Lilian Schiavo: Os impactos da organização em nossa vida

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A criatividade das mulheres é fabulosa e conhecida, somos capazes de nos reinventar diariamente, descobrir novos nichos de mercado e seguir com disposição e ousadia. 

Faço parte de um grupo que se reúne mensalmente para falar de literatura, mas acabamos transformando esses encontros numa oportunidade de networking onde cada um se apresenta e conta o que faz atualmente.  Durante as apresentações ouvimos histórias de mudanças de profissão, de busca por uma nova atividade, momento de pivotar e começar de novo.  

A palavra que surge é metamorfose, significa mudança, a transformação de um ser em outro. 

Uma das integrantes do grupo conta que durante toda a vida profissional trabalhou no mercado corporativo, mas agora resolveu investir num novo ramo, ela é Personal Organizer! A reação do grupo foi inacreditável, quase todas queriam levá-la para casa! De onde vem esse desejo de arrumação? Porque é tão importante organizar o seu armário, a sua casa e a sua vida? 

Na faculdade aprendi que administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos para atingir um objetivo. 

Na vida, aprendi que para conquistar uma meta você precisa saber exatamente onde está, aonde quer chegar, qual o caminho a percorrer, que dificuldades podem surgir e como você vai enfrentá-las, é preciso prever e seguir passo a passo sem desviar do foco.  

E o que isso tem a ver com a organização? Imagine uma mesa de trabalho entulhada, uma gaveta que dá medo de olhar de tanta coisa que tem lá dentro, um armário que precisa ser aberto com cuidado para que você  não se torne vítima de uma avalanche de roupas, sapatos e bolsas… uma casa desorganizada não é um lugar convidativo. 

Lembro de uma palavra que ouvia quando era criança toda vez que o final de ano se aproximava: Oosouji, que significa uma grande limpeza para receber o ano novo, era o momento em que obrigatoriamente eu devia abrir os armários e me desfazer de roupas, sapatos e brinquedos que não serviam mais, tudo era separado para doações. A casa passava por uma limpeza detalhada, as cortinas e tapetes eram lavados, os móveis eram tirados do lugar para ter certeza que tudo ficaria limpo. Objetos quebrados, louças trincadas e tudo que não era mais usado deveria ser descartado ou doado para alguém. 

A ideia é que a casa é um reflexo da nossa mente, portanto, para que novas ideias possam surgir é necessário ter espaços limpos e livres. 

Esta tradição japonesa é milenar e faz parte dos nossos costumes, é um ritual de purificação. Talvez por isso sinto tanta familiaridade com as teorias atuais que pregam a meditação, a necessidade de esvaziar a mente e a mania de arrumação da Marie Kondo. Tudo isso para mim parece óbvio. 

Aplicar o desapego desde criança te deixa mais leve, mais preparado para mudanças, você percebe que não é, mas está temporariamente num lugar, hoje você pode ser o CEO da empresa e amanhã pode ter se transformado numa voluntária na África. 

Abrir mão daquela camiseta surrada e confortável te prepara para enfrentar o novo, a vestir algo diferente, a deixar o passado no passado, não precisa esquecer, mas sim aprender a conviver com as lembranças e olhar para o futuro. É sair da zona de conforto sem medo. 

Experimente arrumar o seu armário, jogue fora tudo o que não usa, o que é desnecessário, o que te prende os movimentos. 

Aproveite este início de ano para se organizar, por dentro e por fora… a teoria serve não só para coisas, mas também para pessoas, empregos, manias, vícios e tristezas. Afinal, sabe qual o segredo da arrumação? Te deixar só com o que te faz feliz! 

Você tem uma vida pela frente! Aproveite da melhor forma possível e seja muito feliz!

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