Não sei exatamente se foi pelo calor úmido de Manaus, mas a Seleção não jogou bem contra a Colômbia. Pelo menos, mostrou que a fase é mesmo positiva.
Sabe quando o pessoal se reúne no fim de semana para bater uma bola depois de uma feijoada ou churrascada? Foi essa a impressão que tive da Seleção Brasileira na partida contra a Colômbia, em Manaus, pelas Eliminatórias da Copa.
Time tocando bola com lentidão, demorando para ir da defesa ao ataque… Teve a sorte de fazer gol no primeiro minuto de partida, com o zagueiro Miranda aproveitando a cobrança de escanteio de Neymar.
Situação que atrapalhou a estratégia colombiana que normalmente faz o que o Brasil passou a fazer: tocar a bola sem pressa.
O time dirigido pelo argentino Jose Pékerman teve que apostar na velocidade, ao invés da costumeira cadência. A mudança provocou aumento nos erros de passe.
A Seleção Brasileira ficou muito mais com a bola dominada: 70% x 30%. Mas, na maior parte do tempo, com toques sem profundidade.
Mesmo assim, ainda obrigou o goleiro colombiano a trabalhar mais que o brasileiro Alisson.
Na única bola que foi na direção do gol brasileiro, a Colômbia ganhou o gol de empate do zagueiro Marquinhos, que tentou interceptar cobrança de falta de James Rodrigues e fez contra.
No segundo tempo, Tite inverteu as posições de Renato Augusto e Neymar. O ex-corintiano atuou mais adiantado pelo lado esquerdo. O atacante veio para o meio. Só que prendeu demais a bola e errou muitos passes e dribles.
Casemiro passou a ser o destaque da equipe ao consertar os erros de Neymar. Aí Tite repetiu a substituição que tinha dado certo no Equador. Colocou Philipe Coutinho no lugar do apagado William.
Só que dessa vez, devolveu Neymar para a esquerda e Renato ao meio campo.
Pela direita, Coutinho não foi tão bem quanto no jogo contra os equatorianos, quando caiu mais pela esquerda.
E o Brasil seguiu pecando pelo “toquinho” a mais que sempre permitiu recuperação aos colombianos.
Mas foi exatamente numa das muitas rebatidas da zaga da Colômbia, que a dupla Coutinho/Neymar definiu os rumos da partida.
Philipe pegou a sobra e descobriu Neymar livre, pela esquerda. Dessa vez o atacante resolveu bater de primeira, e venceu o goleiro Ospina. Brasil 2 a 1, aos 28 minutos do segundo tempo.
Aí o Brasil passou a gastar ainda mais tempo. A Colômbia tentou pressionar, mas Casemiro esteve impecável na ajuda aos zagueiros.
Pela primeira vez nessas eliminatórias, a Seleção consegue duas vitórias seguidas. O feito sob o comando de Tite, levou o Brasil para o segundo lugar, com 15 pontos, junto com a Argentina, que escapou de derrota para a lanterna Venezuela.
Os venezuelanos chegaram a ter vantagem de 2 a 0, mas permitiram o empate argentino.
O líder das eliminatórias Sul-Americanas é o Uruguai, que – depois de atropelar o Paraguai, em Montevidéu, por 4 a 0 – ficou com um ponto a mais que brasileiros e argentinos.
DESEMPENHOS INDIVIDUAIS
Alisson – Não teve culpa no gol e foi seguro nos demais lances. NOTA 6
Daniel Alves – Mal, no razoável primeiro tempo da Seleção. Melhorou um pouco no segundo. NOTA 5
Marquinhos – Seguro, mas fez gol contra. NOTA 6
Miranda – Faz aniversário neste dia 7 de setembro, comemorando vitória da Seleção com gol dele e boa atuação. NOTA 8
Marcelo – Ao contrário de Daniel Alves, foi melhor no segundo tempo. No geral, pior do que no jogo contra o Equador. NOTA 6
Casemiro – Empenhado e firme na proteção à zaga, nas roubadas de bola no ataque, e eficiente nos passes. NOTA 7
Paulinho – Tão discreto quanto no jogo contra os equatorianos. Levou cartão amarelo e está suspenso do próximo jogo pelas Eliminatórias. NOTA 5
Renato Augusto – Outro que não teve o mesmo rendimento do primeiro jogo da Era Tite na Seleção. Mas foi melhor que Paulinho. NOTA 6
William – Continua devendo. NOTA 4
Gabriel Jesus – Esforçado. Papel tático importante. Mas sofreu com a lentidão do time brasileiro. NOTA 6
Neymar – O melhor do ataque e, dessa vez, além de decisivo, mostrou controle emocional para evitar as provocações e violência colombiana. NOTA 8
Philipe Coutinho – Pelo que mostrou nos dois jogos, merece a vaga de William. Não foi tão bem quanto na partida contra o Equador. NOTA 7
Giuliano e Taison – jogaram pouco. Ficam SEM NOTA
A Seleção Brasileira volta a campo pelas Eliminatórias no início de outubro. Joga em Natal, contra a Bolívia e, depois, encara a Venezuela, fora de casa. Esperança de mais seis pontos.