Provavelmente você deve ter ficado intrigada com o título deste texto, mas vou explicar o que aconteceu comigo esta semana.
Pela primeira vez, após alguns anos, as pessoas saíram para comemorar nas ruas, nas praias, nos hotéis, como uma volta ao passado, lembrando da época em que era normal se aglomerar, pular ondas e sair abraçando todo mundo.
Da mesma forma, os eventos voltaram a ser presenciais e a caixa de e-mails lotou de convites, alguns fora da cidade.
Assim como o resto do universo, utilizo o WhattsApp para dirimir eventuais dúvidas, afinal, é uma forma de comunicação informal, rápida e eficiente.
Costumo iniciar as conversas com uma saudação do tipo olá, como está?
Parece banal, mas pela primeira vez ao fazer a pergunta, obtive uma resposta real, com um relato espantoso de tudo que aconteceu no final de ano…
É, estamos sujeitas a passar por períodos tristes e às vezes a realidade ultrapassa a imaginação, então, ouvi um enredo que parecia ter saído de um filme, de uma novela mexicana ou um seriado coreano, daqueles que você assiste com lágrimas nos olhos e uma caixa de lenços de papel.
Imediatamente me transformei num ouvido gigante, pronta para ouvir mais do que falar, exercendo a escuta ativa, a compaixão e empatia, me colocando no seu lugar para sentir suas dores.
Após um longo desabafo, ela; que é uma executiva de sucesso; uma líder reconhecida, me pediu desculpas por achar que tinha extrapolado, contou que a sensação agora era de alívio, foi como abrir uma torneira, as palavras jorraram sem censura.
Ela explicou que fui a única pessoa a perguntar como ela estava…
Em que mundo vivemos?
Fiquei pensando no que nos tornamos, em pessoas que precisam provar que estão vivas, que não são robôs, em profissionais que apesar da esmerada educação recebida nos bancos universitários esquecem de perguntar como o outro se sente.
Eu pretendo continuar a ser um ser humano, gente que gosta de gente! Gente que se importa com o outro, que liga para a amiga mesmo sem ter assunto, só para falar um oi.
As relações empresariais não precisam ser frias e desprovidas de sentimentos, os líderes não precisam fazer de conta que são super-heróis com poderes extraterrestres.
Podemos e devemos pedir ajuda quando nos sentimos frágeis, tristes ou doentes, não precisamos nos esconder atrás de máscaras.
Somos seres humanos, com dias bons e outros ruins, com manhãs onde precisamos de um colo e um abraço, um balde enorme de café e uma palavra de conforto e esperança.
No final da conversa, até pedi desculpas para o caso de ter sido invasiva, afinal, conforme ouvia, ia perguntando se havia algo que pudesse fazer.
O resultado é que muito além de uma relação profissional agora nos tornamos amigas, daquelas capazes de se entender com o olhar ou com um gesto.
Já tirei as minhas dúvidas sobre hospedagem, programação do evento e estou feliz pois finalmente vamos nos conhecer pessoalmente… a verdade é que passamos a pandemia em reuniões online, com muita seriedade e profissionalismo, executando ações conjuntas e planejando o futuro.
Atrás de todo CPF ou CNPJ existe uma pessoa, fabricamos ou vendemos produtos para pessoas, os clientes, funcionários e fornecedores são pessoas, então vamos humanizar nossas relações, tenho certeza que os resultados serão extraordinários.
“O ser humano possui um importante valor…Por mais que o rotulem e avaliem, ele continua sendo, acima de tudo, uma pessoa. ” Carl Rogers
**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.
Imagem: Freepik
Respostas de 2
Parabéns Lilian Schiavo. Cada vez que leio seus textos e depoimentos, me sinto melhor e mais orgulhosa de te conhecer. Obrigada por deixar eu fazer parte da sua trajetória!❤️❤️❤️❤️
Pertinente e totalmente de acordo com o que penso e vivo.
Cada dia é um presente maior partilharmos dos mesmos princípios e propósito.
Quero ser presente e presença na OBME. Parabéns por suas iniciativas, Lilian!