Rosangela Andrioli: Cozinha típica italiana?

Semana passada falamos sobre o hábito de sentar-se à mesa e o que significa para os italianos. Hoje gostaria de mostrar o que os italianos apreciam à mesa.

Sim. Massas, vinhos, risotos. Mas como seria a típica cozinha italiana? Todo o mundo considera a cozinha italiana uma importante referência e exemplo de qualidade e riqueza. Qualidade, porque os italianos preferem e tem maior facilidade de encontrar produtos frescos, chamados de “kilometro zero”, comprados diretamente do produtor. A riqueza poderia ser explicada pela ampla quantidade de pratos preparados no território italiano.

Para entender a singularidade desta cozinha, precisaríamos esclarecer que não existe uma verdadeira e própria cozinha italiana.

A Itália, e suas vinte regiões, apresenta uma grande variação em seu panorama gastronômico, onde o único denominador comum seria a apresentação do menu em 5 pratos. Em outras palavras, onde estiver, o menu propõe uma escolha entre antipasti que são as entradas, compreendendo queijos, pão e outras delícias. Primo piatto, que poderia ser arroz, massa ou uma sopa.  Um secondo piatto com carne ou peixe, e um contorno, que acompanharia os pratos principais, representados por verduras ou batatas e, finalmente, a sobremesa que poderia ser um sorvete ou uma fruta.

Se nos sentarmos à mesa na região da Lombardia, poderemos apreciar a cotolletta alla milanese (filet de carne vermelha à milanesa). Em Venezia (na região do Veneto), a polenta com il nero di seppia (tinta de lula). Na Toscana, a tradicional ribollita (sopa típica da região). No sul, particularmente em Napoli, encontramos a verdadeira pizza napolitana servida no velho estilo, sobre uma mesa de mármore, sem prato. Não acabariam por aqui tantos outros pratos resultantes da influência árabe, espanhola e francesa que resultaram nesta cozinha saborosíssima.

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Quanto aos doces, não podemos esquecer o delicioso panetone (milanês), conhecido por todos e, um veronês muito especial, o pandoro. Para quem não conhece, trata-se de um panetone sem frutas cristalizadas, acompanhado de açúcar de confeiteiro.

Muitos acreditam no estereótipo do italiano obeso, consumidor excessivo de massas e guloseimas. Para nossa surpresa, eles merecem total atenção e reconhecimento pela Dieta Mediterrânea. Considerada Patrimônio da humanidade (UNESCO), ela contém alimentos tipicamente italianos, como a massa, o pão, azeite de oliva, peixe, verduras e vinho. É universalmente conhecida como saudável e nutritiva, contribuindo ao combate do envelhecimento e doenças cardiovasculares, mantendo a população italiana com o melhor índice de massa corporal da Europa.

Atendendo à pedidos, vou compartilhar uma receita feita aqui em casa, de um docinho muito gostoso, tipicamente carnavalesco, mas bem-vindo em qualquer época do ano.

Chiacchiere (bate-papo, conversa)

500g de farinha de trigo com fermento

50 g de manteiga

70 g de açúcar

3 ovos e uma gema

Açúcar para confeitar

Óleo para fritar

 

Modo de preparo

Em um prato misture os ovos e a gema. Em uma tigela, coloque a farinha peneirada, o açúcar e os outros ingredientes. Misture tudo com a mão até obter uma massa compacta e lisa. Envolva em filme plástico por 30 minutos e deixe na geladeira por 30 minutos.

Espalhe farinha de trigo sobre uma superfície lisa e abra a massa com um rolo de macarrão. Corte a massa em tirinhas, com um cortador de pastel.

Frite em óleo quente e depois de absorver o óleo com papel toalha, polvilhe com o açúcar. Buon Appetito!

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