Desde crianças somos incentivadas a competir, a ser a melhor da classe, tirar as melhores notas, ter o cabelo mais bonito, o corpo mais perfeito.
Seguimos padrões de comportamento, queremos pertencer a um grupo, buscamos aceitação e amor.
Vejo pais dizendo para os filhos que eles precisam ser vitoriosos, que só podem entrar numa competição se for para vencer.
É inegável que essas crianças estão fadadas a serem adultos infelizes e problemáticos.
Somos todos imperfeitos, erramos muito, tropeçamos, caímos e principalmente passamos por inúmeras perdas.
Tenho amigas que são competidoras profissionais, atletas de esportes coletivos ou individuais e com elas entendo o que é competição de verdade.
Diferente de ficar com inveja, puxar o tapete, fazer fofoca ou criar armadilhas, o atleta olha para si mesmo.
A competição é interna, é treinar, se espelhar nos campeões, respeitar o adversário.
O foco é melhorar para você mesmo, não é se exibir para outros, é se alegrar com cada pequena conquista, é cuidar das dores sem reclamar, entender que ganhar é consequência de muito empenho, trabalho e dedicação e perder faz parte da vida.
Atualmente uma palavra muito usada e pouco entendida é sororidade. A primeira vez que ouvi foi em 2017, numa organização mundial de mulheres empresárias onde elas a praticam desde 1945. A palavra sororidade vem de soror que quer dizer irmã e quem estudou em colégio de freiras lembra bem disso.
Nessa organização aprendi que Irmandade implica em respeito, hierarquia, empatia, união, ajuda mútua sem competição.
Irmandade também significa defender a família, e aí vem aquela história… você pode discordar, discutir, pode até brigar, mas se alguém de fora falar mal de alguém da sua família, a sua reação é virar uma fera.
Tenho uma irmã que é o meu oposto, somos completamente diferentes, inclusive fisicamente, ela é uma superdotada que passou no vestibular de Medicina aos 15 anos de idade, e se na época eu resolvesse competir com ela, provavelmente teria me tornado uma pessoa infeliz, afinal, seria impossível atingir ou superar suas vitórias. Ao invés disso, sinto até hoje um orgulho imenso por ser sua irmã.
Competir é saudável quando possibilita o seu desenvolvimento pessoal, quando ao invés de querer ocupar o espaço do outro você descobre um caminho só seu e se transforma numa líder que não quer seguidores ou imitadores mas quer ajudar outras mulheres a também ocuparem cargos de liderança.
Competir implica em lutar, sofrer, perder, comemorar vitórias, ter disciplina, persistência e foco.
Você pode perder dinheiro, paciência, tempo, mas nunca perder a fé, o amor e a esperança.
Lilian Schiavo
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