William Cury: O que faz o cliente pagar o preço que você quer?

Você já andou de Ferrari?

Você sabe quanto custa uma Ferrari?

Mesmo sem saber quanto custa uma Ferrari se eu pedir para você chutar um preço, que preço você diria?

Tenho certeza que menos de R$500.000,00 não passou pela sua cabeça. E para ser mais ilustrativo, o mais novo carro da Ferrari lançado em 2021, Ferrari Roma, chegou ao Brasil por R$3,3 Milhões.

E se eu te perguntar, se vale tudo isso um carro, provavelmente você não saiba me dizer ou até diga que não, afinal, é um carro assim como um Fiat Uno, uma Ferrari Roma te leva para os lugares.

Mas então, o que justifica o preço desse carro?

Segundo a revista Superinteressante, seguem algumas informações da montadora que justificam o seu preço.

“A campeã do luxo justificado é a Ferrari. Seus carros não são os mais rápidos do mundo – e dizem, nem os mais confortáveis -, mas sua linha de montagem inclui árvores e exames de raio X. São caprichos que servem de argumento para quem vai desembolsar R$3,3 milhões pelo modelo Roma. É muita paixão. Ou, como diria Marx, fetiche.

São cerca de 1 000 árvores plantadas dentro da fábrica. Além de decorar, elas teoricamente criam a umidade do ar ideal para fabricar o motor.

 

Por dentro

Cada uma das 800 partes do motor é submetida a uma sessão de raios X. Se forem detectadas micro rachaduras e imperfeições, é preciso voltar ao molde para fazer uma nova peça.

Corte e costura

Todo couro (legítimo) presente no carro é costurado à mão. E o dono ainda pode escolher a cor das costuras, formato do banco, tapetes e até os pedais.

Há controle da pintura: um aparelho emite um raio de luz para medir a densidade da camada de tinta. Se houver diferença, o trabalho é reprovado.

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Cada motor nasce de moldes de areia e resina, sempre destruídos depois que o carro fica pronto. Ou seja, nenhum motor Ferrari é idêntico a outro.”

Esses e inúmeros outros caprichos fazem da elevam o preço da Ferrari, além de aguçar o imaginário popular.

“Mas William, então você quer dizer que para meu cliente pagar o preço que eu desejo eu devo investir em inúmeros detalhes excêntricos e caprichos quase que invisíveis?”

Sim e não!

Veja bem, a Ferrari só investe nesses “caprichos” porque ela entende muito bem para quem ela está vendendo. Ela entende quem é o cliente dela. E para o cliente dela é muito importante ser único, exclusivo. Ter uma Ferrari é a demonstração do seu status social é uma forma dele se expressar no mundo e dizer que ele faz parte de uma “tribo” que pode pagar por esse item cheio de “caprichos”.

Então se para seu cliente é importante, pois bem, invista nesses caprichos.

Mas antes de sair investindo em milhares de “caprichos” e processos, invista em conhecer bem quem é o seu cliente comprador. O que é importante para ele, qual problema que ele tem que através do seu produto ou serviço ele conseguirá resolver. Qual o desejo que ele irá alcançar ao ter o que você oferece.

E problemas que você resolve para o seu cliente, são utilidades para seus produtos ou serviços que tornam a vida dele melhor.

A Ferrari, é um símbolo que faz o dono instantaneamente pertencer a um grupo, é uma forma de expressão, e o problema que ela resolve para o cliente dela, incrivelmente não é o de transporte, apesar de ser um carro. Ela resolve questões mais atreladas ao lado emocional de seus clientes, que muitas vezes são ricos emergentes que precisam mostrar o seu status. Que querem contar o quão único é o motor do seu carro, que foi montado por um molde exclusivo que já foi inclusive destruído para que não haja outro igual, que foi submetido a um raio x e montado com a umidade ideal vinda de 1.000 árvores plantadas na fábrica.

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Podemos falar a Apple que é um símbolo de uma tribo, de quem acredita que está desafiando o status quo, quando usa seus produtos.

Ou quando compram o sabão em pó Omo, por serem imbatíveis na limpeza e ainda ajudar o meio ambiente.

Ou até compram uma pilha Duracell, porque ela dura mais desde de 1920.

Todas essas marcas têm em comum vários aspectos, e o que mais se ressalta são 3 pontos. São líderes de mercado não pelo preço mais baixo, sabem muito bem quem é o seu cliente e como através dos seus produtos eles irão resolver os seus problemas.

Então querido leitor, o que eu quero te mostrar com essas analogias, é que não importa o quanto custa o seu produto ou serviço, o importante é você saber justificar o preço que você cobra usando o seu processo de preparação e soluções que esse processo irá entregar para o seu cliente na ponta final, na hora que ele for consumir.

O preço não é uma questão de quanto custa, mas sim do quanto o seu cliente entende que vale. E seu produto ou serviço vale aos olhos do seu cliente, o quanto custa se torna menos importante para ele.

Me conta aqui, o que vale no seu produto ou serviço.

William Cury

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

Imagens: Galeria Canvas

Webgrafia

https://super.abril.com.br/comportamento/por-que-uma-ferrari-e-tao-cara/

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