Rodrigo Andreoli: Paisagismo e jardins

O jardim é a natureza organizada pelo homem, para o homem” – Roberto Burle Marx

Nesse mundo agitado, onde só temos tempo de trabalhar e somos diretamente afetados por construções desordenadas, caos urbano, barulhos, inquietações externas e internas, buscar um refúgio na natureza pode ser uma maneira eficaz de acalmar os ânimos e a mente, afim de encontrar paz e inspiração para a rotina cotidiana não se tornar massacrante.

Cada vez mais as pessoas estão buscando esse contato com o verde, valorizando espaços públicos ou privados em que a natureza se torne um remédio para o corpo físico e a alma.

Um jardim planejado estrategicamente de acordo com o perfil do cliente, somado a estética e as condições do local é um jardim saudável e, quando bem cuidado, torna-se um refúgio, seja para desfrute do espaço, lazer ou simples contemplação.

Segundo recomendações das Organizações das Nações Unidas, é necessário que as cidades contem com pelo menos 16 m² de área verde por habitante para diminuir o estresse urbano.

O paisagismo é a ciência que cria, regenera e recompõe espaços degradados ou inexistentes para esse fim, agregando conceitos de urbanismo, botânica, ecologia e sustentabilidade.

A combinação de cores, texturas, aromas e sons que um jardim planejado oferece resulta essencialmente em atingir esses objetivos. O desafio do paisagista é justamente estudar todos esses elementos para planejar e organizar o ambiente de forma harmônica, estética e saudável para as plantas.

Para projetar um jardim, o paisagista analisa a personalidade de todos que vão usufruir do espaço, seus gostos, costumes, necessidades e interesses, observa as condições climáticas, leva em consideração a escolha das espécies que mais se harmonizam entre si e que se adequam melhor ao espaço, analisa as condições e necessidades do solo e escolhe elementos estruturais que vão além da vegetação como fontes, lagos, bancos, pergolados, entre outros e que facilitam o usufruto do jardim, para que este seja um ambiente duradouro e agradável.

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Canteiros com formas orgânicas que remetem a natureza estão em alta. Espécies que trazem lembranças da infância, como os “jardins de vovó” são tendências e podem ser adaptadas em qualquer tamanho de espaço, sejam em vasos dentro de apartamentos ou amplas áreas externas como jardins e praças.

A chamada Urban Jungle (floresta urbana) é, inclusive, uma tendência que coloca a prova estas condições. Em ambientes urbanos e imóveis cada vez mais compactos, essa nova “onda” traz a natureza literalmente para dentro de casa.

O grande destaque para essa tendência são as folhagens. Por tratar-se de ambientes fechados e com iluminação indireta, elas melhor se adaptam.

No Brasil, que tem um clima tropical, é possível encontrarmos uma quantidade enorme de folhagens com várias formas, texturas e diferentes tonalidades de verde. Desde as vegetações mais conhecidas como Antúrios, Lírios, Samambaias e Filodendros em geral, sejam espécies nativas ou exóticas (espécies de outros países), até as espécies mais exuberantes e inusitadas como chifre de veado. A ideia é encher o espaço com plantas e mais plantas, em vasos e cachepots de diversos formatos e tamanhos, realmente envolvendo e emoldurando o ambiente com vegetação.

Então, que tal passar num garden center perto da sua casa e começar hoje mesmo a encher seu espaço com as verdinhas que tanto acalmam e desestressam a gente?

Rodrigo Andreoli e Tatiana Gigante, paisagista do programa A REFORMA QUE EU QUERO.

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