A semana que passou foi marcada por muitos clicks no Portal do Andreoli. Luiz Andreoli e Dayanna Andreoli, foram fotografados em um ensaio de muito estiloso, por duas grandes profissionais do ramo, a fotógrafa Silmara Moreno e a maquiadora Bianca Lima.
Em um bate-papo especial com a fotógrafa Silmara, mergulhei em um universo mágico da fotografia, onde percebemos que a imagem pode e vai muito além do que as lentes e os olhos podem captar. Na coluna de hoje, vamos conhecer um pouco mais da vida e da carreira da Silmara, uma fotógrafa focada no tema pessoas, famílias e amor.
Silmara, eu soube que você tem uma história linda relacionada à sua profissão. Então, queria que você nos contasse como surgiu seu interesse pela fotografia, o que motiva você, e como você realiza esse trabalho todos os dias!
Silmara – Sempre tive um interesse genuíno pela história das pessoas, principalmente pelas histórias de família. Eu amava ouvir minha avó contando sobre como a minha família começou, perco a conta em dizer quantas vezes eu pedia para que ela me contasse sobre como ela e meu avô haviam se conhecido, sobre as dificuldades que enfrentaram para ficar juntos, sobre as gestações e os enjôos de cada uma delas, sobre o desejo terem um menino depois de três meninas, e como foi realizar esse desejo por meio da adoção.
Lembro de perguntar se existiam fotos daquela época e sempre obter como o “não’’ como resposta, pois naquele tempo a fotografia não era muito acessível. Então eu tentava imaginar e apesar de ser muito criativa, sempre achava que faltavam detalhes para contar aquela história. Acho que toda criança gosta de ver fotos da família. Quando eu era criança, passava horas revendo fotos do casamento dos meus pais, e fotos dos meus pais me carregando no colo.
Os anos se passaram, pensei em muitas profissões, porém, por mais que eu amasse apreciar fotos, e ter fotos de momentos importantes, nunca havia conseguido pensar na fotografia como profissão, pois sou deficiente e existiam dois pontos que teoricamente me limitariam: eu achava que não aguentaria segurar o peso de uma câmera, e também pelo fato do botão do click ficar do lado direito da câmera, justamente o lado do meu braço deficiente.
Até que um dia, eu estava trabalhando em uma multinacional, e de repente me senti sufocada com aquele mundo corporativo. Na época eu fazia faculdade de engenharia e comecei a pensar se realmente queria passar o resto da minha vida fechada nem um escritório envolvida em uma reunião atrás da outra. Lembro de ter feito uma oração silenciosa pedindo para Deus um caminho, já que eu não conseguia me ver passando os próximos 30 anos fechada em um escritório, usando roupas sociais, salto, tendo que seguir regras até de como meu cabelo deveria ser. Naquele instante, olhei pela janela, que era uma parede toda de vidro, e vi borboletas amarelas voando, parei de digitar a planilha e fiquei observando, naquele instante me vi segurando uma câmera fotográfica (sei que parece loucura), mas eu tive uma revelação.
A partir daquele instante comecei a pesquisar sobre escolas de fotografia e câmeras fotográficas, eu já nem conseguia mais me concentrar na planilha que eu tinha que entregar. A fotografia gritava dentro de mim.
No final do expediente nem fui para a faculdade, precisava ir para casa conversar com o meu esposo sobre o curso de fotografia, sobre fotografar famílias, sobre me dedicar a contar histórias com delicadeza.
Meu esposo, Rondynelle, ouviu tudo com muita atenção sem falar absolutamente nada, quando terminei ele me olhou e falou: – Sil, se isso te fizer feliz, eu te apoio!
Então me programei para fazer o curso e comprar a câmera, mas eu não tinha nenhuma referência, absolutamente nada que me norteasse. Só tinha vontade.
Terminei o curso sem saber por onde começar.
Eu sabia apenas que queria contar histórias de famílias para que nunca mais uma mãe ou avó não pudessem mostrar fotos de um fato importante para a história de suas crianças.
Meu primeiro trabalho foi o ensaio de gestante de uma amiga muito querida. O marido é músico, então, pedi para que ele levasse o Sax Alto para o ensaio, e ele tocou lindamente tornando o momento único, criando uma linda memória para aquela gestante.
Eu sabia que toda vez que ela olhasse aquelas fotos ela se lembraria daquele momento com saudades.
Eu evito estúdio. Busco fotografar em locais que fazem sentido para a família/casal. Acho importante registrar locais que deixarão boas lembranças, seja no playground do condomínio, no quintal da avó, na sala de casa ou no parque que a família costuma frequentar.
O importante, é que mesmo com o passar dos anos, a foto tenha um significado real. Outra razão pela qual optei por não usar figurinos nos ensaios infantis e de gestante. Quero que a foto seja atemporal, linda independente do tempo que passar.
Nesse meu período de descobertas, passei pela fotografia de newborn tradicional, foi então que descobri que eu gosto mesmo é do newborn lifestyle, onde é possível fotografar o bebê em seu quartinho, recebendo o carinho da família, chorando, brincando durante o banho. Só me sinto feliz de fato contando histórias reais através do meu olhar. Sou mãe, e nós mães temos um jeito diferente de ver as coisas. Enxergamos detalhes que outras pessoas provavelmente não teriam a mesma sensibilidade para enxergar.
Conforme o tempo foi passando, fui encontrando referências dentro da fotografia de família, fui me apaixonando cada dia mais por registrar partos e eventos infantis, batizados, aniversários, entre outros. Num parto eu tenho a felicidade de ser os olhos da mãe. Captar detalhes que se perderiam se não existisse ali no momento, um olhar treinado.
É incrível, sinto minha fé renovada por ver a grandeza de Deus se materializando por meio de uma criança. Me sinto cúmplice daquela família, honrada por ter sido a escolhida por contar a primeira página da história do filho deles. É como uma grande missão. Daquelas que você só entrega a alguém de muita confiança. Eu peço sempre a Deus para conseguir honrar a confiança da família que me entrega os momentos mais importantes de suas vidas, e a história daquela criança.
O parto é um momento íntimo que muitas vezes os pais nem convidam familiares para assistir, mas confiam em mim, para estar ali sem ser invasiva, sabem que nunca vou registrar algo que possa constranger.
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FOTÓGRAFA SILMARA
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