Crítica: Os Pequenos Vestígios (The Little Things) | 2021

É com muita alegria que depois de quase um ano, retorno como o colunista de cinema aqui do Portal do Andreoli. Com o início da pandemia, as artes em geral e por consequência o cinema foram alguns dos setores mais afetados economicamente. Os lançamentos diminuíram drasticamente, e devido à estas e outras complicações decorrentes da pandemia, me vi forçado a fazer este hiato, o que hoje vejo que foi extremamente necessário. Mas, ano novo, vida nova, e hoje retorno ao Portal com a crítica de um dos grandes lançamentos do ano, este Os Pequenos Vestígios (The Little Things, 2021).

Ainda que eu tente destacar qualquer outra qualidade que possa credenciar o filme, nada é mais potente do que seu espetacular trio de protagonistas, os três vencedores do Oscar, Denzel Washington, Rami Malek e Jared Leto. E, como era de se esperar, os três entregam performances fortes e cativantes. A direção é do sempre competente John Lee Hancock, de ótimos dramas como Um Sonho Possível (2009), Fome de Poder (2016), e do recente Estrada Sem Lei (2020), cuja crítica você também pode conferir aqui no Portal do Andreoli.

Os Pequenos Vestígios é um thriller dramático opressivo e sombrio, que acompanha o veterano xerife Joe “Deke” Deacon (Washington), o tipo de oficial da lei que senta ao lado dos cadáveres no necrotério e “conversa” com eles, como forma de chegar à alguma pista sobre a morte do referido. Deke está à caça de um serial killer de mulheres que está à solta na cidade de Los Angeles, e em sua obstinada investigação, ele ganha a ajuda do sargento Jim Baxter (Malek). Juntos, eles chegam ao principal suspeito, o sinistro Albert (Leto), que sai pela porta da frente da delegacia por falta de provas. Começa então uma caçada além dos limites da lei, onde Deke e Jim precisam encontrar os pequenos vestígios do título para conseguir incriminar Albert, antes que ele faça mais uma vítima.

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O filme de Hancock evoca inevitáveis comparações com obras como as excepcionais séries True Detective e Mindhunter, pincelando elementos de cada uma delas e também de outros thrillers dramáticos como o excelente A Promessa (The Pledge), filme dirigido por Sean Penn e protagonizado pelo colossal Jack Nicholson em 2001. O roteiro do próprio Hancock não exala muita originalidade, mas é na profundidade de seus personagens que o filme se apóia e também é de onde tira seus melhores momentos. Denzel é a pura confiabilidade de sempre, interpretando um tira atormentado cuja investigação desenterra demônios de seu passado. Malek é o mais apagado do trio, cujo personagem serve de contraponto lógico para o obcecado policial vivido por Washington, cujos métodos nada ortodoxos batem de frente com os do policial “by the book” interpretado por Malek. Já Jared Leto rouba todas as cenas em que aparece no papel do principal suspeito, e sem dúvida é dele a melhor e mais ousada interpretação do filme. Tais interpretações de peso são um ingrediente mais do que necessário para um thriller de crime. Um gênero onde os filmes se saem bem melhor quando performances reais e emocionais servem como âncora da história.

A melhor palavra para definir este Os Pequenos Vestígios é profundidade. Os diálogos de Hancock batem forte e são outro ponto forte da produção, onde cada embate verbal entre seus protagonistas é sempre envolvente e conduzido de maneira inteligente pelo diretor, e é claro, pelo sensacional elenco. A produção só peca um pouco por seu ritmo excessivamente lento, mas Hancock deixa claro, logo na primeira cena do filme, que Os Pequenos Vestígios ganha vida nos detalhes, sejam eles os presentes no texto, ou nas excelentes interpretações de seus protagonistas.

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Os Pequenos Vestígios estreia no canal HBO MAX no dia 29 de janeiro.

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Imagens: cedidas pelo colunista.

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Respostas de 3

  1. DENZEL WASHINGTON é o cara! Procuro assistir todos os filmes dele, como sempre sempre bons, cara sempre fodão! O melhor deles é “O Protetor” na minha opinião! O “Pequenos Vestígios” Entrou em minha lista! Vale a pena assistir ??

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