Flávia Raucci: Cavalo, paixão e poesia

“O cavalo é isso. É uma paixão. É uma doença sadia que só nos faz bem”

(Marcelo Pardini)

Marcelo Pardini é um dos profissionais mais carismáticos e versáteis que já conheci no meio do agronegócio. É cavaleiro, jornalista, pós-graduado em comunicação publicitária e marketing, leiloeiro rural há mais de 12 anos e, para surpresa de todos, “POETA”.

Tive o grande prazer de conhecer e estreitar uma parceria com Pardini durante a última Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga, onde trabalhamos juntos. Ele é movido à paixão e realiza seu trabalho com muita alegria e prazer. Ele nos contagia!

Marcelo vem de uma família praticamente constituída por 3 gerações de veterinários: avô, mãe e irmão.

“A minha ligação com o cavalo é intrínseca à minha vida. Nos primeiros meses de vida, eu já estava no colo do meu pai montado num cavalo. Com 2 para 3 anos, já montava sozinho e, aos 9, passei a competir nas provas de baliza e tambor. Minha família está ligada à terra há mais de 3 gerações. Sou de São Paulo e passávamos todos os finais de semana no sítio da família em Botucatu. As minhas primeiras lembranças com cavalos são muito especiais. O meu primeiro cavalo se chamou Pampa, devido à pelagem. Nós começamos com a Raça Mangalarga, por conta do bom andamento e temperamento”.

Pardini falou à Coluna Cavalos sobre a infância e juventude no campo, nos relatando que suas lembranças mais doces estão ligadas à ele. E foi essa vivência que fez com que a sua paixão pela escrita e pela poesia aflorasse. Ele escreve poemas desde os 15 anos e seus primeiros poemas foram inspirados pela vida simples do homem do campo. Sua ligação era tão forte com os cavalos que, durante a semana, quando estavam em São Paulo, sua principal brincadeira era simular os movimentos de um cavalo pelo apartamento, junto com seu irmão. Eles literalmente, incorporavam um cavalo de competição.

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“Eu sempre fui um bom aluno, mas meus irmãos nem tanto. Por conta disso, meus pais fizeram uma reunião em casa e nos proibiram de falar de cavalos durante a semana. Esse assunto só seria permitido aos finais de semana para que tivéssemos foco nos estudos. Passado o primeiro, segundo e terceiro dia de absoluto e insuportável silêncio durante o jantar em família, meu pai voltou atrás e disse: “Tá bom vai…vamos falar de cavalo!!!”

No Haras da família, Marcelo teve contato com cavalos de várias raças: Mangalarga, Mangalarga Marchador e o Quarto de Milha que eram usados por ele e seu irmão nas competições de laço em dupla, rédeas, tambores, baliza entre outras. Em 1989, quando fundou o Haras MRM, seu pai optou por criar a raça Appaloosa, oriunda dos EUA, famosa por ser a raça dos cavalos dos índios americanos.

O Universo em que viviam conspirou para que ele e seu irmão se tornassem bons cavaleiros. Ganharam títulos paulistas, nacionais e pan-americanos. Eles consideravam o cavalo o grande elo da família. Durante os eventos se reuniam em função do cavalo e estavam sempre juntos. Eu concordo em gênero, número e grau. O cavalo une e reúne!

“O cavalo muito contribuiu para a formação do nosso caráter. Ele nos proporcionou um ambiente saudável e familiar, onde aprendemos a ter respeito pelo outro ser, que é o cavalo, e aprendemos a ter noções de limite. Um ambiente no qual você lida com pessoas de credos diferentes, classes sociais diferentes, e quando você se reúne à mesa com elas, toda e qualquer diferença desaparece”.

É isso aí, Pardini. E sabe por que essas diferenças desaparecem? Porque o assunto é cavalo. E quando o assunto é cavalo, ele não acaba e nem cansa. Aliás, Marcelo Pardini já publicou vários livros sobre marketing e poesia, onde o cavalo e o meio rural estão sempre inseridos. E vem mais lançamento por aí…

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“Quero deixar um legado e, dentro das minhas possibilidades, quero ser o melhor que eu posso, ajudar o próximo, estimular os outros a serem pessoas do bem e adotarem uma nova mentalidade. Com poucas palavras, pequenos gestos e pequenas atitudes vamos conseguir fazer um Brasil melhor. Hoje sou um profissional que vive do agronegócio, especialmente da equinocultura e quero transmitir esses conceitos e sentimentos aos meus filhos. Cavalo é família, é união, sobretudo, é cuidado, é amor, é paixão”.

Marcelo encerra nossa conversa deixando uma mensagem aos nosso leitores, citando uma frase de Francisco de Assis :

“Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível e de repente você estará fazendo o impossível”.

Quem conhece Pardini não se torna amigo, se torna fã!

Até a semana que vem, com mais cavalos em nossas vidas.

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