Café Fusão Cultural em Lyon: um projeto onde as culturas e os idiomas se confundem

Bom dia meus queridos amigos!

Eu e a minha esposa, Johnna, estamos muito felizes com o nosso mais novo projeto: Café Fusão Cultural – um espaço onde as culturas e os idiomas se confundem.

A minha paixão pelo café é tão grande que não há uma cidade no mundo que eu não visite, e que eu não busque os melhores e mais charmosos cafés da cidade antes mesmo de colocar os meus pés lá!

Deve ser a minha herança italiana-brasileira. Só pode ser!

A minha paixão pelo café é tão grande que quando eu decidi sair do Brasil há 20 anos, o meu paizinho me fez uma proposta “indecente” e “tentadora”: “Fábio, não vá para o Canadá, fique em São Paulo que eu monto um Coffee Shop para você administrar e gerenciar”.

Eu gosto do cheiro do café. Eu gosto da atmosfera do café. Eu gosto da música ambiente do café. É uma maravilha…

E o que isto tem a ver com os nossos projetos em Lyon?

Pois bem, eu e a Johnna estamos na França há 4 anos. Começamos os nossos projetos culturais e de espiritualidade do zero. Do nada. Não havíamos nenhum participante. Não havíamos nenhum parceiro, ONG, ou centro cultural que nos apoiassem no início.

Hoje, são dezenas de projetos que envolvem 6 idiomas, walking tours, seminários, discussões sobre filosofia & espiritualidade, atividades na natureza e esportivas, intercambio de idiomas, parceiros que são centro culturais, restaurantes, igrejas locais, ONG’s e a lista segue…

De modo que os nossos e-mails e notificações chegam para quase 6.000 pessoas. Todas elas buscam e se registram nas nossas plataformas mostrando interesse de participar de alguns dos nossos eventos. Basicamente, trabalhamos com quase 100 pessoas por semana. Eu devo conhecer entre 20 e 30 pessoas novas ao mês.

E você me pergunta, “E onde entra o Café Fusão Cultural?”

Ora, o espaço chamado “La Causerie” estava disponível. A máquina de café estava parada. O Wi-Fi estava liberado. E faltavam apenas voluntários, e força de vontade para organizar um ambiente onde as pessoas poderiam usar Wi-Fi, trabalharem, conhecer gente nova, discutir o que quisessem, e falar o que desejassem em qualquer idioma enquanto tomassem um bom café!

Não é preciso concluir que unimos “o útil ao agradável”.

Eu e a Johnna, entre um cookie americano e um bolo de cenoura com calda de chocolate, revezamos as nossas “habilidades culinárias” e produzimos na segunda-feira os nossos produtos, e os vendemos na terça-feira das 9:00 às 13:00.

Os preços são apenas para bancar o nosso custo. O objetivo final é produzir um lugar agradável e seguro onde as pessoas se encontrem. Simples assim!

Há gente de todas as nacionalidades, culturas diferentes, religiões diversas, gente sem religião, ateus, agnósticos, muçulmanos, empresários, líderes de ONG’s, líder de igrejas locais, estudantes de mestrado, e Phd., refugiados ucranianos, etc. etc.

Nesta última terça-feira, eu e a Johnna, tivemos a alegria de fazer o nosso último encontro antes que ela e a Julia partissem para a Califórnia. Organizamos uma “pizza party” no almoço, e o nosso coração se encheu de alegria ao ver tanta gente.

Ora, quem são estas pessoas?

A maioria esmagadora participa dos nossos grupos e atividades. No entanto, os vizinhos começam a chegar. Eles começam a ver e perceber o movimento nas terças-feiras. Alguns destes vizinhos já se tornaram voluntários para nos ajudar no projeto de língua francesa aos imigrantes e refugiados.

E talvez você me pergunte: “Fábio, e o que eu tenho a ver com isto?”

Na realidade, cada dia mais eu aprendo que há coisas nesta existência que nos unem: o esporte, a música, e um bom café são exemplos entre muitos outros exemplos que funcionam como pontes entre um imigrante, e um indivíduo do próprio país; um refugiado, e um professor de matemática; um católico, e um ateu; um muçulmano, e um anglicano…

Isto dito, eu te pergunto: Quais são as pontes que você pode construir no teu contexto? Quais são as ferramentas que você tem disponível para fazer este mundo um lugar melhor? Quais são as oportunidades que você enxerga que podem fazer indivíduos se tornarem mais humanos em meio a tanta carência e falta de generosidade?

A humanidade se encontra no encontro humano. É nele, no encontro humano, que percebemos que temos o mesmo chão: que as nossas diferenças podem ser linguísticas, culturais ou de classe social-econômica. No entanto, nós todos, buscamos amizades sinceras. Nós todos, buscamos afeto e carinho. Nós todos, buscamos abrigo para a alma que está muitas vezes desassossegada e cansada.

É com alegria, que os nossos encontros, e cafés têm oferecido e sido um projeto onde as culturas e os idiomas se confundem, e os indivíduos se sentem acolhidos e abraçados.

Uma boa semana para todos vocês!

Até a próxima.

Fábio Muniz

Collonges-au-Mont-d’Or

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

Imagem: Arquivo pessoal do colunista