Regina Pitoscia: Rasgue a fantasia, mas proteja suas finanças

Divirta-se no carnaval, mas proteja as finanças

Pelos dados apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e do Serviço de Proteção ao Crédito, cerca de 13% dos brasileiros ficaram inadimplentes após o feriado prolongado de 2019.

E é fácil entender por quê: as atividades totalmente fora da rotina abrem espaço para os gastos extras, e tudo fica mais caro com o evento: alimentação, bebidas, hospedagem, transporte, fantasias, passeios, e assim por diante. E aí não há orçamento que resista, nem mesmo os dos que se planejaram antecipadamente para a ocasião.

Não existem mágicas, mas sim bom senso para preservar as finanças e não entrar em dívidas nesses quatro ou cinco dias. A saída é ajustar bem os programas às suas condições financeiras. Os exageros financeiros no carnaval podem levar meses para serem assimilados pelo orçamento.

Vale a pena pensar em procurar por cidades menos badaladas, participar de festas de “esquenta” com os amigos e de blocos de rua, separar o dinheiro a ser gasto em cada dia, mesmo que o pagamento seja feito com o cartão de crédito, fazer compras de alimentos e bebidas em supermercados, em vez de bares e padarias.

Entre na folia, não em “fria”

Não é possível falar sobre as finanças no carnaval ignorando uma situação concreta que oferece riscos à saúde física dos foliões. Quem aborda o tema com propriedade é o advogado Carlos Ely Eluf, do escritório Eluf Advogados Associados. Ele avalia como insensatez a atitude do governo em permitir a realização das festas de carnaval diante da epidemia do coronavírus. Ainda que não haja oficialmente nenhum caso registrado no País, “o risco aumenta sobremaneira com a entrada de turistas vindos de todas as partes do planeta”.

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Enquanto países como Estados Unidos e Japão restringem ao máximo a circulação de pessoas vindo do continente chinês, exigindo quarentena de passageiros, segundo o advogado, o Brasil vai na contramão, já que não há meios de controlar o estado de saúde de milhões de pessoas que devem chegar aqui no carnaval. “Nada mais propício para a proliferação do coronavírus nas aglomerações nos blocos, desfiles, carnaval de rua e até matinês para crianças”, elenca ele.

Em sua opinião há temor em adotar medidas antipopulares e que afetem a economia, restringindo os esperados ganhos com a intensificação do turismo. Mas vale a pena analisar com cautela e por essa perspectiva os festejos.

Atenção aos golpes com cartão

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) alerta para o perigo de fraudes no uso do cartão. O mais comum é a troca, com a devolução de um parecido, depois de ter acompanhado com atenção a digitação da senha pelo usuário. Por isso, redobrar a atenção ao realizar compras, seja qual for o lugar, verificando se o cartão é mesmo o seu, é a maneira mais eficaz de evitar esse tipo de fraude.

É muito importante comunicar ao banco, à administradora o roubo, furto ou perda do cartão e do celular, que pode dar acesso a aplicativos do banco, além de fazer o boletim de ocorrência.

Outras dicas da Febraban: nunca emprestar ou entregar o cartão a ninguém nem perdê-lo de vista: tomar cuidado para que ninguém observe a digitação da senha; solicitar sempre a via de comprovante de venda e conferir o valor da compra; sempre que possível passar você mesmo o cartão na maquininha; nunca guardar a senha junto com o cartão.

Inquilinos de temporada

A expectativa é a de que o Rio de Janeiro receba 2 milhões de turistas, Salvador mais 800 mil pessoas, segundo Vanusa Vieira especialista em gestão condominial da APSA. Com isso, crescem a procura por locação de imóveis para a temporada, especialmente por meio de aplicativos, como Airbnb, e também as chances de problemas com os moradores.

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Ela explica que uma vez permitida a entrada de inquilinos de temporada, o condomínio está obrigado a dar todas as informações sobre horários, regras e conveniência em áreas comuns. Ao mesmo tempo, é importante que os proprietários imponham condições claras e rígidas aos inquilinos.

“ A lei do inquilinato não estipula prazo mínimo de locação ou número máximo de pessoas por imóvel”, diz André Luiz Junqueira, sócio da Coelho, Junqueira & Roque Advogados. Por isso, a orientação é para que, mais do que estipular regras de segurança para a hospedagem, os condomínios precisam definir a proibição da locação de curta temporada em assembleia. 

Até onde pode ir ou não o dólar

Na última semana, a moeda americana chegou a valer R$ 4,38, mas a escalada de preços foi interrompida por duas intervenções do Banco Central, com oferta de dólares no mercado.

Às incertezas com os impactos da epidemia de coronavírus sobre a economia chinesa e global, que já vinham pressionando o dólar, juntou-se um fator doméstico, a queda dos juros aqui. Com isso, há saída de capitais do Brasil em direção aos títulos do Tesouro nos Estados Unidos, país de economia e moeda forte”. 

Se por um lado, as pressões de alta tendem a continuar nesses próximos dias, de outro, o Banco Central mostrou empenho em não permitir uma disparada das cotações. Na sexta, o dólar fechou com o preço de R$ 4,3.

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