Giordanna Galvan: Coluna Praça Mauá

Olá, queridos leitores!

Hoje vou falar sobre um local que teve uma fase de ouro, perdeu o glamour e renasceu como uma fênix, e hoje de outra forma, se destaca na cidade do Rio de Janeiro.

A área, de cerca de 25.000 m², foi inaugurada em 1910, com o propósito de um novo píer, um porto mais estruturado, para receber embarcações devido ao crescimento das atividades comerciais na cidade, no início do século XX.

Era de grande importância econômica e muito bem frequentada pela sociedade.

Sua localização bem situada à beira da Baia de Guanabara tem em seus arredores a zona portuária, o acesso à Avenida Rio Branco (uma das principais do centro do Rio), a Pequena África, o Cais do Valongo e o centro da Cidade.

Antiga Praça Mauá – Créditos J. Kfuri

A prova da importância que esse local tinha é o edifício À Noite. Foi o primeiro arranha-céu do Brasil, construído entre 1927 e 1929, em estilo Art Déco, com 22 andares e 102 metros de altura. O prédio foi inicialmente o lar do jornal A Noite e posteriormente abrigou a Rádio Nacional.  Foi o prédio mais alto na América do Sul naquele período.

Com o passar do tempo, a cidade crescendo, muitos veículos, e a demanda por vias de acesso rápido a diversos lugares, a área ficou praticamente escondida pela Avenida Elevada Perimetral.

Entre as décadas de 1950 e 1970 foi construído esse viaduto e a praça acabou perdendo seu charme. Muitos edifícios ao redor foram abandonados e se tornou um local meio deteriorado, mas renasceu como polo cultural com um projeto de revitalização, com o prisma para as Olimpíadas de 2016.

A Perimetral foi implodida em 2014. A operação foi realizada com 250 kg de explosivos, gerando 10 mil toneladas de restos de concreto.

Antes e depois – Créditos Word Press e ANF

A Praça Mauá foi reinaugurada em 2015, após quatro anos fechada, e agora com museus, locais de passeios, como a Orla Conde, com vistas maravilhosas, o novo meio de transporte VLT e muito mais.

Esse passeio também é chamado de Boulevard Olímpico. Ganhou esse apelido porque durante as Olimpíadas de 2016 ocorreram ali muitos eventos, e foram feitos diversos trabalhos artísticos como grafites, sendo destaque o imenso o Mural “Etnias”, do artista Kobra.

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A primeira grande atração cultural inaugurada depois da demolição da Perimetral foi o Museu de Arte do Rio, MAR, inaugurado em 2013. Dois prédios somados, a Escola do Olhar e o Pavilhão de Exposições, com o antigo Palácio Dom João VI, em estilo eclético. Eles são conectados por uma passarela suspensa e o telhado que os une é a “cobertura de fluidos”, que traz a ideia das ondas da Baía de Guanabara, numa área construída de 11.240 m².

MAR Créditos Leonardo Finotti

Inclui oito salas de exposições rotativas. Suas exposições unem dimensões históricas e contemporâneas da arte por meio de exposições de longo e curto prazo, de âmbito local e nacional. O museu também vem com a missão de matricular arte na educação pública, por meio de sua Escola do Olhar. Para visitar as exposições é cobrada entrada, mas mesmo que não visite o museu é possível subir gratuitamente ao sexto andar para se apreciar uma linda vista da Praça e da Baia de Guanabara.

Praça Mauá vista do MAR – Arquivo pessoal da colunista

Outra grande atração é o Museu do Amanhã, inaugurado em 2015, com custo total de cerca de 230 milhões. Um museu ciências aplicadas dedicado a pensar em como interagimos com o mundo e como podemos pensar em um amanhã, a partir das perspectivas de sustentabilidade e convivência.

É uma experiência sensorial feita através de tecnologias interativas. São mais de 40 experiências possíveis.

O público passa por uma narrativa estruturada em 5 grandes áreas, cada uma com a proposta de uma pergunta: Cosmos (De onde viemos, como foi tudo criado?); Terra (Quem somos nós?); Antropoceno (Onde estamos?); Amanhãs (Para onde estamos indo?); e Nós (Como queremos ir?).

Dentro do Museu do Amanhã – Créditos Wikipedia

Sabe aquele lugar que faz você parar e refletir? Este é um lugar assim. O que queremos para o nosso amanhã?!

A arquitetura pós-moderna é impressionante. O projeto arquitetônico é do espanhol Santiago Calatrava. O edifício tem 15 mil metros quadrados de área construída, 20 m de altura e 330 m de comprimento.  É feito de aço, cimento e vidro, e conta com painéis solares.

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A ideia é que o prédio estivesse em harmonia com a área o máximo possível, quase flutuando no mar, como um barco, um pássaro ou uma planta. Calatrava disse que se inspirou nas bromélias do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Museu do Amanhã – Arquivo pessoal da Colunista

Cercado por espelhos d’água, jardim, ciclovia e área de lazer. O paisagismo é assinado pelo escritório Burle Marx e usa cerca de 26 espécies nativas.

No espelho d’água localizado na parte de traz do museu está a Puffed Star II, do renomado artista americano Frank Stella. O trabalho consiste em uma  estrela  de vinte pontas e seis metros de diâmetro.

Puffed Star II – Arquivo pessoal da colunista

Também tem cobrança de ingresso, mas vale muito a pena visitar. O Museu do Amanhã já recebeu muitas premiações nacionais e internacionais.

A Praça Maúa tem esse nome em homenagem à Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, pioneiro em diversas áreas da economia e da indústria do Brasil. Dentre seus muitos feitos, ele foi responsável pela construção da primeira Ferrovia, em 1854, e pela criação do Banco do Brasil.

Da praça você consegue avistar diversos momentos da arquitetura: prédios coloniais como o Mosteiro de São Bento, e o Primeiro Distrito Naval. O estilo Art Déco do já mencionado Edifício À Noite, do arquiteto Josef Gire. O Edifício Rio Branco 1  (RB1), que foi construído em frente à praça, foi inspirado em edifícios pós-modernos construídos em cidades como Nova York  e  Houston. Hoje é um moderno e sofisticado centro de negócios.

Porto Maravilha Créditos Transportal Viagens

Na Praça também se localiza o Pier Mauá onde desembarcam os turistas que chegam em transatlânticos.

Fora a vista incrível para a Baia de Guanabara podendo ver a ponte Rio Niterói, ilhas da Marinha do Brasil, e muito mais.

E ainda tem muito a se visitar nos seus arredores. É uma área do Rio que merece muito ser visitada.

Giordanna Galvan

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

Imagem de Capa: Créditos Marcus Moura

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