Regina Pitoscia: Entenda as mudanças no recolhimento ao INSS

O recolhimento à Previdência Social sobre o salário de fevereiro deverá ser feito até esta sexta-feira, dia 6, e há mudanças, porque será usada uma nova tabela. E não são apenas as faixas de renda e as alíquotas que mudaram, mas a sistemática de cálculo.

Ficou bem mais complicado para o contribuinte chegar ao valor a ser pago ao INSS, porque o salário terá de ser fatiado com aplicação de diferentes alíquotas nas respectivas parcelas. Sem falar que qualquer vacilo nos centavos poderá resultar em dor de cabeça depois no momento da aposentadoria. 

As novas regras, portanto, vão exigir a ajuda de uma calculadora e muita atenção de quem vai efetuar o recolhimento.

Nova tabela de contribuição ao INSS

Faixa salarial R$                           Alíquota de recolhimento

1 salário mínimo – 1.045                               7,5%

Entre 1.045,01 e 2.089,60                             9,0%

Entre 2.089,61 e 3.134,40                           12,0%

Entre 3.134,41 e 6.106,06                           14,0%

Fonte: INSS

Saiba como fazer o cálculo 

Para que fique mais claro esse fatiamento da renda para a aplicação das alíquotas, vamos a alguns exemplos:

Salário de um salário mínimo recebe a alíquota de 7,5% e recolhe R$ 78,38.

Salário entre R$ 1.045,01 e até R$ 2.089,60 recebe a alíquota de 7,5% para a parcela de até R$ 1.045,01, e alíquota de 9% sobre o restante. 

Por exemplo, um salário de R$ 1.500 vai recolher R$ 78,38 (7,5% sobre 1.045,00) mais R$ 40,95 (9% sobre R$ 455). Ou seja, o total dessa contribuição será R$ 119,33 (R$ 78,38 mais R$ 40,95).

Salário entre R$ 2.089,61 e R$ 3.134,40 recebe 3 alíquotas (7,5% sobre R$ 1.045,00; 9% da parcela acima disso e até R$ 2.089,60; e 12% da parcela acima disso e até R$ 3.134,40). O resultado das 3 parcelas deve ser somado para chegar ao valor final da contribuição. 

Por exemplo, um salário de R$ 3 mil, vai ter a contribuição formada por 3 partes: de R$ 78,38 (7,5% sobre R$ 1.045,00); mais R$ 94,01 (9% sobre R$ 1.044,60, que é o resultado de R$ 2.089,60 menos R$ 1.045,00), mais R$ 109,25 (12% sobre R$ 910,40, parcela resultante da diferença entre o salário de R$ 3.000 do nosso exemplo e R$ 2.089,60). Nesse caso, o total a ser recolhido será de R$ 281,64.

A contribuição pelo teto

E, finalmente, salário entre R$ 3.134.41 e R$ 6.101,06 terá a aplicação de quatro alíquotas. O raciocínio é o mesmo da faixa anterior, com alíquotas, de 7,5%, 9% e 12% nas respectivas faixas, e uma última de 14% a ser aplicada na faixa entre R$ 3.141,40 e R$ 6.101,06.

Por exemplo, um salário de R$ 6 mil vai recolher um total de R$ 698,95. Nesse caso, são quatro parcelas: de R$ 78,38 (7,5% sobre R$ 1.045,00); mais R$ 94,01 (9% sobre R$ 1.044,60 que é o resultado de R$ 2.089,60 menos R$ 1.045,00); mais R$ 125,38 (12% sobre R$ 1.044,80, resultante da diferença entre R$ 3.134,40 e R$ 2.089,60); mais R$ 401,18 (14% sobre R$ 2.865,60, resultante da diferença entre o salário de R$ 6 mil do nosso exemplo e R$ 3.134,40).

Como existe um teto para o salário de contribuição, de R$ 6.101,06, salários acima desse valor terão um limite também para a contribuição, que será de R$ 713,10. Esse é o novo teto de contribuição para o INSS.

Reajuste do aluguel em março é de 6,82%

O reajuste anual de aluguel para os contratos residenciais vinculados ao IGPM e com vencimento em março será de 6,82%. Para encontrar o aluguel reajustado, é só multiplicar o valor que vem sendo pago por 1,0682. O resultado corresponde ao novo aluguel a ser pago no fim de março ou começo de abril, de acordo com o que estiver sido combinado no contrato. Por exemplo, um aluguel de R$ 3 mil teria um reajuste de R$ 204,60 e passaria para R$ 3.204,60.

Depois de ter apresentado uma alta de 2,09% em dezembro, o IGPM vem caindo: ficou em 0,48%, em janeiro e registrou uma variação negativa em fevereiro, de 0,04%. Ainda assim, quem tiver aumento de aluguel em março deve contar com o comprometimento maior do orçamento com essa despesa. Principalmente porque os salários não vêm subindo na mesma toada. 

Dólar e ações estão sob o fogo cruzado do coronavírus

Um dos principais termômetros do sentimento de inquietação dos investidores com os possíveis impactos do coronavírus sobre o crescimento da economia global é a escalada do dólar comercial, que tem batido seguidos recordes nominais. Por dois dias, na quinta e na sexta-feira, o dólar chegou a ultrapassar R$ 4,50 durante os negócios, mas voltou abaixo desse patamar no fim do dia.

A expectativa de analistas é a cotação do dólar permaneça em torno de R$ 4,48, a do fechamento de sexta-feira, até que surjam notícias menos preocupantes ligadas ao vírus. Não dá para apostar é que os preços venham a se acomodar rapidamente em patamares muito mais baixos.

As bolsas de valores também estão sob o impacto do coronavírus. Especialistas acreditam que o mercado de ações reagiu com certo exagero às notícias da chegada da doença em outras partes do mundo. De concreto, acreditam que com as seguidas quedas, há muitos papeis que ficaram baratos diante da perspectiva de resultados que podem trazer ao investidor em prazos mais longos.  

 

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