Lilian Schiavo: Como ganhar dinheiro com as mulheres

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Desta vez vou fazer diferente, sempre escrevo para as mulheres mas hoje vou falar com os homens também e espero que eles aprendam conosco.

 

Trabalho numa organização que conecta mulheres, estamos sempre fazendo negócios entre nós, trocando informações e quando precisamos contratar serviços ou adquirir produtos preferimos alguém que conhecemos, afinal, temos mais liberdade de reclamar, tirar dúvidas ou pedir algo exclusivo.

 

Li um artigo numa revista que dizia que a diferença no comportamento de consumo das mulheres é que enquanto elas vão às compras os homens compram, objetivamente falando… quantas de nós já saiu de casa para comprar um sapato preto e voltou com uma maravilhosa blusa estampada, um sapato azul e uma calça lilás? Ah, como somos muito observadoras ainda descobrimos um lugar com comida orgânica, aproveitamos para provar alguns docinhos e ainda tivemos tempo de entrar numa livraria para ver se tinha alguma novidade, lógico que tinha! E óbvio que voltamos para casa sem o bendito sapato preto.

 

Meu marido e meu filho quando saem para comprar um sapato marrom voltam para casa com o sapato marrom,  nem aproveitam o passeio para dar uma voltinha pelas redondezas, entram na loja, compram e vão embora.

 

Antes que digam que estou fazendo um perfil fútil das mulheres, quero deixar claro que tudo isso ocorre porque somos mais criativas, temos um olhar diferente, somos capazes de ficar amigas da vendedora e em minutos já sabemos se é casada, tem filhos, onde mora e até a cor preferida.

 

Sem contar que é muito comum sairmos com as amigas para um passeio, podemos ir para um museu, um parque, um café ou um shopping. 

 

Então, se você quer conhecer as tendências do mercado, o perfil dos novos consumidores desta sociedade global e conectada, preste atenção nas mulheres, são elas que definem a compra na maioria dos lares e não estou falando de produtos de limpeza e gêneros alimentícios somente, pense quem define o roteiro das viagens de férias da família, os móveis, eletrodomésticos, carros… alguém já percebeu que o homem consulta as mulheres na compra do imóvel? Elas querem saber onde fica a escola, farmácia, mercado, hospital, academia, a rota até o trabalho e a facilidade de transporte. 

 

Somos maioria na população, nas faculdades, nas empresas e muito desafiadoras, pois não somos iguais nem simples de entender. Conforme nossa idade, origem, classe social e  profissão  respondemos diferente. Podemos ser consumistas sofisticadas, veganas que defendem o consumo consciente, guerreiras que trabalham simplesmente para pagar as contas e sobreviver, podemos ser da geração baby boomer, millenials, geração Y, X ou Z.

 

Dizem que temos características diferentes dos homens ao lidar com o dinheiro, que investimos em educação mais do que eles, e neste caso, engloba tanto a escola dos filhos como um mestrado da mãe, economizamos mais e pode ser que algumas de nós sejam mais tradicionais na escolha de investimentos.

 

As mulheres se preocupam  com a saúde, a realização de check ups, adoção de bons hábitos, exercícios físicos, alimentação balanceada, então quando pensar no segmento feminino não se limite a cosméticos, produtos alimentícios e de limpeza.

 

Tampouco imagine que é fácil nos convencer que seu produto é bom porque é cor de rosa, a maioria de nós já passou dessa fase e algumas abominam essa cor, um exemplo de sucesso são as empresas que entenderam a diversidade e falam conosco de uma forma inteligente. 

 

Vale lembrar que os tempos mudaram, o país está envelhecendo e criando um novo nicho de mercado, o das pessoas maduras que moram sozinhas. Num supermercado da Itália me surpreendi com a enorme quantidade de produtos feitos para consumo individual, práticos e sem desperdício. 

 

No segmento de cosméticos, as empresas que estão se destacando são aquelas que entenderam que não existe mais um padrão de beleza único, temos cabelos cacheados com muito orgulho, somos plus size sem problemas, podemos ter vitiligo, Síndrome de Down e desfilar nas passarelas de Paris, podemos ter algum tipo de deficiência mas nada nos impede de seguir em frente, somos coloridas, brancas, ruivas, negras e asiáticas e as empresas precisam adaptar seus produtos para todas nós.

 

Estamos atentas se a sua fábrica testa produtos em animais, se poluem o ambiente, se tem creches para os filhos das funcionárias, se existe uma preocupação com a comunidade do entorno, se sua empresa tem uma causa, um propósito.

 

Quando vamos ao supermercado os homens costumam se preocupar se existe um amplo estacionamento e quanto tempo será dispendido nesse local, quanto mais rápido eles saírem melhor, enquanto nós observamos se há uma ampla variedade de produtos, se o local é limpo e bem iluminado. Sim, costumamos ver o prazo de validade, a composição de produtos e saiba que se algo nos desagrada nós vamos contar para todo mundo mais rápido do que a velocidade da luz.

 

A maior parte de nós é sensível ao trabalho artesanal, apoiamos as pequenas empreendedoras, queremos conhecer sua história e nos emocionamos com a capacidade de resiliência delas. Vemos beleza nos bolos, crochês, bordados e bonecas criadas para lembrar o mundo que somos iguais nas diferenças.

 

Reconhecemos a importância dessas meninas que falam de start ups,  unicórnios, inclusão, compliance e anjos.

 

De acordo com a pesquisa PwC sobre as características de consumo no Brasil, nós compramos pela internet com mais frequência, pois é grande o número de mães que não conseguem retornar ao antigo emprego e passam a trabalhar em sistema home office.

 

Então, quer ganhar dinheiro? Quer saber um segredo? Contrate mulheres para fazer parte da sua equipe de criação, de marketing, de vendas, tenha mulheres no conselho de administração, em cargos de liderança, aprenda como pensamos e seja um diferencial no mercado!

 

Para terminar, deixo uma frase que resume como nós pensamos e porque vai valer a pena trabalhar conosco:

 

“Eu tenho a habilidade feminina de insistir em um trabalho e continuar com ele quando todos já desistiram e foram embora.” Margaret Thatcher, ex-primeira ministra do Reino Unido, foi a primeira mulher a dirigir uma democracia na Europa.

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