Sueli Oliveira: “Amor de migalhas“

Vivemos épocas confusas, aonde pessoas confundem relacionamentos sexuais e casuais com compromisso ou sentimentos. Isso se dar a palavra chamada: carência.

Tenho percebido um aumento de pessoas carentes, pessoas que precisam se alimentar de um gesto ou simplesmente de um pequeno elogio, para se sentirem bem ou mesmo querida.

Recentemente minha paciente, veio me falar que ao entrar em uma loja deu de cara com um jovem, que a olhou fortemente e a chamou de linda; aquele desconhecido fitou seus olhos e por durante uma semana ela frequentou o shopping por mais de quatro vezes para encontrar o moço galanteador.

Não há mal nenhum nisso, mas procure perceber que se você não se sente linda e maravilhosa o problema não é o outro a elogiar, um elogio faz bem ao ego, mas faz mal a você, se estiver incompleta.

Ao mesmo tempo, minha outra paciente fala que tem um relacionamento maravilhoso com o namorado, mas acha que as vezes que é um mero “ficante”, pois só se encontram para o prazer de uma relação sexual, não há longas conversas e trocas de confidências e carinhos, muito menos de intimidade.

Perceba, que qualidade tem esse relacionamento? Sexo não é amor, pode haver amor com sexo e sexo com amor, se não há trocas, alguém está sendo enganado.

Tudo isso pode estar relacionado a falta de afetividade na fase da meninice ou mesmo da adolescência. Se está se doando mais que está recebendo, precisa avaliar melhor os padrões de comportamento da sua própria vida.

Na busca pelo histórico familiar, esta minha paciente traz um discurso de sua mãe que passou anos a fio, vivendo com o seu pai e se submetendo a ser simplesmente um objeto sexual por amá-lo demais. Logo, ao relembrar isso se deu conta que vivia em um relacionamento inadequado e parecido com o que sua mãe vivia.

Veja Também  César Romão: Estabeleça compromisso com o impossível

Temos tendências a repetições, para fugir dos modelos inadequados é preciso autoanalisar e procurar ajuda de um profissional se o padrão é repetitivo “tipo dedo podre”.

O dedo não é podre, a questão é que pessoas têm seus últimos relacionamentos vivo dentro delas, ao romper as barreiras não se permitem internalizar e se avaliar; logo, buscam preencher o vazio inconstante dentro do seu eu, rapidamente arrumam outro companheiro parecido com o relacionamento anterior, ou mesmo parecido com seus pais.

A carência faz enxergar amor e beleza aonde não existe, esta visão turva é completamente distorcida de seus sentimentos, o que leva o sujeito a aceitar menos que mereça ou submeter-se a migalhas.

Antes de amar o outro aprenda a amar a si mesma e a viver consigo mesmo, como o único amor da sua vida. Quando seu eu próprio for fortalecido, o outro a enxergará e a amará tão quanto mereça.

Sueli Oliveira

À Psicóloga-

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

Imagem: Freepik

 

Loading

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Compartilhe esta notícia

Mais postagens