Lilian Schiavo: Mulheres no comando

Às vezes penso que vivo numa bolha, na verdade, todas nós vivemos em redomas criadas por nós mesmas, é o nosso mundo particular.

Temos a tendência de conviver com pessoas que compactuam com o nosso pensamento, que são parecidas conosco e isso nos  dá a impressão que o mundo é assim.

Ledo engano, criamos essas ilhas de conforto e de repente somos chacoalhadas para voltar à realidade.

Na semana passada estive em 2 grandes eventos, um congresso de mulheres do agronegócio e um Fórum que discute como aumentar a participação das executivas nos cargos de liderança e na gestão de negócios.

Ouvi depoimentos de herdeiras que viram suas avós lutando para conquistar um lugar ao sol, trabalhadoras que insistiram em vencer, que resolveram romper barreiras e exportar seus produtos.

Discutimos como quebrar o teto de vidro que impede que ocupemos postos na presidência e conselhos, sobre como funcionam as licenças maternidade e paternidade em outros países, os vieses inconscientes, as quebras de paradigmas, a igualdade salarial.

Como uma provocação, alguém pergunta porque a nova geração quer ser empreendedora? Porque parece que todos criaram uma start up? A resposta é que os jovens millenials  não se reconhecem dentro das organizações, a maioria das empresas não representa a sociedade na sua diversidade.

A perspectiva é que as mulheres atinjam a igualdade de gênero em 200 anos, temos que assumir o desafio de acelerar os processos de mudanças para o nosso bem e para o bem da economia mundial, afinal,  segundo um estudo do Banco Mundial, a riqueza total do mundo teria um acréscimo de 14% com a igualdade salarial, estima-se  uma perda de US$160 trilhões que equivale a duas vezes o PIB global.

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Precisamos participar de políticas públicas, promover boas práticas, construir novas regras inclusivas, estimular programas de coaching e liderança para as mulheres.

Para minimizar os efeitos da maternidade, as empresas devem se adaptar e criar formas de trabalho mais livres e flexíveis.

Estes eventos reuniram milhares de mulheres protagonistas, gerando uma energia renovadora, uma força gigantesca.

Percebi que estava numa redoma, num mundo de visionárias e idealistas, e quer saber de uma coisa?

Fiquei com vontade de quebrar esta redoma e contaminar o planeta com estas ideias, sei que o caminho é longo, que estamos engatinhando mas te convido a fazer parte deste exército de vencedoras.

200 anos é muito tempo! Vamos acelerar essa mudança! Se você ainda não pertence ao nosso mundo, te convido a mergulhar num universo de mulheres que lutam, se ajudam, ouvem e são ouvidas.

Bem-vinda e bem-vindos!

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