seu próprio negócio ela contrata outras mulheres, quando uma mulher gera receita ela investe primeiramente em educação e saúde, desta forma colabora para um país mais próspero, justo, inclusivo e com diversidade.
Um levantamento realizado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) apontou em 2022, um contingente de aproximadamente 10 milhões de mulheres empreendedoras no Brasil, sendo que 45% delas são chefes de família, ou seja, a maioria se tornou empreendedora por necessidade, para sobreviver.
Uma das melhores maneiras de começar a fazer negócios com mulheres é participando de um clube ou organização onde você desenvolve ações de impacto positivo, onde você pode divulgar o seu produto ou serviço, onde sua fala não é interrompida, onde você não é invisível.
Provavelmente você já deve ter notado a diferença de resultados quando você vai numa reunião onde a predominância é masculina e você mergulha num mar de ternos e gravatas tentando explicar o que faz, entregando seu cartão que às vezes é esquecido na mesa.
Num grupo de mulheres, você sente pertencimento, compromisso e sororidade.
Fazer negócios de mulher para mulher inclui muita troca e aprendizado, somos intuitivas, temos percepções, radares ligados e faro para descobrir novidades.
Somos corajosas e resilientes, dizem que somos imparáveis, estamos acostumadas a ser como a fênix, que renasce e se reinventa.
Somos sonhadoras, somos as mulheres que apoiam outras mulheres, que ensinam como ganhar dinheiro para se tornar independente e livre dos algozes.
Mulheres inteligentes não precisam competir, valorizam o trabalho de outras mulheres, abrem portas onde só haviam muros, constroem pontes de amizade verdadeira.
“A humanidade sempre teve medo de mulheres que voam, Sejam elas bruxas, sejam elas livre.”
Desejo abundância de recursos, de negócios e de prosperidade a todas vocês!
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