Ro Andrioli: Ninguém resistia ao conquistador Casanova

Já que semana passada falamos um pouco sobre Venezia e suas gôndolas, por que não conhecer um dos seus personagens mais polêmicos?

Não sabemos se sua história é real em todos os detalhes ou lenda, mas Casanova ficou conhecido como um homem culto, sedutor e aventureiro que adorava correr riscos por sua paixão pelas mulheres. Muitas mulheres. Chegou a ser preso e escapar de uma das prisões mais rigorosas da Europa e sua fuga foi literalmente cinematográfica. Filmes o retrataram como belo, audacioso e sem limites. Apenas Federico Fellini, grande diretor italiano, tentou desmistificá-lo, mostrando-o um homem comum, mas até hoje a imagem de Casanova como bon vivant permanece pelas ruas de Venezia.

Mas de onde veio este homem e o que fez para ser tão conhecido?

Giacomo Girolamo Casanova nasceu em Venezia no dia 2 de abril de 1725. Filho de uma atriz com um nobre de nome Michele Grimani, foi criado pela avó.

Conhecia filologia, teologia, matemática, física e música, tendo sido até violinista profissional. Adorava jogar cartas e introduziu a loteria na França. Gostava de política, frequentou a corte de Catarina II, imperatriz da Rússia.

Casanova chegou a ser preso em julho de 1755, com a acusação de possuir livros proibidos, levar uma vida incorreta para a época e fazer propaganda antirreligiosa.

Planejou sua fuga cavando um túnel e saindo pelos telhados do Palácio Ducal, de onde não conseguiu descer. Esgotado adormeceu e foi acordado pelos sinos da Basílica de San Marco. Conseguiu entrar no Palácio Ducal pelo mesmo telhado e sendo confundido pelos guardas com um magistrado, saiu tranquilamente pela porta de entrada. Atravessou a Piazetta em uma corrida desesperada ao longo das colunas do palácio e se atirou dentro de uma gôndola, escondendo-se. Conseguiu atravessar a fronteira chegando em Munique. Retornou a Venezia somente 20 anos depois.

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Nos seus últimos anos de vida, dedicou-se à escrita de um romance, Isocameron, e também a obras que relatavam suas aventuras. Em História da minha vida, uma coleção escrita em francês, faz um fascinante testemunho da sua época. O original integral não foi publicado até 1960.

Aos 73 anos e irrequieto como sempre, resolve viajar pela Europa, vivendo em Paris, Marselha, Praga, São Petersburgo, Istambul e Viena.

Dizem que conheceu todos as personagens relevantes da sua época. Já idoso, em 1788, um pouco antes de sua morte, foi nomeado bibliotecário do conde de Waldstein-Wartenberg.

No imaginário popular, o italiano Giácomo Girólamo Casanova e o espanhol Don Juan às vezes se confundem. Ambos foram aventureiros, sedutores e libertinos. Mas ao contrário de Don Juan, personagem semi-lendário que teria vivido em Sevilha e cuja imagem inspirou versos e prosas, não há dúvidas sobre sua existência.

 

 

Referências:

http://www.theartpostblog.com/5-luoghi-a-venezia-per-conoscere-casanova/

http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/12445/hoje+na+historia+1798++morre+o+italiano+giacomo+casanova+.shtml

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