Crítica: Cadáver (The Possession of Hannah Grace) | 2018

The Possession of Hannah Grace

Desde o lançamento do clássico O Exorcista em 1973, não faltaram novos exemplares do cinema de horror que retratam o tema da possessão demoníaca. A grande maioria não justifica sua existência, outros apenas tentam copiar o filme de 73, e apenas alguns realmente agregaram algo de relevante ao subgênero, entre eles O Exorcismo de Emily Rose (Scott Derrickson, 2005) e O Último Exorcismo (Daniel Stamm, 2010).

É consenso de que muitos filmes sobre exorcismos e possessões apenas recontam a mesma história, desgastando cada vez mais a fórmula e fazendo esta vertente do horror perder credibilidade. Neste final de 2018, um novo exemplar do gênero está chegando às telonas, e se o filme não é nenhum exemplo de originalidade, ao menos oferece um pouco de ar fresco ao espectador cansado da mesmice citada acima. Trata-se deste Cadáver (The Possession of Hannah Grace, EUA, 2018).

Mesclando elementos das produções sobre possessão demoníaca, com o inerente medo clássico de se ver em apuros dentro de um necrotério no meio da madrugada, tão bem explorado em filmes como A Autópsia (The Autopsy of Jane Doe, cuja crítica você também pode conferir aqui no Portal do Andreoli), e O Principal Suspeito (Nightwatch, 1997), Cadáver é dirigido pelo holandês Diederik Van Rooijen (do eficiente thriller Taped, 2012), que mostra segurança na direção e faro para criar aquele climão dos bons filmes de terror.

O filme segue a policial Megan Reed (a lindíssima Shay Mitchell, da série Pretty Little Liars), que acabou de sair da clínica de reabilitação e que aceita o trabalho de fazer a segurança do turno da madrugada dentro do necrotério da cidade. Como se o cenário já não fosse incômodo o suficiente para Megan, logo ela recebe um novo corpo, e a informação de que o cadáver é de uma pessoa que morreu enquanto estava sendo exorcizada, e segundo as más línguas, quando alguém morre durante um exorcismo, a entidade que habitava o corpo continua lá, até que consiga encontrar um novo hospedeiro. Reed, que já tem problemas suficientes em sua vida, não deixa isso a abalar, mas é claro que não demora muito para coisas muito estranhas e inexplicáveis começarem a acontecer no necrotério, colocando a sanidade e a própria vida de Megan em risco.

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A eficiente premissa mantém o filme na direção certa e evita que a produção sofra demais com os clichês que habitam o gênero, porém o roteiro do obscuro Brian Sieve (da série de TV Pânico), derrapa bastante e revela-se raso para segurar o clima até o final, mesmo tratando-se de um filme com apenas 85 minutos de duração. Ao menos os elementos do horror são bem explorados, especialmente no que diz respeito ao body horror típico do gênero, e também na boa presença de Mitchell, que mostra-se mais do que apenas um rostinho bonito.

Como já era de se esperar, o filme tem um certo exagero na quantidade de jump scares (os famosos “sustos”), mas a maioria deles são bem aplicados e não interferem na climática atmosfera da produção. Os efeitos de maquiagem também são eficientes, e toda a figura da titular Hannah Grace remetem aos fantasmas que andam/rastejam estralando os ossos em filmes como O Chamado e O Grito, mas de maneira mais assustadora, na minha opinião.

Não há muito mais o que falar sobre este Cadáver. Trata-se de um filme que segue uma fórmula sem grandes surpresas, mas que o faz de maneira eficiente, e garante com sucesso aquela sessão assustadora de uma hora e meia banhada a pipoca e refrigerante.

Cadáver estreia nos cinemas brasileiros no próximo dia 29 de novembro.

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