Já é praticamente Natal e eu tinha outras dezenas de assuntos para trazer à baila aqui com vocês, inclusive temáticos, como a febre dos Papais Noéis, o presente certo a dar pra quem não quer presente, onde deixar seu pet na passagem do ano (não ouse deixá-lo em casa sozinho ou na rua), sobre a matura idade (já que acabo de completar 5.7 ainda com peças absolutamente originais)… MAS… eis que surge a notícia oficial, lida pelo Tramontina, em pleno Jornal da Globo: William Waack está fora da emissora, segundo nota oficial, num término de contrato antecipado por comum acordo.
Ai… Para tudo! Tudo mentira. Demorou muito para Waack ser flagrado numa atitude racista. Quem o conhece de outros Natais, sabe que ele sempre foi assim. Soberbo, irônico e pouco cuidadoso com a maneira de se expressar. Não foi em comum acordo, porque o jornalista ameaça processar a emissora. A separação é litigiosa e se William insistir no processo, pode perder ainda mais, pois outras testemunhas, ao longo de sua história televisiva, podem se pronunciar… A Globo tem a faca e o queijo na mão. Além de existir na internet o vídeo onde Waack demonstra seu racismo em comentários (em off) com um entrevistado.
Deprimente, eu diria. Mas previsível, para quem o assistiu há cerca de duas décadas destratar uma repórter (mulher e negra) numa assembleia de funcionários em outro canal de TV onde ocupava um posto de chefia e, durante uma greve, dirigindo-se a ela de maneira bastante ofensiva, sugeriu que ela guardasse suas opiniões para o ambiente familiar quando fosse voltar pra casa pilotar o fogão. Nunca me esqueci, EU estava lá.
Pois é, senhores. A gente nunca esquece. Éramos muitas. Repórteres, apresentadoras, produtoras, assistentes… e posso garantir, doeu em TODAS nós. Só não conto o nome da talentosíssima profissional, porque hoje também trabalha na Rede Globo, como correspondente, e se nunca moveu uma ação de assédio moral é porque foi condescendente com ele e cuidadosa com sua carreira (sim, passamos por isso na televisão).
O Jornal da Globo fica muito bem (e aliás, melhor) sob o comando de Renata Lo Prete. Manda ver, xará! 🙂 Mas como é Natal e Deus escreve certo, por linhas tortas, espero ver novamente aquela tal repórter, por ele humilhada, cumprir um plantão do JG e substituí-lo em sua cadeira.
Que fique claro: não desejo a Waack nada de mal. Assim como não desejo a Maluf em São Paulo, ou ao Pezão no Rio e, guardadas as proporções, meu sentimento é igual… de justiça. No âmbito da política, do glamour social e intelectual, às vezes paira uma névoa que nos impede de ver os poderosos que detém posições de destaque (e impunidade) sob o ângulo correto… Está na hora de mudar isso.
E como sou BOCUDA mesmo, revelo este bastidor sombrio e desejo um super 2018 para Renata Lo Prete e colegas no novo Jornal da Globo. Quem esteve comigo nos anos 90 no jornalismo na TV Cultura, vai entender o porquê.
Beijos e Feliz Natal a todos.
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Respostas de 2
Gostei Renata!!
Muita gente precisa entender e aceitar de uma vez por todas que ninguém é melhor que ninguém. Que somos iguais e todos merecem respeito.
Obrigada Taís. Também penso assim !!!