Lilian Schiavo: Mulheres, presente!

Impossível ficar calada e fingir que não aconteceu…

Uma coluna semanal às vezes te obriga a abordar determinado assunto e neste caso não dá para ficar imune ao noticiário.

Não conhecia a Marielle Andrade, ativista, defensora dos direitos humanos e vereadora que foi assassinada com 4 tiros no Rio de Janeiro mas vi a sua voz ecoando através das manifestações que aconteceram no Brasil e no mundo.

Segundo um jornal, a primeira identidade que ela recebeu foi como favelada pois morava no Complexo da Maré e essa condição aliada ao fato de ser mulher e negra foi o combustível que moveu sua vida. Aos 16 anos atuava na Pastoral da Juventude como catequista na comunidade, foi mãe solteira aos 18 anos, largou os estudos e foi trabalhar numa creche.

Ela queria cursar uma faculdade e procurou um curso pré-vestibular comunitário da Maré, neste ponto da história, a violência urbana mudou a sua vida quando uma amiga foi atingida por uma bala perdida durante um confronto entre polícia e bandidos.

Passou no vestibular com bolsa integral e isso foi transformador na vida dela, a sua visão de mundo mudou, a vidinha casa-trabalho-casa não era suficiente, Marielle queria muito mais, queria transformar o mundo. Virou cientista social e militante política. Formou-se em Ciências Sociais com mestrado em Administração Pública. Era presidente das Comissões de Defesa da Mulher.

Liz Throssell, porta-voz da ONU para Direitos Humanos disse: “Marielle foi uma reconhecida defensora dos Direitos Humanos. Atuava contra a violência policial e pelos direitos das mulheres e das pessoas afrodescendentes, principalmente nas áreas pobres.”

Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal: “Morre uma mulher. No caso de Marielle, morre um pouco de cada uma de nós. Fica viva sua luta por Justiça e igualdade. E o nosso compromisso de continuar com ela.”

Infelizmente, não foi só a Marielle que morreu, neste exato momento em que você está lendo este artigo uma mulher pode estar sendo assassinada e não vai ser notícia, só vai aumentar a estatística que estuda a violência.

As mulheres estão sendo espancadas, sofrendo agressões verbais e psicológicas, recebendo salários menores, cargos que não condizem com sua capacidade, mas estão reagindo!

E se você está perguntando o que a violência contra a mulher tem a ver com o empreendedorismo feminino, eu te respondo.

A dependência financeira é uma das principais causas da inércia da mulher que apanha, ela não tem coragem de denunciar, pois fica preocupada com a moradia, a alimentação e as contas a pagar. No caso de ter filhos, a situação fica ainda pior. Quem vai abrigar ou contratar uma mãe com filhos? Como ela vai conseguir recursos financeiros para seu sustento?

Já ficou provado que mulheres que se capacitam e conseguem abrir uma microempresa adquirem segurança para tomar decisões que a transformam em chefes de família.

Um estudo sobre absenteísmo nas empresas detectou que de cada 5 faltas de mulheres no trabalho, 1 é causada por agressão.

As mulheres buscam atendimentos médicos nos pronto-socorros por patologias causadas por violência, neste caso não são só os hematomas, cortes e feridas, estamos falando de cefaleias crônicas, gastrites e úlceras, labirintite, depressão, síndrome de pânico e câncer.

Quantas mulheres você conhece que são vítimas de violência doméstica e ficam caladas? Pesquisas apontam que antes de procurar ajuda com psicólogos, delegacias ou OAB elas são agredidas 10 vezes! Imaginem o que elas passaram até se conscientizarem que precisam fazer uma denúncia.

Hoje, mais do que nunca, precisamos reagir! Externar nossa indignação e mostrar nossa força.

Tenha um ideal e lute por ele!

Lute por algo que acredite, que é verdade na sua vida, um propósito que vai te preencher e te fazer feliz. Estou falando de sonhos, do que realmente é importante para você, afinal, você não veio para este mundo a passeio, você nasceu para deixar um legado, uma marca, para mostrar do que é capaz!

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