Jorge Lordello: Telemarketing do crime

Como se atualmente os problemas fossem poucos, os golpes envolvendo cartões de crédito e de bancos estão se difundindo em ritmo alarmante. Estelionatários criaram o que chamo de “telemarketing do crime”. Ficam 24h tentando fazer com que os clientes de cartões se tornem suas vítimas. Muitas são as modalidades, mas uma que descobri esta semana me chamou atenção.

Algumas pessoas que caíram no golpe, e que entrevistei, me disseram que durante conversa por telefone com suposto atendente da empresa operadora do cartão magnético, lhes foi pedido, por questão de segurança, que ligassem para o 0800 da empresa.

Esse tipo de pedido, em tese, garante que a pessoa que ligou não é golpista e sim funcionário. Ledo engano.

As vítimas com as quais conversei, alegaram que, atendendo o tal pedido, telefonaram imediatamente para o PABX da empresa e mesmo assim foram vítimas de golpes. Na visão dessas pessoas, os golpistas são tão sofisticados que, provavelmente, clonaram a linha telefônica e assim tiveram acesso à conversa e, por conseguinte, também à senha pessoal do cartão.

Na verdade, isso não ocorre. É mais uma lenda urbana! O truque é outro.

Descobri que os golpistas usam artimanha até que simples. Entenda o enredo criminoso!

O “falso” atendente liga e pergunta se a pessoa aprova débito no valor de R$ 3.500,00 referente a compra que está sendo feita em um shopping naquele instante. O cliente, apavorado, diz que não reconhece, é claro.

O atendente então o acalma dizendo que a compra será cancelada, mas que, para tanto, será necessário confirmar seus dados cadastrais. Ato contínuo, orienta a pessoa a, por questão de segurança, ligar para a central da operadora 0800, cujo número está no verso do cartão.

É natural que o preocupado cliente faça de pronto a ligação para a central. Aí que mora o perigo.

O falso atendente, na verdade, não desliga a linha, muito pelo contrário, segura a linha telefônica.

Ao digitar o número da central do cartão, a vítima não percebe esse detalhe e passa a ouvir “musiquinha” solicitando que aguarde o atendente. Isso é feito para gerar credibilidade ao golpe. Rapidamente, surge outra pessoa na linha e pergunta o que deseja. O cliente conta tudo o que aconteceu.

Ao final, o golpista solicita a confirmação de dados e por último pede que digite a senha pessoal no teclado. Com um simples aparelho de verificação de tom do outro lado, o estelionatário consegue capturar a senha e assim passa a ter todos os dados para realizar compras em nome da vítima.

Portanto, o leitor deve ficar muito atento, pois a única certeza é que de uma hora para outra pode receber telefonema da operadora de cartão. Então, será preciso muita atenção e perspicácia para descobrir se é golpe ou não. 

JORGE LORDELLO

Imagem enviada pelo colunista.

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