Olá, queridos leitores! Na semana passada eu trouxe um pouco sobre a Praça Mauá, e hoje vamos conhecer um dos pontos mais visitados dessa área, o Museu do Amanhã.
É um museu de ciências aplicadas que convida o visitante a pensar sobre as possibilidades futuras com suas causas e efeitos. Incentiva a refletir como interagimos com o mundo e como podemos pensar em um amanhã, a partir das perspectivas de sustentabilidade e convivência.
A arquitetura pós-moderna, orgânica e sustentável conta com painéis solares, sistema de ar-condicionado que recicla a água proveniente da Baia de Guanabara gerando uma economia de 10 milhões de litros por dia.
Inaugurado em 2015 o edifício tem 15 mil metros quadrados, 20m de altura e 330m de comprimento. É feito de aço, cimento e vidro.
A ideia é que o prédio esteja em harmonia com a área, o máximo possível, quase flutuando no mar, como um barco, um pássaro ou uma planta. O arquiteto espanhol Santiago Calatrava disse que se inspirou nas bromélias do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
A visita traz uma experiência sensorial, feita através de tecnologias interativas com mais de 40 experiências possíveis.
O público passa por uma narrativa estruturada em 5 grandes áreas cada uma, com a proposta de uma pergunta: Cosmos (De onde viemos, como foi tudo criado), Terra (Quem somos nós?), Antropoceno (Onde estamos?), Amanhãs (Para onde estamos indo?) e, Nós (Como queremos ir?).
A exposição principal do Museu do Amanhã funciona no segundo andar, mas sempre têm outras exposições itinerantes no primeiro piso, que também conta com um café e uma loja.
Te convido à Exposição Principal.
Cosmos – De onde viemos?
Os visitantes começarão a experiência do Museu imerso no cosmos enquanto assistem uma projeção 360° nas paredes de um espaço em forma oval. Embarcam em uma viagem sensorial e impactante através do universo, de partículas microscópicas a galáxias distantes, uma viagem desde a época da formação do planeta até o que temos hoje.
Terra – Quem somos nós?
Na área focada na Terra, três cubos de 7 m de altura representam as três dimensões da existência: matéria, vida e pensamento. Fora do cubo é o que é comum a todos, e dentro, traz a diversidade.
O primeiro cubo, pelo lado de fora, mostra 180 fotografias do ponto de vista de um astronauta, a Terra como um único sistema. No interior, mostra os movimentos que o globo é exposto, como o fluxo de ventos, oceanos, placas tectônicas, e os quatro elementos. É como uma dança de dois tecidos que nunca param, uma obra belíssima, delicada e harmônica, só vendo mesmo para sentir o que é.
O segundo cubo, projetado para representar a vida, mostra, na parede externa, um esquema do DNA dos seres vivos. Somos todos herdeiros de um ancestral comum mais recente. Tudo o que está vivo no planeta tem DNA. No interior, a segunda construção expõe imagens de diversos organismos que compõem um ecossistema, a Baía de Guanabara, com seus animais e plantas.
O terceiro e último cubo representa o pensamento. No exterior a fisiologia do cérebro e as sinapses. No interior, imagens e ilustrações que retratam ações e sentimentos da vida humana no planeta. O que nosso cérebro criou, são 1020 imagens mostrando que mesmo com a mesma base fisiológica somos capazes de tanta diversidade. E existe uma projeção de espelho que mostra que somos iguais porque somos todos diferentes, que mexe com nossos sentidos.
Antropoceno – Onde nós estamos?
A terceira seção da exposição principal do Museu do Amanhã trata-se de como a ação do homem mudou a geologia do planeta Terra, traçou o panorama atual e traz dados sobre os impactos ambientais e sociais desse confronto entre os humanos e o planeta. O Antropoceno tem como objetivo conscientizar os visitantes sobre seu papel na situação atual do mundo.
Imponentes torres de 10 metros mostram conteúdo audiovisual sobre as ações do homem e seus efeitos no planeta hoje.
O nome “antropoceno” vem do grego Antropo, prefixo que está relacionado com o ser humano; mais o sufixo Ceno, referente as eras geológicas, a era dos humanos.
Amanhãs – Para onde vamos?
São três áreas da exposição: sociedade, planeta e humanidade. Construído na forma de origami, o pavilhão conta com mais treze telas que revelam informações e, ao mesmo tempo, fazem uma estimativa de como será o planeta e a vida no futuro. Apresenta conceitos como hiperconectividade e resgata a importância da sustentabilidade.
O visitante é convidado a interagir com três jogos. O primeiro para ver quantos planetas você está consumindo com seu estilo de vida.
Na sequência “O Jogo das Civilizações”, os participantes devem gerenciar os recursos do planeta pelos próximos 50 anos, a fim de garantir a preservação da humanidade.
O último jogo apresentado nesta seção é o “Humano”, com 7 perguntas a fim de determinar qual personalidade do ser humano do planeta o visitante se encaixa.
Nós – Como vamos querer ir?
Última área da exposição é o pavilhão “Nós”. O visitante entra em uma espécie de Oca, que conta com uma iluminação que simula o nascer e o pôr do sol.
No meio dessa área está em exibição “O Churinga”, um objeto cerimonial do povo indígena australiano e um dos artefatos mais antigos conhecidos no planeta. São usados em inúmeras culturas como símbolo de transmissão do aprendizado e conhecimento, representando a conexão entre as gerações atuais e futuras. Um elo entre o passado, o presente e o futuro, que se correlaciona com a proposta da exposição principal do Museu do Amanhã.
Assim que saímos da última área nos deparamos com uma vista exuberante para Baia de Guanabara e a obra “Puffed Star II”, uma estrela de 20 pontas e seis metros de diâmetro do renomado artista americano Frank Stella.
A área completa do museu e área externa totalizam 34.600 metros quadrados com jardim, ciclovia e área de lazer. O paisagismo é assinado pelo escritório Burle Marx, com cerca de 26 espécies nativas.
É um museu que recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais.
Traz a mensagem que nós construímos nosso amanhã.
Como você quer o seu amanhã?
Até a próxima!
Giordanna Galvan
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Imagem de Capa: Museu do Amanhã – Créditos Viajar pelo Mundo