Todos que decidem empreender no meu ponto de vista são privilegiados.
Antes de sustentar um ponto de vista, gosto muito de buscar o significado da palavra para embasar meu ponto de vista.
E quando eu digo que todo empreendedor é um privilegiado, me refiro fortemente a esse ponto específico que eu grifei. “A que a maioria não tem acesso”.
E realmente a maioria das pessoas não tem acessos ao mundo do empreendedorismo, mas isso acontece não por falta de dinheiro ou de vontade.
O que difere as pessoas que são empreendedoras das que não são empreendedoras é a capacidade de decidir assumir o risco da instabilidade para resolver um problema próprio, da comunidade, no mercado ou no mundo.
Sempre buscando os recursos internos para poder atingir a resolução do problema externo, ou seja, encontrando alguma maneira de resolver o problema que foi identificado.
Um homem como Elon Musk, viu uma forma mais barata de fazer lançamentos de um foguete orbital reutilizando os foguetes propulsores, que após o lançamento ao invés de serem descartados no espaço, retornam e aterrissam em pé. O que economiza milhões de dólares em cada lançamento.
Ou, Geraldo Rufino, criado na favela do Sapé, em São Paulo, e hoje tem a maior empresa da América Latina em reciclagem e desmontagem de veículos, ainda criança, recolhia latinhas feitas de aço e folhas de flandre em lixões para vender no ferro-velho.
E, mesmo a Suhellen Kessamiguiemon, que depois de ser demitida de uma empresa de telemarketing decidiu começar a fazer faxina. E hoje tem uma empresa “Better Call Verônica”, que agencia diaristas para irem nas casas de seus clientes e escreveu um livro contando a própria história (Minha Vida Passada a Limpo) e é dona da conta @diariodadiarista com mais de 300k seguidores.
Mas o que todos esses empreendedores têm em comum?
Todos têm a resiliência de lidar com as incertezas e instabilidades, visão para continuar mesmo as vezes sem saber onde irá chegar, além da vontade de querer solucionar um problema usando o que tem em mãos. Sejam esses problemas do mundo pessoal ou profissional.
Resiliência de ver um foguete de milhões de dólares explodindo, e mesmo assim continuar com o seu projeto de fazê-los pousarem em pé, mesmo que nunca ninguém tenha feito isso.
Mesmo com todos ao seu redor catando latinhas, e mostrando que a vida de todos como ele não é muito mais do que isso, e hoje ter a maior empresa de reciclagem e desmontagem da américa latina. Isso é a visão de um empreendedor, e mesmo que essa visão seja apenas a próxima refeição, a próxima carroça cheia de latinha ou primeiro maquinário de reciclagem. Nunca perder a visão de um dia melhor que outro.
Que de uma diarista por necessidade se tornou uma influenciadora de pessoas em um nicho que ninguém olha, e tratam como sub-emprego, como uma tarefa que é o “fim da carreira”.
E o que eu quero te mostrar é que todos podem ser empreendedores, mas poucos estão dispostos a viverem a instabilidade de ser um empreendedor.
As incertezas de quanto irão receber ao final do mês, se é que irão receber no final do mês.
A força de vontade de ser o próprio patrão e empregado, mesmo quando todo mundo diz “porque você não vai arranjar um emprego de verdade?”. Sem contar as dificuldades que as nossas próprias leis e tributos impõe para quem empreende.
E é por isso que eu digo, você é privilegiado!
Privilegiado por ter essa resiliência emocional de continuar mesmo quando nem você tem certeza de onde vai chegar, mas algo dentro de você grita que esse é o caminho certo.
Privilegiado por não se render ao que o sistema decidiu como “certo”
– Você deve estudar, fazer uma boa faculdade e ter um bom emprego, e ganhar seu salário no fim do mês.
Quem empreende nunca para de estudar, seja de forma acadêmica ou de forma empírica, o empreendedor sempre tem que estar por dentro do que está acontecendo se quer saber qual vai ser seu próximo movimento, se quer saber qual é a próxima tendência.
Um empreendedor não estuda para colocar um diploma na parede, ele estuda para colocar conhecimento na cabeça e transformação nas suas atitudes.
E por fim. Um empreendedor é um privilegiado porque conseguiu furar a bolha, porque consegue enxergar mais de uma possibilidade, porque mesmo quando tudo está dando errado ele busca 1% que esteja dando certo e se agarra 100% nisso.
E isso eu defino como um privilégio, porque não é a maioria das pessoas que tem o privilégio de ter acesso a essa mentalidade.
A mentalidade empreendedora!
William Cury
**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.
Imagem 01: Canvas
Imagem 02: Oxford Languages
Imagem 03: Foto-montagem colunista