Concordo plenamente quando dizem que dia das mães é todo o dia e que amor de mãe é incondicional, sei que a data é extremamente importante para o comércio varejista assim como para os restaurantes que ficam lotados.
Fui pesquisar a origem da data e descobri uma história de mãe e filha.
Nos Estados Unidos, Ann Jarvis foi uma ativista que dedicou sua vida ao trabalho social e criou o Mother’s Day Work Club, uma instituição com o objetivo de disseminar técnicas de higiene e saneamento para diminuir a mortalidade infantil .
Durante a Guerra de Secessão, Ann Jarvis socorreu os soldados feridos, sendo que após o término do conflito, o clube de mães criou o Mother’s Friendship Day (Dia das Mães pela Amizade), uma data para celebrar a paz entre as famílias dos soldados que lutaram de lados diferentes.
Ann Jarvis faleceu em 9 de maio de 1905. Sua filha, Anna Jarvis queria homenagear sua mãe e dedicou vários anos de sua vida para criar uma data comemorativa que homenageasse todas as mães. Em 1914 o Congresso Americano estabeleceu o segundo domingo de maio como a data para celebrar o Dia das Mães, no Brasil a mesma data foi oficializada através de um decreto assinado em 1932 no governo de Getúlio Vargas.
Sem dúvida, uma história de engajamento e luta das duas mulheres, uma história de idealismo, compaixão, empatia, reconhecimento e gratidão.
Lembrei da minha mãe, a Dra. Olga, uma mulher à frente do seu tempo, uma médica formada pela USP em 1954, uma feminista divertida que usava blusas psicodélicas transparentes, óculos gigantes e cabelos curtos encaracolados, uma mãe que me presenteava com livros e me dizia com toda autoridade que eu era livre para escolher meu caminho, mesmo que não fosse exatamente o que ela queria.
E foi assim que cresci, uma rebelde feliz, a filha que escolheu cursar arquitetura numa família que só tinha médicos, a que casou com um italiano numa família de samurais, a que gosta de desafios, a que trilhou caminhos totalmente inesperados e viajou por lugares exóticos.
Atualmente, minha mãe mora no céu e faz muita falta, todos os dias agradeço por ser sua filha, tem dias que me pego conversando com ela, tem dias que acordo e me assusto ao encontrá-la no espelho, estou igualzinha a ela. Em dias nublados lembro que ela dizia que me amava tanto que poderiam me colocar dentro dos seus olhos e não iria doer, nessas horas eu ainda criança, pensava: se um cisco incomoda tanto, imagina um objeto maior… É, mãe tem dessas coisas, inventam declarações inimagináveis, amam de um jeito inexplicável e fazem coisas mirabolantes para ver os filhos felizes.
Baita orgulho da minha mãe! Ela me ensinou a lutar, a não desistir, a acreditar, quando eu caía ela ria, só para mostrar que ao invés de chorar eu devia rir junto e levantar, sem dramas ou reclamações, afinal, a vida não é fácil para ninguém.
É, o dia das mães merece ser comemorado! Tenho certeza que enquanto lia este texto você se identificou como mãe ou como filha, afinal, mudam os nomes, mas os sentimentos de gratidão e amor são iguais.
Mães erram, exageram, mas tudo com a melhor as intenções, ser a melhor que já existiu!
“O amor de mãe por seu filho é diferente de qualquer outra coisa no mundo. Ele não obedece lei ou piedade, ele ousa todas as coisas e extermina sem remorso tudo o que ficar em seu caminho.” Agatha Christie
Lilian Schiavo
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Imagem: Prosa Amiga