Outra taxa muito famosa é a Selic — também conhecida como “juros básicos” da economia —, muito utilizada como forma de controlar a inflação ou aquecer a economia, dependendo como se encontra a situação do país. A Selic vira notícia periodicamente quando sua meta é definida nas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
No texto não irei aprofundar explicações sobre a Selic; o que importa aqui é a seguinte informação: o valor do CDI e da Selic costumam ser próximos. Para se ter uma ideia, o maior “descolamento” recente entre as duas taxas foi em 2013, com uma diferença de apenas 0,17%. Nos últimos tempos, o CDI tem ficado em torno de 0,02% abaixo da Selic, o que permite considerar as duas taxas como praticamente idênticas.
Para ilustrar porque essas duas taxas caminham tão próximas, vamos a mais um exemplo: imagine que um banco A precisa de dinheiro e, para isso, oferece um CDI para o banco B, que tem recursos sobrando em caixa.
Se a taxa proposta é menor que a Selic, o banco B pode simplesmente negar a oferta e preferir emprestar dinheiro para o governo, por meio da compra de títulos públicos, e receber uma remuneração calculada com base na Selic. Por isso, uma taxa próxima a ela é uma forma de garantir a viabilidade do empréstimo.
Entretanto, o banco A também não pode oferecer juros muito maiores que a Selic.
Como veremos adiante, o CDI serve como referência para remunerações do mercado financeiro. Ou seja, subir essa taxa resultaria em elevar a taxa CDI calculada e, consequentemente, pagar juros maiores a quem investe em produtos de renda fixa, o que não é interessante para os bancos.
Na próxima semana falaremos mais sobre isso. Até lá!