Às vezes penso que vivo numa bolha, na verdade, todas nós vivemos em redomas criadas por nós mesmas, é o nosso mundo particular.
Temos a tendência de conviver com pessoas que compactuam com o nosso pensamento, que são parecidas conosco e isso nos dá a impressão que o mundo é assim.
Ledo engano, criamos essas ilhas de conforto e de repente somos chacoalhadas para voltar à realidade.
Na semana passada estive em 2 grandes eventos, um congresso de mulheres do agronegócio e um Fórum que discute como aumentar a participação das executivas nos cargos de liderança e na gestão de negócios.
Ouvi depoimentos de herdeiras que viram suas avós lutando para conquistar um lugar ao sol, trabalhadoras que insistiram em vencer, que resolveram romper barreiras e exportar seus produtos.
Discutimos como quebrar o teto de vidro que impede que ocupemos postos na presidência e conselhos, sobre como funcionam as licenças maternidade e paternidade em outros países, os vieses inconscientes, as quebras de paradigmas, a igualdade salarial.
Como uma provocação, alguém pergunta porque a nova geração quer ser empreendedora? Porque parece que todos criaram uma start up? A resposta é que os jovens millenials não se reconhecem dentro das organizações, a maioria das empresas não representa a sociedade na sua diversidade.
A perspectiva é que as mulheres atinjam a igualdade de gênero em 200 anos, temos que assumir o desafio de acelerar os processos de mudanças para o nosso bem e para o bem da economia mundial, afinal, segundo um estudo do Banco Mundial, a riqueza total do mundo teria um acréscimo de 14% com a igualdade salarial, estima-se uma perda de US$160 trilhões que equivale a duas vezes o PIB global.
Precisamos participar de políticas públicas, promover boas práticas, construir novas regras inclusivas, estimular programas de coaching e liderança para as mulheres.
Para minimizar os efeitos da maternidade, as empresas devem se adaptar e criar formas de trabalho mais livres e flexíveis.
Estes eventos reuniram milhares de mulheres protagonistas, gerando uma energia renovadora, uma força gigantesca.
Percebi que estava numa redoma, num mundo de visionárias e idealistas, e quer saber de uma coisa?
Fiquei com vontade de quebrar esta redoma e contaminar o planeta com estas ideias, sei que o caminho é longo, que estamos engatinhando mas te convido a fazer parte deste exército de vencedoras.
200 anos é muito tempo! Vamos acelerar essa mudança! Se você ainda não pertence ao nosso mundo, te convido a mergulhar num universo de mulheres que lutam, se ajudam, ouvem e são ouvidas.
Bem-vinda e bem-vindos!