Canopy – Evento Stella

Uma viagem gastronômica e literária

Oie, tudo bem por aí? Sabe quando você faz um roteiro?! Planeja passeios, lê blogs de viagem, assiste vídeos no Youtube. Então, esse é o meu sentimento em relação à alta gastronomia. Até agora.

Isso porque foram muitos programas de tv, pesquisa na internet para produção de texto (época que trabalhei em assessoria de imprensa especializada em gastronomia) conhecendo e desejando pratos, ingrediente, técnicas e sabores antes só vistos e imaginados, nunca de fato experimentados.

Porém, tudo mudou quando fui convidada para o evento de lançamento do livro “CONFORTAM-SE: Olfatos Angustiados & Corações Aflitos“, do escritor Ale Guerra. Foi a minha vez de arrumar as malas, fazer o check-in e embarcar nesta viagem gastronômica.

Uma viagem em vários sentidos. Afinal o evento foi em um hotel (mais Checkinsp impossível) e depois porque o menu trouxe um pouco da história do romance para a mesa.

Ok, você deve estar pensando: “o que tem de tão especial em um lançamento literário?” Assim como em toda a história – que pode ser boa ou nem tanto – o que a torna diferente é o jeito que ela é contada.

Confesso que comecei a ler as primeiras páginas do romance de Ale Guerra recentemente, mas inspiradas pelas lembranças do jantar posso afirmar – com certeza – que essa história foi muito bem contada.

De volta ao meu delírio gastronômico, o jantar comandado pelo chef Erick Domenico, me tirou da ficção dos programas de televisão, e me levou direto para ingredientes, técnicas e sabores muito reais.

Para explicar a minha primeira vez em um jantar de 5 tempos, precisamos embarcar um pouco na viagem de Ale Guerra, e chegar a Forteza, uma cidade fictícia construída com a utopia de futuro melhor, e com características tradicionais de qualquer cidade do interior.

Em meio a um cenário pandêmico, muitas paisagens, sustentabilidade e costumes narram a história do protagonista Joca, que embarca nesta viagem, sem rumo (e diferente de nós, sem roteiro) para desconectar.

Dito isso, apresento a você o Menu de 5 tempos do Chef Erick, com toda a afetividade do sabor dos alimentos orgânicos de produtores locais de São Paulo para a mesa do restaurante Stella. De flores comestíveis, pancs, coulis, tuiles e meles eu enfim experimentava a alta gastronomia da cidade.

Um menu dividido em tempos serviu justamente para o chef contar uma história através dos pratos. E, neste caso, Erick Domenico nos conduziu – saborosamente – até Forteza.

 

Muito prazer, eu sou um Menu de 5 tempos

Acho que antes mesmo dos pratos em si, a viagem começa com a decoração. Afinal, os detalhes importam.

As fitas no teto e os girassóis na mesa, fazem referência ao livro de Ale. As fitas para lembrar de aniversário de Forteza e as flores para te levar diretamente para os campos na entrada de cidade, que encantou o personagem principal.

Quando o serviço da simpática equipe do Canopy começa é servido nossa primeira viagem gastronômica: Amuse Bouche – Telinha de polvilho com coulis de Cambuci e minimilho grelhados em azeite com pimenta roas e pau-d´alho.

Ficou na memória a experiência de provar um coulis de Cambuci: um delicado molho feito a base da fruta da Mata Atlântica, com aroma adocicado mais de sabor azedo.

Primeira Entrada: Direto da minha plantação

Pão de fermentação natural tostado com tartar de 3 tomates orgânicos, geleia de manjericão, queijo curado com cinzas e brotos. Eu sei que você parou quando leu “queijo curado com cinzas”, mas meu deleite foi experimentar tomates milimetricamente cortados iguais, como exige um bom tartar.

 

Segundo Prato: O que colhi lá no mato

Pancs com gomos de frutas cítricas, sementes de girassol, flores, meles de abelha nativa e pedaços de favo em molho de limão cravo. Combinação curiosa para a primeira vez comendo as famosas ‘plantas alimentícias não convencionais’ e me lembrando automaticamente da chef Paola Carosella, tão defensora do uso das pancs na gastronomia.

Intermediário: Receita da Nona

Com essa descrição, só esperar o melhor de um Gnochi de inhame com barriga de porco caramelizada e fonduta de queijo celeiro. E, agradecer aos céus por poder ter experimentado mais uma iguaria da culinária italiana a base de queijos.

 

Principal: Saí para pescar

Lombo de pirarucu com mini legumes em azeite de ervas, compota de cebola e molho de Castanha do Pará. A essa altura do jantar já estava arrependida de ter feito um lanchinho antes de sair de casa. Mesmo assim tive a oportunidade de comentar com o chef Erick que “levaria a compota de cebola pra casa”, para comer no café da manhã, no almoço…

 

Sobremesa: Doce como um dia ensolarado

Chocolate em três texturas (obrigada ao chef que criou isso!), iogurte de castanhas com um leve toque de e tuille de laranja. Mais uma primeira vez: comi flores comestíveis, afinal tudo que está no prato é para se comer, ainda bem.

E para finalizar: café coado, na mesa. Passado no bule de ágata.

Vale lembrar, que o jantar foi todo pensado e elaborado com ingredientes artesanais e orgânicos de produtos de São Paulo. E, se caso as minhas memórias para o jantar não te ajudem a viver essa experiência, recomendo ler o livro, garanto que a escrita do autor fará você fazer seu check-in em Forteza.

Uma experiência muito além da diária, da literatura e da gastronomia.

Então um beijo e até o próximo Check-in da Lau.

 

 

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

Imagens: Arquivo pessoal da colunista

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