Lilian Schiavo: Qual o seu papel na empresa?

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Li um post que dizia: menos mimimi, mais hahaha.

O primeiro pensamento que tive foi imaginar qual tinha sido a situação que provocou essa frase…

Óbvio que o alvo em questão é uma pessoa cheia de dedos, daquelas que te deixam pisando em ovos, o tipo que se ofende mesmo quando a crítica não foi para ela e ainda é capaz de contar para todo o mundo que foi insultada.

Se na vida pessoal isso causa um estrago gigantesco, numa empresa essa atitude pode ser catastrófica!

Para entender é preciso conhecer o triângulo do drama de Karpman, um modelo disfuncional de relações interpessoais onde existem 3 papéis: vítima, perseguidor e salvador.

Pode ser que você já tenha vivenciado esses papéis em momentos diferentes da sua vida, com pessoas diferentes e isso é normal.

A vítima, como o próprio nome diz é aquela “coitada” para quem o mundo sempre deu as costas, tudo dá errado e a culpa é sempre de fatores externos, tem o olhar de quem exige mimos, cuidados e presentes, acha que o mundo está contra ela, sente medo de tudo e por isso fica paralisada, tem certeza que merece ser tratada como uma rainha,  é como se você tivesse a obrigação de parar de viver para cuidar dela,  às vezes aparenta inveja e rancor. Na verdade, se considera melhor do que os outros, é a incompreendida da turma, a que está sempre infeliz e carente cobra seu tempo, seu dinheiro, sua paciência.

O perseguidor é o implacável que vive te criticando, dizendo que faz melhor, que é mais inteligente, mais preparado, apontando o dedo para as suas falhas, afirma que você está errado. Numa empresa pode ser  o chefe que solicita mil coisas ao mesmo tempo  e depois diz que você é incapaz de cumprir prazos, é o sabe tudo que na verdade é o sabe nada, pessoas com esse perfil na verdade se sentem tão inferiores que precisam vestir a capa da invencibilidade para esconder sua verdadeira fragilidade. São pessoas infelizes, carentes de afeto que querem passar uma imagem arrogante de poder. São incapazes de reconhecer seus próprios erros e se confrontados adotam uma postura de surdo, não sabem dialogar e quando percebem que foram desmascarados assumem o papel de vítima.

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O salvador é provavelmente o mais perigoso de todos, sabe aquela pessoa que chega com cara de boazinha e diz que quer te ajudar sem que ao menos você tenha pedido ajuda? Se puder, fuja o mais rápido possível! São pessoas manipuladoras, jogadoras em potencial, que entram na empresa com ar de superioridade, afinal, ela tem certeza que é melhor do que todo mundo! Faz questão de parecer prestativa, mas no fundo essa atitude não é baseada na solidariedade, essa pessoa vai oscilar entre a vítima que não foi reconhecida como a benfeitora da humanidade ou a perseguidora que vai cobrar muito caro por cada “favor” ou indicação que ofereceu.

Esses relacionamentos tóxicos existem nas empresas e nas famílias e tenho certeza que depois de ter lido, você identificou vários deles.

O importante nesse caso é romper o ciclo, é buscar o equilíbrio nas relações.

Uma empresa que tem líderes e seguidores que replicam esses comportamentos terá desperdício de tempo e talentos, dificuldades na comunicação, ausência de propósitos definidos, incompreensão de valores, competições desnecessárias e falta de harmonia.

Isso vai refletir no resultado econômico como um sugador de trabalho, um prejuízo enorme e desgastes nas relações interpessoais.

A grande lição é que devemos aprender que somos todos iguais, somos seres humanos passíveis de erros, precisamos ter humildade e reconhecer nossa responsabilidade quando fazemos escolhas erradas, quando os resultados não foram os esperados enxergar que a culpa é sua e não do outro, é fundamental ter respeito ao próximo, trocar os sapatos com os adversários e sentir na pele o que ele sente, esconder as mãos no bolso quando der vontade de apontar o dedo para o outro, fazer um voto de silêncio nos momentos de exasperação, parar e respirar, buscar a paz.

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É difícil? Muito! Mas precisamos transformar os campos de batalhas em territórios de união, a sua empresa depende de pessoas, as que trabalham, as que compram, as que te observam, as que vestem a camisa e vencem.

Qual será o seu papel? Nem vítima, nem perseguidora, nem salvadora…

Você é uma vencedora!

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