Quem compete sabe que perder faz parte de qualquer esporte. Quando perde e reconhece que joga mal, busca justificativa. Quando joga bem, busca consolo. Perder faz parte do jogo. Mas esta não é a parte que importa.
No momento da derrota, não me venha com ensinamento, lição de vida, aprendizado, percepção das coisas, vida que segue, olhar para a frente, algo melhor por vir. Nessa hora, essa é a parte que não importa.
É a mesma coisa que dizer que “o importante é competir”, como se o jogo da volta de uma quartas-de-final da Libertadores fosse o cabo-de-guerra da gincana do colégio. Você puxa, puxa, puxa e, quando toma cinco segundos pra retomar fôlego, a equipe adversária contra-ataca e põe você de cara no chão, num único movimento, sem chance de reação. Esse é o pior momento, à parte.
A parte que importa é entrar na competição, até que não seja mais.
A parte que importa é eliminar o adversário, até que venha o próximo. E o próximo. Um a um. Jogo a jogo.
A parte que importa é se classificar para a fase seguinte.
A parte que importa é ganhar.
A parte que importa é vencer o jogo. O jogo de ida. O jogo de volta.
A parte que importa é vencer a ansiedade. O cansaço. A dor física. As provocações. A torcida contra. A cabeça quente. O pé frio.
A parte que importa é vencer o medo de perder.
Pouco importa o que vai ficando para trás. A fase ultrapassada é uma vitória, também à parte. Mas a parte que importa agora é a fase que está por vir: mais uma a ser vencida, até que, finalmente, chegue a final.
A parte que importa para Flamengo e Grêmio é justamente essa. O sonho da Libertadores é sonho bem real com a semifinal garantida.
Palmeiras e Internacional seguem outros caminhos, já que, derrotas à parte, a parte que lhes importa agora é seguir em frente, tirar lição, seguir o jogo…
A gente segue por aqui, acompanhando. A parte que importa pra gente é torcer. Coração de torcedor tem parte importante no jogo. Sempre!