¡Hola a todos!
Ultimamente, temos visto muitas notícias sobre a possível extradição para a Espanha do presidente da Catalunha, Carles Puigdemont. Isso tem a ver com o movimento separatista da Catalunha, um dos maiores e mais noticiados desse país nesta década até agora.
Mas, além da Catalunha, alguém aqui lembra que na Espanha existem outros movimentos que querem a independência dos seus territórios? Em terras hispano-ibéricas, há alguns movimentos de caráter nacionalistas. Cito alguns deles: o da Catalunha, o do País Basco, o de Navarra e o da Galícia. Vejam melhor na imagem abaixo onde cada um se localiza.
Por que existem tantos assim no território espanhol? Para gente entender o que acontece hoje, temos que entender como está organizado o sistema político espanhol e voltar um pouco no tempo.
A configuração territorial atual do estado espanhol tem suas raízes em uma história complexa, que começa com a divisão provincial romana e termina com o atual estado de autonomia, definido na Constituição de 1978.
O território espanhol é organizado e dividido em 17 comunidades autônomas, além das cidades autónomas de Ceuta e Melilla. Cada comunidade é uma região para a qual a Constituição espanhola de 1978 reconhece e garante o direito de autonomia. Essas comunidades são, por sua vez, formadas por uma ou várias províncias que possuem uma organização política e econômica comum.
Cada comunidade tem um parlamento e um governo autônomo, que organiza os assuntos da Comunidade. O governo autônomo tem o poder executivo e é liderado por um presidente, que é eleito pelos representantes no Parlamento. Como eu já comentei lá em cima, Carles Puigdemont era o presidente catalão, já que foi destituído recentemente pelo governo espanhol.
O Estatuto de Autonomia de uma Comunidade é a lei mais importante, pois define as competências autonômicas, estabelece a capital, a língua oficial e o território. Por sua vez, o estado nacional é responsável pela economia e pela política externa. Em nenhum momento as leis de uma Comunidade Autônoma podem contradizer a Constituição espanhola. Isso permite que cada comunidade tenha leis diferentes que sejam consistentes com suas realidades, mas sem passar por cima dos padrões do governo central.
Pois bem, muitas regiões espanholas possuem, há séculos, o desejo de reforçar sua própria cultura, língua, tradições e identidade coletiva, além de alegarem razões econômicas.
Vou citar abaixo os dois mais conhecidos, pelo menos para nós aqui no Brasil, pois são os que mais saíram na mídia nos últimos anos.
O movimento de independência da Catalunha se baseia primeiro na história da região, e seu parlamento tem uma história que remonta à Idade Média. Por várias vezes, em muitos séculos, houve tentativas de tornar o território catalão independente, mas sempre foram sufocadas por reis, e, em 1931, restauraram a Generalitat. Os governantes espanhóis sempre proibiam, acima de tudo, falar o idioma catalão, impondo as leis espanholas e o ensino era exclusivo do espanhol.
Além do movimento da Catalunha, talvez o movimento de independência basco seja igualmente conhecido no mundo. O País Basco – Euskadi, em basco – é a terra natal de uma das aldeias mais misteriosas e únicas da Europa.
Os bascos são descendentes das tribos que habitavam a península Ibérica muito antes da chegada dos romanos. Eles falam uma língua isolada: na verdade, o euskera é uma das línguas mais complicadas do nosso planeta. Os Aliados o usaram durante a Segunda Guerra Mundial sem que os nazistas pudessem compreendê-lo.
A região sempre teve aspirações para obter a soberania completa. Vários grupos tomaram a linha armada para obtê-la nos séculos XX e XXI, e talvez o mais conhecido entre todos seja o ETA, considerado um grupo terrorista e que usava muita violência. Em 2011, o ETA encerrou sua atividade armada.
Bom, depois deste panorama sobre como a Espanha se organiza, se você ler uma notícia sobre algum movimento separatista em terras espanholas, já terá uma noção do porquê tudo isso acontece, não é?
Fico por aqui!
¡Besos y hasta la próxima semana!