Mesmo com os juros máximos tabelados em 8% ao mês desde o último dia 6 de janeiro, ficar no vermelho no cheque especial continua sendo um mau negócio.
É uma dívida que cresce rápido e bem acima da evolução da sua renda, do salário, da aposentadoria. O limite da conta deveria ser usado para cobrir um buraco no orçamento de vez em quando, e por poucos dias.
Antes das mudanças, os juros chegavam a 14% ou 15% ao mês, um absurdo, quando se tem o juro básico da economia, a Selic, em 0,37% ao mês. Em 8% ao mês, a taxa dificulta a liquidação do saldo devedor. O mais indicado é buscar um equilíbrio do orçamento, reduzindo gastos ao máximo, ou procurando aumentar a renda, mas dependendo cada vez menos desse dinheiro tão caro.
Caderneta perde para a inflação
A caderneta de poupança perdeu para a inflação em 2019: enquanto seu rendimento foi de 4,26%, a inflação acumulada no ano ficou em 4,31%. Existe aí um rendimento negativo de 0,05%. Na prática, o que o dinheiro aplicado comprava em janeiro já não conseguia comprar mais em dezembro, mesmo com o rendimento.
Mas essa é a nova realidade da poupança nesse cenário de juros mais baixos. Atualmente, a rentabilidade da poupança está em 0,26% ao mês, o que equivale a 3,15% no ano.
Apesar do fraco desempenho, a caderneta é ainda a preferida dos brasileiros. Mas há opções no mercado financeiro tão seguras quanto a caderneta e que podem render um pouco mais.
Com conseguir rendimento mais alto na renda fixa
Com a taxa de juros na sua mínima história, talvez até negativa (abaixo da inflação), quem quiser ter um rendimento mais interessante na renda fixa precisa partir para aplicações de prazo mais longo. Quanto maior o prazo, mais alto o rendimento.
Na hora de aplicar em um título de renda fixa, como CDB, Letra de Câmbio ou Título do Tesouro, o investidor pode ter uma ferramenta bastante útil para identificar quais são e onde estão os mais rentáveis do mercado.
Existe o buscador de investimentos Yubb (www.yubb.com.br), em que você informa o valor que quer investir e por quanto tempo, e o buscador informa quais os títulos com rendimento mais alto. Por exemplo, para aplicações a partir de R$ 1 mil e pelo prazo de 4 anos, o buscador apontava os seguintes papeis, na última sexta-feira:
Rendimento mais alto
Emissor/tipo Distribuidor Rendimento* Valor mínimo R$
Fact Financeira/LC Órama 7,45% 1 mil
BRK Financeira/LC Órama 7,33% 5 mil
Indusval/CDB Órama 7,25% 1 mil
Avista Fin./RDB Avista Fin. 7,15% 1 mil
Bari/LCI Ourinvest 7,07% 1 mil
(*) Rendimento líquido ao ano, depois do desconto do imposto
RDB – Recibo de Depósito Bancário
LC – Letra de Câmbio
CDB – Certificado de Depósito Bancário
O rendimento desses papeis tende a superar a inflação, pelo menos nesses próximos quatro anos, se consideradas as projeções atuais de mercado: de 3,58% para este ano; de 3,75% para 2021; e de 3,50% para 2022 e 2023.
Quando e quanto o aposentado recebe o novo benefício
Com o troca-troca de salário mínimo, pode ficar complicado para o aposentado, que ganha pelo piso de benefícios, saber quando e quanto vai receber. O benefício de janeiro será pago de 27 de janeiro a 7 de fevereiro e o valor será de R$ 1.039 (valor do salário mínimo somente em janeiro).
O benefício de fevereiro será pago de 19 de fevereiro a 6 de março e deverá ter como base o novo mínimo, de R$ 1.045, que entra em vigor a partir do mês que vem. Mas isso precisa ser ainda definido em Medida Provisória, a ser assinada pelo presidente Bolsonaro nesses próximos dias.
O aposentado que ganha mais do que um salário mínimo, recebe o benefício de janeiro de 3 a 7 de fevereiro, com a correção de 4,48%. Para encontrar o novo valor multiplique a aposentadoria atual por 1,0448. E o de fevereiro, recebe de 2 a 6 de março, o valor será idêntico ao de janeiro.
Para onde vai o dólar
Depois de cair bem na virada do ano e ficar próximo de R$ 4, o dólar voltou a dar uma boa esticada nos últimos dias e bater quase em R$ 4,20.
Basicamente por duas razões: saíram dados da economia do fim de 2019, que não passaram firmeza para mercado de que o País terá um crescimento mais firme este ano. Se é assim, há pouco atrativo para a entrada de capital estrangeiro (dólares), com redução da oferta da moeda e pressão de alta das cotações; no fim do ano o dólar caiu mais do que deveria e a alta de agora foi entendida como um ajuste.
Mas de acordo com a expectativa de analistas, com o clima menos tenso lá fora, e dados que sejam positivos aqui, a moeda deve acomodar-se em níveis mais baixos, em torno de R$ 4,10. Quem precisa de dólar deve ir comprando aos poucos, quando tiver condições, para pegar uma cotação média. Nem tanto ao céu nem tanto à terra.