Se alguém considera a Argentina adversária maravilhosa e eterna no futebol e não considera Lionel Messi exatamente o melhor jogador do mundo, está vendo ambos sofrerem nesta Copa América ― Copa América de buscarle las pulgas.
La Pulga, aliás, que faz aniversário hoje, 24 de junho. Será que o pedido de 32 anos foi a classificação da Seleção Argentina? Mas assim tão sofrida?
Tem mais é que comemorar e agradecer por ser o melhor do mundo, por jogar no clube que joga ― porque, se fosse receber prêmio pelo que faz pela seleção nacional, iria ter muito jogador por aí brigando pelo troféu de outra categoria de premiação…
Essa Copa América parece estar, como diz a expressão da língua espanhola, buscando las pulgas.
Messi é chamado de “La Pulga” (exatamente “a pulga”), por sua baixa estatura. Mas não é ele, nem vários deles, que se está buscando na Copa América ― embora não fosse nada presunçoso admitir que ter mais uns similares ajudaria a empolgar o futebol que anda rolando nos estádios do Brasil nesses dias.
O público que vai assistir aos jogos denota apenas aquela questão financeira atual, de poder aquisitivo, em relação aos ingressos?
Ou o futebol deixou (ou tem deixado) de ser a grande atração cultural do brasileiro?
Ou ainda é porque o país do futebol não é mais o país do futebol como era antigamente?
Essa Copa América está a buscarle las pulgas ― está tentando fazer alguém se chatear, irritar-se, ficar com raiva (como quando alguém insiste em fazer cócegas em você). Um jogo meio bom, outro jogo bem ruim, empate em zero a zero, a gente esperando “Lionel Barcelona Messi” e nada de gol. Chego a pensar, quando dizem que o peso da camisa tem efeito, se não é literal… Ou ainda: se a visão periférica lhe refrata estranhos (e não lhe reflete conhecidos) a ponto de gritar: “Perigo! Perigo! Perigo!” E o sistema todo se desestabiliza. Como dizíamos na minha época de colégio, “deu tilt” (igual aos jogos de fliperama e videogame, quando acontece alguma pane).
Mas está tão chata assim? Brasil também se classificou e pode, justamente, cruzar com a Argentina. Você não acredita que essa é a melhor rivalidade que pode haver?
Leonardo Faccio, o biógrafo de Lionel Messi, disse em seu livro que “eles [os adolescentes] acreditam que a Terra é redonda só por causa do futebol”. Eu continuo achando que o mundo é redondo, mesmo já tendo passado um pouquinho dessa fase da vida. E, por isso mesmo, é que eu acredito que dá tantas e tantas voltas, esse futebol!