Num final de feriado, saindo de uma Galeteria, minha mulher Flavinha, minha mãe Gerusa e eu estávamos indo, buscar meu carro na rua do lado do restaurante. A caminho, uma surpresa: uma linda senhora, do alto de seus 83 anos, que estava no portão de sua casa, olha pra gente, nos cumprimenta e, sem vacilar, convida-nos a entrar, coisa rara em Sampa.
A pista era de algumas aquarelas, na cadeira do seu jardim. Mas, quando entramos, ficamos pasmos. Era um fantástico acervo de centenas de pinturas. Um verdadeiro labirinto de arte.
Galina, pintora polonesa, já foi premiada em todo planeta. Na Europa, então, a sua marca é muito conhecida. Quadros e mais quadros em seu ateliê. Mistura de feitos a óleo e os pintados com aquarela. Galina mostra fotos dos que foram vendidos pelo mundo e um presente especial das filhas com as principais obras dela, dado em seu aniversário de 80 anos.
Mas o papo surreal não parou por aí. Ela sobe uma enorme escada e chama o maridão. Um garoto que vai fazer 90 anos. Alto, George me diz que foi goleiro na China. Muito antes desse febre dos brasileiros por lá. Fala cinco idiomas, pela ordem, russo, alemão, francês, português e um pouco de chinês, e que, além de pintar, tem o hobby da dança nas veias. Está ensaiando com Galina os passos para uma festa escocesa, que vai acontecer ainda em outubro.
Batemos um papo de quase uma hora e combinamos tomar um vinho, num fim de semana desses. Mas a ordem é ser regado a música e dança, paixões do casal.
Quanto à Galina, é simplesmente um fenômeno. Uma das maiores pintoras vivas que conheci. De quebra, sortudo que sou, ganhei um quadro. Esse, “Barquinhos”, minha paixão.
Ah, qual é a minha música preferida? Claro, “O Barquinho”, do saudoso Bôscoli e do meu amigo Roberto Menescal.
Qualquer dia conto do meu encontro com o esse craque da música. Vocês vão gostar.
Por enquanto, salve Galina!!!!!
Veja mais de suas obras no seu site: www.galina.com.br