Durante minha vida tive o privilégio de conviver com pessoas muito inteligentes, com elevado quociente de inteligência, o famoso QI cujo valor é medido através de testes desenvolvidos para avaliar as capacidades cognitivas.
Na década de 90 surgiu o conceito de Inteligência Emocional que se tornou conhecido com a publicação do livro de Daniel Goleman.
Foi como se uma nova porta tivesse sido aberta, uma série de debates surgiram e o tema virou assunto obrigatório no ambiente de trabalho, passei a entender o motivo do sucesso profissional de algumas pessoas.
Afinal, uma das questões que me intrigava era porque os primeiros alunos da classe nem sempre alcançavam sucesso profissional, porque as excelentes notas escolares não garantiam convites para as festas e viagens de amigos.
Raciocínio lógico e capacidade de absorver conhecimento sem dúvida são importantes.
Mas saber como gerenciar emoções, ter autoconhecimento, habilidades de motivar equipes, clareza na comunicação, empatia e relacionamentos interpessoais são os pilares da inteligência emocional.
Todo esse preâmbulo foi para explicar uma constatação.
Esta semana conversei com duas pessoas que ocupam um lugar no hall dos famosos, pertencem à categoria dos que chegaram no topo e possuidores de uma sabedoria gigantesca.
O primeiro afirmou que já quebrou na vida por vaidade, por ter dado o passo maior que a perna, por não ter escutado a esposa, numa enorme demonstração de autoresponsabilidade e humildade. Sem culpar o governo, os sócios que o abandonaram com dívidas ou a conjuntura econômica mundial… prosseguiu com a fé inabalável em Deus.
O outro tem mestrado, doutorado e é uma sumidade, já li seus livros, ouvi suas palestras e confesso que admiro sua cultura, inteligencia, genialidade e capacidade de resiliência.
Comentei que num fórum onde ele foi um dos conferencistas, percebi nos demais palestrantes uma postura de superioridade, um olhar inquisitivo, uma linguagem pernóstica enquanto ele discursou com clareza, com uma inteligência sensível e empática que tocou no coração das pessoas e resultou numa grande salva de palmas. Ele respondeu que a empatia é resultado de tudo o que passou, das dores e sofrimentos que o acompanharam durante anos, novamente sem culpar ninguém, quase agradecendo as agruras da vida.
Com esses exemplos descobri uma inteligência com sensibilidade e humildade, descobri o motivo deles terem se tornado grandes líderes.
Hoje as pessoas precisam de exemplos com humanidade, líderes que assumem seus erros e não arrumam desculpas, que compartilham conhecimento e aprendem com os alunos, que respeitem a diversidade, que pratiquem a inclusão, a ética e a sustentabilidade.
Que sejam gente como a gente.
Lilian Schiavo
**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.
Imagem o1: Revista do RH
Imagem 02: Freepik